
Desenvolvedora: Shinyuden
Publicadora: Ratalaika Games
Data de lançamento: 22 de Setembro, 2023
Preço: R$ 29,99
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Ratalaika Games.
Revisão: Marcos Vinícius
Dois passos à frente, três para trás. Cyber Citizen Shockman 2: A New Menace foi o único jogo da franquia lançado aqui no ocidente antes do port do primeiro jogo: Cyber Citizen Shockman, previamente analisado aqui no NintendoBoy.
Esse segundo jogo, na época chamado apenas de “Shockman”, já que costumes da época quanto a lançamentos de jogos japoneses e suas sequências sempre confundia os consumidores (Vide toda a franquia Final Fantasy durante a época do SNES) agora é lançado no Switch poucos meses após seu antecessor, que está fresco em minha memória como uma empreitada interessante para um jogo de plataforma de sua época, demonstrando o que foi consertado e o que foi quebrado por uma falta de direção como sequência.
Leia também:
Direto ao ponto, sem desvios

Cyber Citizen Shockman 2 descarta o sistema de escolha de rotas e upgrades encontrados nas fases do primeiro game e toma uma linha tradicional de jogatina: Uma cutscene acontece para explicar a situação e onde os personagens estão, fase acontece, cutscene acontece para explicar onde o personagem vai em seguida, repete.
Não é um formato ruim, tanto que é um formato utilizado até hoje, linearidade não é uma qualidade positiva ou negativa, é apenas o que ela é, uma qualificação, mas isso tira um apelo muito interessante da franquia para sua época, a expressão do jogador em como ele vai terminar o jogo, e coloca ele junto aos seus colegas de plataforma da época.
É importante entender que a indústria sempre foi corta-garganta, e assim como todas as formas de mídia da cultura pop, modas vem, modas vão, e com os jogos não é diferente. No começo dos anos 90 a internet ainda não era de grande acesso ao público geral, revistas não poderiam cobrir todos os lançamentos em todos os consoles, e meio a todos esses lançamentos era impossível manter a conta de quantos deles eram jogos de plataforma side-scrollers.
Nesse cenário existia Shockman, em um console já afogado na briga de ambos Super Nintendo e SEGA Mega Drive, sem nenhum nome prévio como desenho ou quadrinho e antes do boom de animes, pelo menos nos EUA. A qualificação de mérito nulo não diminui ou aumenta a qualidade do jogo, mas vendo em uma retrospectiva histórica, certamente coloca ele como “Apenas mais um”.
Pule e atire
Controles e jogatina simples, o jogador pode pular, atirar, para cima ou para frente e carregar seu tiro. Todos os inimigos se movimentam como se todos fossem IAs de velhos jogos de fliperama de nave. O desafio não se encontra no uso desses elementos com level design refinado e justo, mas com momentos de punição. Entre a lição de amor ou dor, Cyber Citizen Shockman 2 faz sua escolha.
Com o progredir do jogo ele não se torna mais difícil, sua dificuldade permanece constante durante toda a jogatina, o que muda é que o level design vai lentamente melhorando, com os momentos dos níveis se tornando mais interessantes de enfrentar do que simplesmente tomar dano de um inimigo que saiu da água.
Masterizar os níveis não é uma tarefa das mais difíceis, já que sempre que o jogador morrer ele terá que começar o nível do zero, sem checkpoints, como as fases são curtas isso não deveria ser um problema, mas há vezes que o jogo continua antes da cutscene da fase, que não pode ser pulada, chato.
A única outra forma de jogo presente são as sessões de veículo. Seja submarino, jato ou espaçonave, eles jogam da mesma forma, e ali o jogo abraça completamente o gênero de space-shooter. O jogador ganha controle de todas as direções cardeais e colaterais em troca de seu pulo e não pode mais atirar acima do próprio personagem, mas o tiro e sua carga permanecem idênticos.

O extra
Não dá pra dizer que esses jogos foram portados ao Nintendo Switch, na verdade é mais seguro dizer que é uma forma de emulação oficial, com features comuns para softwares desse gênero.
Save e Load States, que são a única forma de salvar seu progresso, já que o jogo original não possui essa função, e uma forma de rebobinar ou avançar o tempo, suprindo de forma externa os problemas de não poder pular as cutscenes ou a dificuldade injusta. Não irei me defender e assumir meus pecados, utilizei muito dessa função durante minha run.
Não haverá uma crítica elaborada da história desse jogo, ele se propõe a apresentar uma história semelhante aos velhos animes de henshin dos anos 80-90, com muitos de seus clichês e, desde o primeiro jogo, um estilo de arte similar, que transparece nas sprites de personagens que são bem mais charmosas que as do primeiro jogo, mas nada tão bonito para resistir o teste do tempo.
Quanto a trilha sonora, ela é repetitiva e pouco memorável, refazendo algumas das músicas do primeiro jogo que nunca foram composições tão incríveis assim para compensar, então nesse aspecto não há memorável para declarar.

Conclusão
Cyber Citizen Shockman 2: A New Menace não é um jogo ruim, mas não tem nada muito memorável para ficar na mente do jogador após ele terminar. Seus controles e jogatina são okay, seu level design vai de ruim para okay, sua trilha sonora é pouco memorável, mas não irritante e ele termina, se bem jogado, em média de uma hora.
Para fãs de velhos jogos de plataforma que já jogaram de tudo que tem por aí, talvez ele seja uma boa pedida para passar uma tarde de domingo jogando, mas não há uma gema escondida aqui, nem mesmo um clássico, a melhor forma de resumir ele seria copiar e colar a descrição dele do site da Wikipédia. Não sei se o fã mais ávido dessa franquia irá me odiar por dizer essas palavras, só temo que por ter jogado dois desses, esse fã seja eu. Eu jogaria um terceiro.

Prós
- Simples de pegar e jogar;
- O level design melhora muito com o progredir do jogo;
- Funções do emulador ajudam bastante.
Contras:
- Níveis iniciais frustrantes;
- Trilha sonora pouco memorável;
- Falta de checkpoints.
Nota Final:
6
- Review | Shotgun Cop Man - 30/04/2025
- Review | NEEDY STREAMER OVERLOAD: Typing of The Net - 13/03/2025
- Review | NEEDY STREAMER OVERLOAD - 07/03/2025