
Desenvolvedora: Neotro Inc.
Publicadora: Phoenixx
Data de lançamento: 19 de janeiro, 2023
Preço: R$ 73,99
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela Phoenixx.
Revisão: Marcos Vinícius
Dentro da minha pequena trajetória escrevendo aqui no NintendoBoy tive a oportunidade de experienciar, e escrever sobre, jogos dos mais diversos gêneros. Desde jogos de Mahjong até jogos de terror, cada um demonstrou ter suas peculiaridades que os tornam únicos. Incluso nesse pequeno montante de jogos um dos gêneros que teve certo destaque foram os conhecidos shumups.
De R-Type a Cotton, foram raras as vezes que a estrutura básica dos jogos do gênero se alteraram de forma alguma. Porém, NeverAwake já em sua introdução demonstra ser algo completamente diferente dos jogos dos seus antecessores de gênero.
Um pesadelo que você vai querer acordar.

O início de NeverAwake já começa como uma boa forma de introduzir o jogador aos temas que são presentes dentro da atmosfera estética do jogo, trazendo um certo tom de mistério, mostrando o que aparenta ser a protagonista em um coma, dizendo em seus pensamentos que não consegue se mover e pedindo ajuda a alguém, logo após isso o jogador já é introduzindo de forma direta ao menu de seleção de fases do jogo.

Em primeira análise, nota-se o cuidado e apresso pela direção artística do jogo, que busca demonstrar tanto sonoramente, através de melodias piscodélicas, quanto visualmente, através de uma parte estética bizarra e fantasiosa, que demonstra que claramente estamos dentro da mente da protagonista, junto aos seus medos, traumas e inseguranças.
O que acaba se entrelaçando com a gameplay do jogo, que se apresenta aqui como um twin-stick shooter, ou seja, aqui o jogador tem que controlar tanto a direção do disparo de seus projéteis quanto a direção do personagem que aqui controla, que também é motivo de mistério e dúvidas, já que em nenhum momento o jogo deixa claro qual é sou nome, ou do que exatamente essa, ou esse, personagem se trata.

O fator da parte estética do jogo que está diretamente ligada a jogabilidade do jogo é o fato que os inimigos se revelam como uma projeção de coisas que causam alguma forma de medo na protagonista, que inicialmente é revelada como uma criança. Ou seja, em NeverAwake, você vai ter batalhas contra legumes, cachorros e até alguns monstros que mais parecem bizarrices abstratas, mas na verdade não passam de uma mariposa ou algum outro inseto, tudo isso dentro de uma representação bizarra da mente de uma menina.

A jogabilidade do jogo foge um pouco do padrão linear que a maioria dos shumups seguem, já que para progredir entre fases, não é necessário apenas chegar ao final de uma destas com vida, e sim coletar uma determinada quantidade de almas que são deixadas por seus inimigos. O que por conseguinte, introduz a mecânica de loops que é um dos pontos que, em minha opinião, mais diferenciam o jogo de outros semelhantes do gênero.
Caso você não consiga coletar a quantidade de almas necessárias em sua primeira passagem por uma fase, isso aqui não é um problema, já que a fase reiniciará automaticamente, só que dessa vez, em um novo loop, razoavelmente mais difícil que o anterior, que permitirá o jogador coletar a quantidade necessária de almas para avançar sem maiores problemas. Essa mecânica de loops traz uma fluidez ao jogo atípica a jogos do gênero, já que assim dificilmente o jogador ficará preso em alguma fase do jogo por muito tempo, o que torna a experiência muito mais agradável.

O jogo também traz um sistema de upgrades que são desbloqueados através da progressão de fases, e adquiridos com as almas coletadas pelo player nas mesmas, o que acaba trazendo uma profundidade maior a as mecânicas do jogo, já que o jogador agora tem a possibilidade de utilizar armas, itens de defesa ou regenerativos em momentos mais oportunos dentro das 80 fases que o jogo traz consigo.
Conclusão
Tudo isso culmina numa experiência que é tão estética quanto mecânica, já que essas duas partes são essencialmente inseparáveis em NeverAwake. Uma trilha sonora psicodélica e misteriosa, combinada com uma direção visual bizarra e misteriosa, mesmo quando trata de fatos mundanos, como cães, vegetais e dentistas, mostram ser a combinação perfeita para uma gameplay que se propõem a ser ágil e fluida, sempre prezando pela experiência do jogador.
Prós:
- Jogabilidade rápida e fluida, trazendo o melhor que os twin-stick shooters tem para oferecer;
- Parte estética impecável, retratando de forma interessantíssima a mente de uma jovem menina e seus medos.
Contras:
- Em alguns momentos fácil demais, em especial se utilizando da mira assistida, a qual é oferecida ao jogador logo no único do jogo, que aqui recomendo a desativação a todos aqueles que gostam de alguma forma de desafio.
Nota:
9