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Review | CHAOS;HEAD NOAH / CHAOS;CHILD DOUBLE PACK

Poderia um clássico desgastar-se com o tempo? Confira nossa análise sobre Chaos;Head Noah e Chaos;Child, e descubra se um port pode afetar a história de um jogo, e se um bundle pode fazer perder o valor de um título.
Bruno "Frost51" Mei 05/10/2022

Desenvolvedora: MAGES. Inc., Nitroplus
Publicadora: Spike Chunsoft. Inc.
Data de lançamento: 07 de Outubro, 2022
Preço: R$ 255,46
Formato: Digital/Físico

Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela Spike Chunsoft. Inc.

Revisão: Marcos Vinícius

Se há uma franquia que é inegavelmente popular e influente no nicho de visual novels — ou seja, o nicho de jogos que são basicamente livros com som e imagem — é a franquia Science;Adventure. Apesar desse nome não ser muito popular longe dos principais locais de discussão do gênero, há um jogo que popularizou a franquia até entre aqueles que não conhecem muito o gênero: o popular Steins;Gate. Além de ser uma das visual novels mais aclamadas entre os fãs, conta com uma adaptação de anime que transcendeu o mundo dos jogos e se consolidou como uma animação clássica. Eu mesmo posso atestar que Steins;Gate foi uma das primeiras visual novels que li, justamente por gostar bastante da animação e ficar curioso com o material original.

Steins;Gate, além se tornar um clássico do gênero visual novel, conseguiu fazer sua animação repetir o mesmo feito.

E honestamente? A visual novel supera o anime (que já é muito bom), apresentando uma profundidade maior no conteúdo e mais desenvolvimento de personagem. É ultra imersiva e, mesmo que eu não tenha jogado outro Science;Adventure desde então, fico com essas boas memórias guardadas — e assim, expectativas positivas são formadas, e eu sei que um dia eu voltarei à franquia para dar uma olhada nas outras obras. Até porque Steins;Gate é exceção, porque os outros jogos da saga tem adaptações de anime infames e problemáticas; e claro, eu prefiro ter a experiência das novels por conta de manterem a profundidade narrativa originalmente pensada.

Finalmente, com o anúncio da tradução de Chaos;Head Noah, a minha chance de conferir mais da franquia chegou (e ainda com Chaos;Child, já traduzido, de brinde). Para quem não sabe, Chaos;Head é o primeiro Science;Adventure, e ele é um jogo unicamente peculiar; se destacando dos outros jogos especialmente por conta dos seus temas principais e sua abordagem. Sendo vago, Chaos;Head incorpora elementos de horror psicológico extremo e atmosferas pesadas, para evocar um curioso senso de paranoia. O “Noah” depois do título significa que é a versão revisada, que adiciona mais conteúdo e completa a narrativa. Perfeito para iniciar na franquia, né? Devia ser.

Nessa análise, eu irei analisar o peculiar processo de massacre artístico, reforçado de todos os modos possíveis. Chaos;Head Noah provavelmente é bom, ou pelo menos devia ser; mas esse lançamento se esforça o máximo possível para desmantelar tal obra na cara do leitor. Não, o problema não é o jogo: é especificamente essa versão ocidental. Eu não apenas não irei recomendar essa versão, eu irei ativamente recomendar que você evite essa versão.

A Fundação da Obra

Chaos;Head, apesar de ser um Science;Adventure, busca referências específicas em jogos antigos dos anos 90 acima de ficção científica.

Chaos;Head Noah é um jogo cheio de horror psicológico, incorporando o tal do horror denpa (電波): um movimento específico dos anos 90 que inclui três jogos principais: Tsui no Sora, Sayonara wo Oshiete e Jisatsu no Tame no 101 no Houhou. O jogo inclui muitas referências ao gênero em si, já de cara fazendo o seu protagonista conversar com uma amiga imaginária que é uma espécie de garota de anime; replicando a dinâmica de Tsui no Sora entre Takuji e a tal da “Garota Mágica Riruru”, por exemplo. Esses jogos foram feitos na década de 90 do Japão e refletem esse período: desesperança, choque e horror.

Esse foi o período que alguns dos maiores crimes da história do Japão foram cometidos e também, foi a era dos infames cultos “new age“: religiões bizarras que muitas vezes englobavam até práticas criminosas. O ataque do metrô de Tokyo até hoje é o exemplo mais relevante desse assunto, mas basta pesquisar no Google sobre e inúmeros crimes bizarros dos anos 90 aparecem. Esses jogos, pertencentes ao nicho dos eroge (jogos eróticos), refletiam essa época de modo nu e cru. Apesar do excesso do valor de choque e de certa imaturidade artística, são tidos como clássicos cult e lidos até hoje por conta da relevância histórica e de certas qualidades interessantes: como o uso constante de surrealismo ou a pesada narrativa psicológica.

Tsui no Sora, da KeroQ, é um exemplo prático de horror denpa.

Esse choque, apesar de muitas vezes passar no ponto, constrói a estética do gênero. Formando-se essas convenções, a consistência delas acaba abrangendo mais significado: se torna uma parte de seu zeitgeist, e tal choque deixa de ser meramente choque. Se torna parte de uma estética maior — com um significado maior. Esses jogos podiam ser assim pois eram eroge, já tinham a classificação +18 no Japão. Isso conferia liberdade criativa total, desde que o pornô ainda seja colocado. E muitas vezes, esses jogos até conseguiam usar das cenas de sexo construtivamente na narrativa, se tornando um misto de arte com pornografia — algo não muito incomum no Japão considerando que lá também haviam filmes roman porno, similares ao nosso pornochanchada.

Um dos motivos que estou aprendendo japonês é justamente a curiosidade com esses jogos, e no momento até consigo jogar eles sem gigantes dificuldades. É necessário saber a língua falada e é necessário aceitar essa estética para iniciar Chaos;Head. Ao contrário do seu primo rico, esse é um jogo que vai abusar de uma narrativa pesada e de referências à geração desses jogos para estabelecer uma história pesada; mas tudo ali tem significado e agrega em algum nível. Remover a estética de Chaos;Head é remover o coração dessa obra, se estabelecendo esses dois pilares: a linguagem (pois é uma VN), e a estética pesada.

Chaos;Head se apropria da estética denpa para conduzir sua narrativa.

Dito isso, é estabelecida uma linha clara e simples de se seguir em relação ao contexto da obra. Existe um contexto histórico e uma direção específica que deve ser seguida para garantir um lançamento digno desse clássico. E isso infelizmente não aconteceu.

A Destruição da Obra

O lançamento ofensivo de Chaos;Head inviabiliza a recomendação do pacote.

O primeiro fator que me desagradou é óbvio: o jogo foi censurado. Eu não entendo o motivo disso, considerando que a versão de Xbox não tinha censura e provavelmente não seria rejeitada no Switch. A versão escolhida foi a de PS3, e creio que a Spike Chunsoft não entendeu algo quando fez esse lançamento: esse jogo tem um contexto artístico específico. Essa tentativa de adequar essa história aos fãs de Steins;Gate esquece de um fator importante: esse jogo não é Steins;Gate, e essa é a graça. É para ser puro horror psicológico, e Chaos;Head se diferir dos outros jogos nesse aspecto adiciona mais é variedade na franquia — que é justamente uma das graças dela.

A tradução, mesmo quando acerta, ainda conta com uma prosa travada; falhando em passar as nuances.

O segundo fator é… a tradução. É inaceitável que uma empresa com tantos recursos quanto a Spike Chunsoft lance traduções e ports tão decepcionantes. Não basta o fiasco recente do Robotic;Notes, agora a tradução de uma das visual novels mais esperadas dos últimos 5 anos veio com péssima qualidade? É, seria melhor só contratar grupos de fãs a esse ponto, especialmente porque os fãs sempre consertam todos os problemas de lançamento que a franquia frequentemente tem; e isso não é de hoje.

Inclusive, já anunciaram que estão trabalhando em melhorias para os erros supracitados, mas aí que vem: tudo com patches que provavelmente vão exigir algum nível de hacking, modding ou arbitrariedade. Isso afasta o usuário comum, que provavelmente não é familiar ao assunto, impedido de conferir a obra do modo que devia ter sido lançada.

Um exemplo de má tradução está literalmente no começo do jogo.

Essa é a fala em questão, que será analisada.

A primeira coisa que deve ser denotada é a falta de naturalidade, “Eyes were above me” soa bem esquisito, apesar da ligação do “their gaze pouring down like rain” ainda manter um aspecto poético. Entretanto, em japonês, o significado é até mais simples: 視線が空から降ってくる… Significa aproximadamente: “Do céu, olhares recaem.” ou “Do céu, um olhar recai.”

A confusão se dá pelo fato que a palavra utilizada foi “降ってくる”, é derivado do verbo cair (降る). O fato que também é usado para a palavra “chuva” fez o tradutor crer que havia uma espécie de paralelo entre a chuva e o olhar, sendo que tal termo pode ser usado para diversos contexto; e não apenas chuva.

Apesar do erro não ser revoltante, o fato dessa ser a primeira frase do jogo é bem revoltante: como isso não foi encontrado na revisão? E há erros muito piores posteriormente no jogo. Desde inconsistência de termologias e nomes, até a prosa — muitas vezes torturantes de se ler. E eu sei que alguns estão se segurando para me sugerir a leitura em japonês, mas o ponto é: nem isso é possível, o jogo não permite a mudança de línguas. Logo, terá acesso apenas a uma versão mal traduzida, sem disponibilidade de simplesmente mudar para a língua original.

Um Presentinho nos Escombros

Chaos;Child, apesar de tudo, está bom como sempre.

Se há um bom aspecto nesse lançamento, é o fato que Chaos;Child, a sequência temática de Chaos;Head, também foi portada. Felizmente, ela recebeu um ótimo tratamento, assim como o port atual de PC faz. As aventuras de Takuru, que acabam englobando uma mistura de murder mystery com os elementos psicológicos do seu antecessor, estão felizmente acessíveis agora também na plataforma da Nintendo; sem a necessidade de hacking, mods ou afins. Entretanto, um aspecto é simplesmente desmotivador: Chaos;Child recompensa o jogador que foi atrás do Chaos;Head anteriormente, sendo recomendável que sua leitura seja feita após o antecessor. Entretanto: não é recomendável ler Chaos;Head nesse pacote pelos motivos já supracitados; e é difícil assim de entender qual o ponto desse pacote.

O pacote, como um todo, se torna uma opção esquisita: por qual motivo você compraria o double pack quando há a disponibilidade de Chaos;Child sozinho e o Head não está nem próximo do aceitável? Qual o ponto de jogar Chaos;Child agora se a melhor experiência de Chaos;Head estará logo disponível no PC? Qual o motivo de ter Chaos;Head se ele provavelmente não poderá ser consertado no Switch, exceto por recursos ilegais como desbloqueios? E mesmo que a tradução seja, por algum milagre (considerando que não é de praxe da Spike Chunsoft fazer isso), ainda terá que jogar a versão censurada, enquanto no PC estarão jogando a versão completa, provavelmente consertada por fãs. É, como dizia o Chaves: seria melhor ter visto o filme do Pelé.

Desilusão Negativa

Infelizmente, esse lançamento repete o padrão do resto da franquia Science;Adventure: jogando o trabalho de consertar os problemas para os fãs.

Robotic;Notes quebrou recordes em descaso — sendo talvez a primeira visual novel sem suporte à mouse no PC. Logo, espero ansioso o port de PC de Chaos;Head Noah para ver se tal icônica tragédia irá se repetir, em uma espécie de autotortura metalinguística. Deve-se denotar, entretanto, que a má localização já mantém a tradição da franquia no ocidente: mais um lançamento pífio que exige hacking dos fãs. Parabéns aos envolvidos, o pacote se tornou inútil e a única boa notícia é o port do Chaos;Child, uma sequência que recompensa o conhecimento de seu antecessor (bloqueado por uma péssima tradução).

Apesar disso, quero usar desse espaço para falar que a Steam arbitrariamente impediu Chaos;Head Noah de ser lançado na plataforma, dificultando mais ainda o processo dos fãs em consertarem o jogo. Agora, os fãs estão trabalhando em um port + patch, um esforço surreal para consertar esse clássico; e isso é chocante. Para resolve isso os fãs organizaram uma campanha, identificada pelas hashtags #SaveChaosHead e #SaveSciADV. No perfil oficial do Twitter estão organizando diversas ações para cobrar que a Steam reverta tal ban injusto, que impossibilita que o primeiro jogo da franquia de Chaos;Child seja lançado, tornando a biblioteca presente no PC incompleta. Por agora, se quer ajudar: assine a petição e contribua para impedir tal injustiça.

Quem sabe tal mobilização não mostre também para a Spike Chunsoft que há interesse na franquia Science;Adventure além da subfranquia Steins;Gate? Assinar tal petição também pode estimular ao controle de qualidade da Spike aumentar, algo que é devidamente necessário, especialmente considerando a tragédia que é esse infeliz pacote.

Prós

  • Chaos;Child portado é a maior vantagem deste pacote, que é jogo já consolidado e muito bem falado.

Contras:

  • Pacote como conjunto não tem sentido, apenas a sequência está lançada satisfatoriamente;
  • Tradução ofensiva em Chaos;Head Noah;
  • É difícil você defender uma tradução ruim, quanto o gênero é visual novel: eu comprei isso para ler, pelo amor de Deus.

Nota Final:

5

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