Desenvolvedora: BANDAI NAMCO Entertainment
Publicadora: BANDAI NAMCO Entertainment
Data de lançamento: 26 de Agosto, 2022
Preço: R$ 149,50
Formato: Digital/Físico
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela BANDAI NAMCO Entertainment.
Revisão: Marcos Vinicius
Depois de mais de 15 anos sem uma nova entrada na vertente clássica de jogos de plataforma 3D, PAC-MAN WORLD finalmente retorna com um remake de sua primeira entrada que saiu em 1999 para o primeiro Playstation, com PAC-MAN WORLD Re-PAC.
Mas sem mais delongas, a premissa da aventura é bem simples e carismática. É aniversário do nosso querido Pac, e sua família está preparando uma festa em sua casa, mas durante a arrumação eles são sequestrados inesperadamente pelos fantasmas da Ghost Island, a mando do temível Toc-Man que quer pegar o lugar de seu rival como o verdadeiro Pac-Man. Ao chegar em casa e ver que todo mundo sumiu, nosso herói sai numa jornada para a Ghost Island para libertar seus queridos e derrotar o vilão.
Antes de qualquer coisa, devo deixar avisado que nas opções do jogo, bem no finalzinho da lista temos dois modos principais de desempenho para a versão de Nintendo Switch; o modo resolução —que como implica— traz maior qualidade nos gráficos, enquanto o modo performance traz uma jogatina mais fluída com FPS mais estáveis em troca da resolução menor. E por favor, alterem o jogo para o modo performance, já que o original traz uma taxa de quadros bem menor que o satisfatório e ainda conta com um delay entre os comandos e as respostas do personagem, com o segundo modo deixando o personagem bem mais gostoso de se controlar, e a queda de gráficos realmente não é tão sentida quanto parece.
Tudo muito simples
A começar com o estilo artístico, o jogo traz algo similar aos modelos 3D dos fliperamas que vemos na coletânea PAC-MAN Museum+ que tivemos mais cedo nesse ano [leia nossa review aqui], e tudo é muito simples, não achei um jogo muito visualmente atrativo, nada chama atenção nem parece único. E não entendam mal, o jogo não é feio, e nem mal feito, mas nada faz ele se destacar visualmente., todos personagens e modelos de cenários parecem algo de plástico feito bem rápido, uma pena já que o jogo original tinha um estilo bem gostoso, com ajuda daquela vibe que os jogos de PS1 ajudavam a passar com modelos mais poligonais. E as áreas são bem simples, temos o mundo pirata, o mundo espacial, mundo de circo, nada se destaca como algo único.
Mas é claro que não é só de visuais que se vive um jogo né, ainda mais um jogo de plataforma. Os controles —no modo performance— são bem responsivos, e a movimentação do Pac-Man é bem satisfatória durante os níveis. O personagem conta com algumas principais habilidades, o pulo (que surpresa), um ataque para baixo no ar (a famosa bundada), um pequeno hover para se manter fora do chão por um pequeno tempo (similar ao Yoshi), um dash para uma velocidade instantânea, e um arremesso de uma das pílulas que encontramos nos níveis para atacar os inimigos (que honestamente vale mais a pena usar os outros ataques já que ela interrompe muito a dinâmica do gameplay).
E apesar de nem todos os movimentos serem bem explorados durante os níveis, quase tudo pode ser resolvido só com o pulo comum e a bundada, é um bom arsenal para variar um pouco a jogatina pelos níveis, que infelizmente não são tão atrativos quanto. PAC-MAN WORLD Re-PAC possui seis áreas principais, com cada uma tendo cerca de 3 ou 4 estágios dentro (incluindo a luta com o chefe), e a maioria dá a impressão de acabar quando estão começando a ficar boas, o que é estranho já que as fases não são exatamente curtas, podendo demorar cerca de 10 minutos caso esteja tentando pegar todos coletáveis.
Além de não contar com um grande apelo visual como já citado, o jogo é muito fácil, muito mais que o original inclusive, temos checkpoints a cada 5 passos, mas que também não fazem sentido, já que quando morremos o progresso que fizemos na fase continua, não perdemos os coletáveis e inimigos não respawnam, além é claro de temos incontáveis vidas que coletamos pelo jogo, a ponto de não sentir nenhuma ameaça ao morrer várias e várias vezes em alguma parte do nível. Além de nunca terem uma boa variedade de atividades nos estágios além de sessões bem simples de plataforma. Com certeza o jogo se beneficiaria de alguns puzzles durante os levels, ou algumas quebradas de fórmula pelos estágios, que só acontecem nas fases de chefes, em alguma sessão que não chega a durar muito antes do confronto.
Outro ponto mais negativo, é que as músicas não me cativaram muito, algumas faixas até são legais, mas enjoam muito rápido para níveis que demoram um pouco, ainda mais queelas se repetem durante a área inteira e não possuem um bom ciclo para ouvir várias vezes, de vez em quando eu realmente preferia abaixar o som pois a música me entediava, fazendo eu sentir que não saia do lugar.
Melhor para novatos
E devido a natureza mais linear dos níveis, os coletáveis também não são tão bem escondidos durante o estágio, a maioria está em algum baú bem óbvio no caminho, ou atrás de alguma porta trancada, que precisamos de uma fruta ou item específico para abrir, mas encontrar este objeto sempre é fácil, pois ele sempre estará também no baú, ou aparecerá por algum botão, bem próximo da cela necessária, até às vezes me fazendo questionar se era realmente necessária uma tranca. Em contraponto a minha própria crítica contudo, durante a jogatina experimentei colocar meu primo de 7 anos para experimentar o jogo, que não tem tanta experiência com jogos de plataforma, e notei que ele sim teve um pouco mais de dificuldade em encontrar algumas coisas ou passar de obstáculos que para mim era muito simples.
Então acredito que este remake é uma experiência muito mais intrigante para novos jogadores do gênero do que alguém que já está familiarizado com jogos do tipo funcionam, que acabariam achando uma experiência muito sem sal, não contando com um estilo visual especial para distrair o jogador do level design básico, como a franquia Yoshi costuma fazer.
As lutas contra chefes, porém, devo dizer que são um bom destaque, como já dito, nos níveis dos bosses costumamos ter uma pequena sessão que quebra a fórmula do jogo, como uma corrida de kart, uma sessão de escapada do chefe, ou até mesmo o jogo se tornando um shoot’em’up de navinha por um momento. E mesmo que não sejam tão desafiadoras, são uma ótima mudança do resto do jogo, com formas bem únicas de como derrotar cada um.
Um parque de diversões…vazio
Temos também um Hub World aqui, a ilha fantasma, onde podemos escolher a fase que queremos jogar, e é legal que cada área é temática de acordo com as fases de seu mundo, dando uma sensação de visitar um parque de diversões mesmo, cheia de diferentes temas, e até temos um pouco de liberdade na ordem de escolha de alguns estágios, podendo alternar entre as fases de qualquer um dos três mundos iniciais, e depois podendo fazer o mesmo com o terceiro e quarto quando são liberados. Uma pena que não tem muitas outras atividades interessantes além disso por aqui, podemos andar um pouco pelo cenário, mas não há nada para achar ou descobrir, apenas os membros da família que você já libertou com falas bem genéricas e acesso para as fases de labirinto, que já vou explicar.
Como nos arcades
Em algumas celas das fases comuns também podemos liberar um desafio de labirinto para fazermos, e eles funcionam como se estivéssemos jogando um PAC-MAN clássico, andando pelo labirinto coletando todas pílulas e fugindo dos fantasmas, são um bom divertimento durante as fases para mudar um pouco da mesmice, mas no geral também não apresentam nenhuma grande profundidade já que são exatamente o que parecem, apenas um labirinto para cumprir, que é bem fácil por termos 3 vidas, e então voltamos para a ação de plataforma. É interessante que pelo menos os cenários do labirinto são ditos pela fase que aparecem, às vezes sendo de baixo da água, numa fábrica, etc. E além dos que você encontra nos estágios, também temos alguns outros labirintos para jogar pelo Hub principal, são cerca de 6 ao todo por mundo. E quando vencemos todos labirintos, abrimos um desafio de tentar passar todos eles de uma vez só, agora sim tendo uma sensação mais clássica como dos fliperamas.
E dois bônus legais que ganhamos ao terminar o jogo são uma “chave mestra” que podemos levar para todas as fases que já passamos e abrir as celas sem a necessidade de coletar os itens necessários (embora nem seja algo tão difícil para ter feito naturalmente), e em segundo um fliperama do PAC-MAN original de arcades na primeira parte da ilha, é sempre muito divertido ter um jogo clássico da franquia dentro de um jogo comemorativo para que os fãs possam ver suas origens e ter um divertimento extra.
Conclusão
Concluindo, PAC-MAN WORLD Re-PAC não é um ótimo remake. Em muitos pontos sinto que ele deixa a desejar, não só quando comparado ao jogo original, mas também se torna pouco atrativo quando colocamos ao lados de experiências de plataformas 3D mais modernas. Ele tem seu charme no entanto, o personagem é muito bom de se controlar, e é atrativo principalmente para jogadores que estão aprendendo a jogar videogames e platformers, mas no geral o level design não faz juz ao seu gameplay que precisava de mais variedade para ser bem explorado.
Prós:
- Bons controles (no modo performance);
- Lutas com os chefes;
- Fases de labirinto.
Contras:
- Fases muito simples e fáceis;
- Falta variedade na jogatina;
- Música repetitiva;
- Ainda há quedas de FPS no modo performance.
Nota Final:
7,5
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