
Desenvolvedora: Crystal Dynamics, Feral Interactive
Publicadora: Feral Interactive
Data de lançamento: 29 de junho, 2023
Preço: R$ 59,99
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela Feral Interactive.
Revisão: Davi Dumont Farace
Desenvolvido pela Feral Interactive e também pela Crystal Dynamics — criadora de todos os jogos da franquia Tomb Raider —, The Lara Croft Collection traz os títulos Lara Croft and the Guardian of the Light (2010) e Lara Croft and the Temple of Osiris (2014), sendo eles jogos de ação e aventura spin-offs da saga da arqueóloga. Porém, o foco aqui é muito mais a diversão com amigos, por serem os únicos da franquia que tem modo multiplayer.
Além disso, a escolha do ângulo de câmera é um tanto curiosa, e vale considerar que um jogo é praticamente sequência do outro, trazendo diversas similaridades. O port para Nintendo Switch no entanto traz os dois títulos em um único pacote, com menu para selecionar qual iniciar, havendo também suporte em português do Brasil no segundo game.
Arqueologia, mas com armas
Apenas ambientando os desconhecidos: Lara Croft é uma arqueóloga daquelas de filme, que é mais atlética que um acrobata medalhista, mais descolada que o John Travolta em Grease, e mais bonita que uma conta paga. Ela viaja pelo mundo atrás dos mais diversos mistérios e segredos, e muitas vezes isso envolve magia, deuses, monstros e mitos em geral.

Aqui não é muito diferente: Em Guardian of the Light, durante uma exploração, Lara desperta um ser antigo ao tocar num artefato mágico dentro de um templo, e também quem o selou. Com isso, cabe a eles restaurarem a paz, impedindo o vilão de reconstruir seu exército de mortos-vivos e tomar o mundo a força.
Em Temple of Osiris, Lara desperta um ser antigo ao tocar num artefato mágico dentro de um templo, e também quem o selou. Com isso, cabe a eles restaurarem a paz, impedindo o vilão de reconstruir seu exército de mortos-vivos e tomar o mundo a força.
É, não tem nada mais que isso realmente… Mas tudo bem, pois esse tal guardião será o braço direito de Croft, e permite o multiplayer, dividindo tarefas, e até alterando um tanto o que cada puzzle requer, mas mantém a ideia básica. No primeiro jogo, seu aliado é o guardião do templo, um guerreiro pre-colombiano que porta uma lança dourada. Jogando sozinho, ele passa a lança para Lara, que a usa como primeira arma, sendo essencial para passar de diversos puzzles e cenários.
No segundo, temos outros três personagens, sendo outro arqueólogo, Isis e Horus na sua forma humana, que estavam aprisionados no templo. O objetivo é eliminar Seth, outro deus egípcio, utilizando um cajado mágico e habilidades com as magias locais para prosseguir.

Spin-off ou outro jogo?
Galera, eu não sou o maior conhecedor de Tomb Raider, só tendo contato real com a franquia em 2019, com o ‘reboot‘ lançado para PS4, também pela Crystal Dynamics. Mas, não temam, pois me ajudando nessa análise tive uma especialista nos jogos antigos, tendo jogado absolutamente todos os outros jogos da saga diversas vezes.
A opinião conjunta foi que esse jogo, afinal, é um jogo completamente a parte da franquia inteira, só usando a temática de exploração como plano de fundo para justificar as incursões através das fases que Lara percorrerá.
Quanto a jogabilidade, a vista de cima nos dois jogos é bem questionável, pois é de um ângulo um tanto estranho, pois sempre parece que tem algo na sua frente, e muitas vezes tem mesmo. Quanto aos controles… claramente foi feito para computador. Explico: a mira é feita no analógico direito, e o disparo no ZR, o que no Switch não é a opção mais agradável, pois não “entramos num modo tiro”, apenas continuamos vendo como sempre, mas agora travados com isso.
Além de ser Co-Op, The Lara Croft Collection traz nos dois títulos um sistema de pontos, acumulados por matar inimigos e coletar tesouros. Coletando X itens, ou completando certos desafios, ganhamos recompensas como artefatos que aumentam nossas capacidades de combate, velocidade, etc. Isso mais pra frente torna tudo um tanto mais fácil, o que é bem vindo, afinal.

Os 3 Rs da reciclagem
Algo que me incomodou foi a falta de originalidade em absolutamente tudo nesse jogo. A começar dentro da franquia, toda a trilha sonora, todos os trajes são copiados de outros jogos. Muitos dos cenários e inimigos também são altamente inspirados, alguns só repaginados mesmo.
Na verdade, esse jogo é super genérico e funcionaria com qualquer personagem como Indiana Jones, Nathan Drake, ou mesmo qualquer nome que você inventar. Relamente depois de uma ou duas fases você já ta meio… meh. Nenhum puzzle é difícil para se sentir minimamente desafiado, mas em Temple of Osiris o combate já se torna desproporcionalmente difícil, e chega num ponto que você só cansa e não quer mais saber daquela fase.
Além disso, se compararmos com outros jogos da época do lançamento, tais como Kingdom Hearts Birth By Sleep, Super Mario Galaxy 2, COD: Black Ops, Bioshock 2 e o próprio Uncharted Drake’ Fortune (2007), é quase inadmissível lançar algo desse nível sob a capa de Tomb Raider e não entregar nada perto do mínimo exigido para a saga.

Conclusão
É um jogo, definitivamente. Jogar sozinho com toda certeza não tem graça, pois é pensado muito mais em jogar em dupla ou grupo. Por exemplo, jogar sozinho e coletar pontos, embora te dê recompensa de itens, não é nada muito incrível, pois os artefatos são semelhantes. No Coop, isso já se torna uma competição amigável, pra competir com sua dupla quem fez mais pontos.
Mas, é um jogo que passa o tempo e diverte sim, mais legal que Candy Crush e mais interativo do que passear no Instagram. É uma pena de verdade que ele pareça inacabado e prejudicado por decisões ruins dos desenvolvedores, e acabou por não fazer Jus ao nome dos Croft.
Trazê-lo para Switch tantos anos depois serve para manter o jogo vivo, mas definitivamente datado, e honestamente para mim, só atende quem realmente quer muito jogar qualquer coisa do tema ou do formato.
Prós:
- Finalmente “Tomb Raider” no Nintendo Switch, de alguma forma…
- Divertidinho, mas é melhor em multiplayer.
Contras:
- Nada original e muito genérico;
- Repetitivo;
- Não tem história, praticamente.