
Desenvolvedora: ustwo games
Publicadora: ustwo games
Data de lançamento: 9 de maio, 2021
Preço: $ 19.99
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela ustwo games.
Relacionar videogames com ação, lutas e guerra é algo muito comum, principalmente para quem acompanha a indústria superficialmente, existe a sensação que: para se ter jogo, é necessário conflito. Com a cena indie, vários desenvolvedores independentes buscam quebrar os padrões estabelecidos da indústria e promover novas ideias, entre elas, criar experiências que não se apoiem em combate ou conflito para desenvolver o level design.
Alba: a Wildlife Adventure é uma experiência tão dócil e pacífica como as imagens e trailers indicam. Com o objetivo de passar uma mensagem positiva sobre a natureza de maneira simples e divertida, o jogo mira no público infantil, que partilha da mesma faixa-etária da protagonista, porém, também consegue entreter adultos.
Toque caseiro

Em Alba: a Wildlife Adventure, o jogador é levado a uma pequena ilha do mar mediterrâneo, onde moram os avós da protagonista Alba. O cenário é com certeza um dos pontos que mais chamam atenção no game, com uma modelagem simples e colorida, os desenvolvedores conseguiram criar um lugar verdadeiramente aconchegante e que corrobora para a sensação pacífica e tranquila que o jogo passa.

O principal objetivo de Alba durante a sua pequena aventura, é recolher assinaturas para um abaixo-assinado que possa impedir a construção de um hotel de luxo em cima da reserva natural da ilha, que apesar de favorecer o turismo, prejudicaria a fauna e flora local, além de promover a “gentrificação”, ou seja, um processo urbano de exclusão, quando um espaço que pode ser acessado por todos é transformado em uma área de uso exclusivo para pessoas com alto poder aquisitivo.

A mensagem ambiental é o objetivo principal do jogo, não chega a ser algo “educativo” e monótono, mas permeia toda a experiência, desde a história até as atividades que você realiza. Me agradou que apesar da mensagem importante, não há uma insistência em longos diálogos ou caixas de texto para ensinar, os próprios eventos falam por sí, o jogador visualiza como a reserva natural é importante para a ilha, como a preservação ambiental garante um espaço agradável para os animais entre outras lições.

É divertido interagir e ajudar os habitantes da ilha para conseguir todas as assinaturas, cada um tem seu papel: o veterinário, a sorveteira, a marceneira e muitos outros. Apesar de não ser nada complexo, os diálogos funcionam e para os adultos, lembra a sensação de ser criança, com uma visão de mundo inocente, porém, sincera. Provavelmente muitos vão sentir uma boa nostalgia ao começar o game.

Explorando e fotografando

A partir do primeiro dia na ilha, você é livre para fazer o que quiser, o espaço não é imenso como em Breath of the Wild, mas tem vários pontos de interesse e a geografia da ilha rapidamente fixa na sua mente. Além de interagir com os moradores para conseguir as assinaturas, provavelmente o que você mais vai fazer é fotografar os animais que vivem na ilha.
Alba ganha um celular dos seus avós e usa um aplicativo que identifica cada espécie de animal. O objetivo é: sempre que ver um animal diferente, bater foto para conseguir catalogar a espécie. Diferente de Pokémon Snap, pouco importa conseguir o melhor ângulo, as fotos funcionam como um meio para conseguir as informações, lembrando mais um sistema de scanner como em Metroid Prime. É divertido explorar a ilha e ficar atento para ver alguma espécie nova, o jogo está todo traduzido para a nossa língua então as informações são de fácil acesso e interessantes.

Outras atividades do jogo também são simples, como coletar o lixo e construir objetos em marcenaria, de forma geral, todo dia há algo para fazer enquanto explora a ilha.
Já acabou?
Em pouco tempo de jogo a experiência chega ao fim, com aproximadamente 4 horas consegui coletar todas as assinaturas e cataloguei 52 dos 61 animais disponíveis. O que mais gostei foi a sensação de paz e tranquilidade que tive, não teve dificuldade nem desafios, mas de fato veio ao fim muito rápido.

O que me questiono é: Alba seria um jogo melhor caso durasse mais? Ao jogar, senti que a simplicidade fazia parte da experiência, os comandos simples, os poucos colecionáveis para encontrar, não é um game que vai ocupar muito o seu tempo e exigir que você dedique horas para ser recompensado. O pouco tempo que você passa com os cenário, as músicas e os diálogos são o charme da experiência, admirando o carinho dos desenvolvedores em cada detalhe.

No entanto, entendo que muitas vezes o jogador espera que o jogo lhe traga horas de experiência para valer a pena, nesse caso eu não recomendaria Alba, ainda mais se você espera uma aventura cheia de reviravoltas e acontecimentos mirabolantes.
Conclusão
Alba não é um game revolucionário ou ambicioso, mas é uma experiência agradável do início ao fim. Passa uma mensagem positiva, diverte e distraí, como um jogo pensado originalmente para plataforma mobile, encaixa perfeitamente no Nintendo Switch. É uma recomendação certa para crianças até 10 anos mas também funciona para adultos, graças a nostalgia que o game passa na representação da infância.
Prós:
• Cenários pacíficos e agradáveis
• Jogabilidade simples e divertida
• Captura a sensação de infância
• Possui uma positiva e importante mensagem
Contras:
• A curta duração pode diminuir o valor do jogo para alguns