Desenvolvedora: Pupuya Games
Publicadora: Idea Factory International
Data de lançamento: 07 de Março, 2023
Preço: R$ 260,00
Formato: Digital/Físico
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Idea Factory International.
Revisão: Marcos Vinícius
Na última década poucas empresas tiveram um impacto tão grande no mundo dos videogames como a FromSoftware. Apesar do lançamento de Demon Souls em 2009 exclusivamente no PlayStation 3, não seria errado dizer que o primeiro grande título do gênero souls é realmente Dark Souls. O sucesso de Dark Souls é inegável, e se deve em boa parte por ir na contramão dos jogos que vinham sendo lançados em torno dos anos 2010.
Enquanto boa parte da indústria concentrava seus esforços em jogos que tinham como foco trazer uma experiência cinematográfica aos consoles, desde o primeiro título souls a FromSoftware já demonstrou uma visão especialmente contrastante as principais abordagens da época. Com uma narrativa inicialmente enxuta, porém consideravelmente complexa em segunda análise, os jogos da série souls descartam quase por inteiro a ideia de “pegar o jogador pela mão” em sua gameplay, com poucas, porém valiosas dicas ao decorrer do jogo.
A verdade é que, eu poderia escrever dezenas de parágrafos sobre o gênero que ainda existiria no mínimo o dobro sobre o que escrever aqui, porém o que é interessante a essa review é compreender o fato de que as ideias que foram difundidas pela FromSoftware através de seus jogos foram altamente influentes, resultado em diversos jogos que se inspiram no gênero para criar novos títulos com seu próprio twitst, esse é o caso de Little Witch Nobeta.
Moe e Dark Souls
Se inicialmente a ideia de um jogo altamente punitivo com uma narrativa sombria parece no mínimo contrastante com uma bruxinha fofa e carismática, que ao decorrer do jogo apresenta empatia até com os inimigos mais perigosos de seu mundo, essa ideia vai se esvaindo ao decorrer da aventura. A introdução que o jogador tem ao mundo de Little Witch Nobeta é bem básica e enxuta: encontrar um trono, que de nada se sabe até então, e pouco se é falado ao decorrer do jogo.
Mecanicamente, o jogo apresenta tudo que se espera de um souls-like: um sistema de almas que são utilizadas em upgrades de stats do seu personagem, o clássico sistema de checkpoints onde o jogador sempre renasce com uma dedução de suas almas, além do clássico e óbvio combate punitivo, onde diferentemente de outros títulos de ação mais de um inimigo pode de atacar de uma vez só, o que além de dificuldade, acrescenta complexidade ao jogo.
O que difere Little Witch Nobeta dos demais jogos inspirados na série souls é o seu combate, que é majoritariamente focado em projéteis, assim se apresentando como um “shooter souls-like“. Tal mudança no combate do jogo já causa uma grande diferença nas dinâmicas do mundo do jogo, já que ao decorrer do jogo você terá apenas 4 tipos de projéteis diferentes que são representados pelos 4 poderes mágicos diferentes que Nobeta, a bruxinha que é protagonista do jogo, descobre ao decorrer do jogo.
A quantidade pequena de poderes, sendo todos estes projéteis, com uma variação corpo a corpo, que pouco difere de um poder ao outro, é de certa forma um prelúdio para como o grande esquema do jogo funciona como um todo, já que boa parte do que torna os jogos da série souls tão adorados, não se encontra presente aqui, pelo menos não em sua maior parte.
Inicialmente o jogo já traz consigo sinais que o jogo toma algumas liberdades que o diferenciam dos demais jogos do gênero, uma delas é seu level design que aqui é linear em quase sua totalidade. Inicialmente imaginei que não seria um problema, mas ao decorrer do jogo o contrário se prova verdade. A conjuntura de um combate repetitivo, com cenários que se confundem entre si e inimigos que são reaproveitados ao decorrer do jogo torna a experiência algo muito abaixo de excepcional.
Little Witch Nobeta sofre muito de um problema causado pela exaustiva repetição de quase todos aspectos, desde seu combate até seu level design, que é desinteresse em seu melhor e simplesmente exaustivo na maioria do tempo. A história também não ajuda muito ao título, sendo extremamente fracionada em sua entrega ao jogador, apenas tendo maior luz na apresentação do chefes que são encontrados ao decorrer do jogo.
O caos do jogo é premiado com uma performance consideravelmente instável, em especial nas lutas contra chefes, onde nessas uma resposta rápida e precisa é o mínimo esperado, porém o mínimo não é entregue aqui. Tudo isso junto se visuais desinteresses, salvo o design de Nobeta e dos principais inimigos da trama.
Moe e decepcionante
Talvez seja meio rígido avaliar Little Witch Nobeta dessa forma, é triste dizer mas o jogo se demonstra decepcionante em tudo que se propõem a apresentar, desde sua gameplay até sua trilha sonora. O jogo talvez fosse melhor definido como um emaranhado de boas ideias, que não tem a melhor das execuções. Espero que em uma eventual sequência, os devs de Little Witch Nobeta possa realizar todo o potencial apresentado aqui.
Prós:
- Ideias interessantes fazem parte do conjunto do jogo;
- Design interessante dos chefes do jogo.
Contras:
- Cenários e inimigos repetidos à exaustão;
- Problemas de performance;
- Combate extremamente monótono e sem maiores complexidades ou diversidade.
Nota:
5