
Desenvolvedora: Astral Pixel
Publicadora: Team17
Data de lançamento: 22 de Junho, 2021
Preço: R$ 91,75
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela Team17.
No meio a enxurrada de jogos independentes lançados todos os dias, Super Magbot pode facilmente parecer apenas mais um indie com um estilo de arte inspirado na geração 16 bits, e de fato, existem diversos jogos que fazem parte de tal clichê que se instaurou na indústria de jogos independentes. Plataformer, retro, metroidvania e rogue-like são apenas algumas das palavras que são exaustivamente usadas para descrever “o mais novo jogo independente que vai revolucionar a indústria de vídeo games” quase todos os dias.
Porém, quase nunca tais jogos são recebidos da maneria que seus criadores imaginavam, independente das razões por trás disso. É notável como, apesar de ser um polo de inovação, boa parte da indústria de jogos independentes se encontra presa em alguns clichês que já se tornaram cansativos. Mas mesmo ao se enquadrar em quase todos eles, Super Magbot consegue ser um jogo supreedentemente único, principalmente pelo sua premissa, que apesar de simples, é extremamente divertida e bem executada.

Super Magbot é um jogo que conta a história de Magbot, um robô que possuiu o poder de controlar forças magnéticas, porém, devido ao seu peso, sua habilidade de pulo é perdida. Com isso o jogo introduz suas principal mecânica, que se resume a controlar polaridades positivas e negativas, representadas pelas cores vermelhas e azul respectivamente.
Assim como no eletromagnetismo, em Super Magbot, polos diferentes se atraem e polos iguais se repelem, o que se resume a uma mecânica de jogo extremamente divertida, onde por não conseguir pular, o jogador precisa usar seus poderes magnéticos para se impulsionar contra, ou em direção a uma superfície. Com isso, a sensação de fôlego renovado a cada vez que isso acontece é muito satisfatória, garantindo ótimo ritmo ao jogo. Quando as coisas começam a ficar desinteressantes, a campanha te força a vencer um novo desafio com uma nova habilidade, explorando mais o que o pequeno hominho pesado pode fazer.

Mecanicamente, Super Magbot não foge muito da estrutura padrão dos plataforma, seu objetivo ainda ir de um ponto pré determinado a outro, em alguns momentos, se assemelha com jogos de puzzle, onde você precisa planejar por algum tempo o que deve fazer. Mas diferentemente deles (normalmente lentos e densos), aqui temos uma gameplay fluída e dinâmica, nos exigindo velocidade e atenção. Isso inclui as boss-fights, tendo que explorar o cenário para desviar deles.
Um dos maiores problemas do jogo é o fato de ele justamente não ter muitas destas sequências que exigem velocidade do jogador, já que as fases normais do jogo não possuem muitos incentivos para serem terminadas o mais rápido possível além de um sistema de rankings online. Mas suas posições nestes rankings não lhe recompensam de quaisquer maneiras, o que é ligeiramente decepcionante.
Após terminar todas as fases de um dos mundos, é desbloqueada uma versão alternativa do mesmo, que contém algumas fases extras com uma dificuldade consideravelmente maior que as originais. Essas versões alternativas dos mundos do jogo são chamadas de Broken Planets, que possuem uma explicação na história, que é extremamente simples, como é comum ao gênero.
A história de Super Magbot começa quando, pela primeira vez na história, as forças magnéticas do universo se alinharam perfeitamente, dando origem a Estrela Magnetia, acabando a escuridão de todo o universo. Com isso, diversos fragmentos foram arremessados nos planetas, alguns se alojando na superfície, e outros atingindo seus núcleos, obtendo um poder imenso. Poder esse que foi não passou despercebido por Magsteroid, um asteróide sedento por poder, capaz até de consumir a Estrela Magnetia, então, é missão de Magbot encontrar todos fragmentos antes que seja tarde demais. Como dito anteriormente, a história é bem simples, e funciona apenas como um pretexto para o mundo do jogo, mas ela também dita a direção artística, que é um dos pontos de destaque do jogo.
Visualmente, Super Magbot não nega suas inspirações na geração 16 bits, porém, o jogo continua tendo aquela aparência característica de um jogo independente inspirado nesta geração, cores vibrantes, alguns efeitos que seriam impossíveis na época, animações fluidas, porém sem nada nada necessariamente especial ou único. É o famoso “mais do mesmo”, porém, isso não que a arte do jogo seja genérica ou tecnicamente mal feita, pelo contrário, ela simplesmente não é nada que foge muito do que já foi visto centenas de vezes em diversos jogos do gênero.
O mesmo é válido para sua trilha que não é nada memorável ou única, mas cumpre seu papel de replicar as trilhas dos antigos jogos de plataforma em que o jogo se inspira, o que, mais uma vez, não é um problema, e sim apenas algo que poderia ser melhor.
Conclusão
Em suma, Super Magbot é uma experiência simples, que sabe das suas limitações, e com isso, não tenta reinventar a roda, ou nesse caso, revolucionar a indústria indie. Suas mecânicas de magnetismo são supreedentemente divertidas e bem polidas, assim como seu level design, que poderia aderir um pouco mais das ideias presentes nas boss-fights do jogo.
Visualmente, Super Magbot não é absolutamente nada demais, mas isso não quer dizer que o jogo seja feio ou malfeito. Seu estilo de arte é simplesmente imemorável, assim como seu trilha sonora, ambos poderiam ser facilmente confundidos com quaisquer outros jogos independentes, o que seria uma pena, já que apesar de parecer “apenas mais um jogo indie“, é um jogo polido e divertido, apesar de suas falhas.
Prós
- Jogabilidade polida e fluida.
- Mecânicas divertidas e diversas.
Contras
- Direção de arte e trilha sonora imemoráveis.
- Potencial desperdiçado com fases que se aproveitariam da velocidade do jogo.
Nota Final
7.5