
Revisão: Paulo Cézar
A chegada de Fire Emblem Engage gerou um burburinho na comunidade de fãs da já clássica série de SRPG da Nintendo e Intelligent Systems, onde veteranos e novatos colidiram suas opiniões a respeito da mais recente entrada da franquia.
De um lado, jogadores Old School festejando por Fire Emblem ter “voltado às suas raízes” ao priorizar a gameplay tática intensa em vez da narrativa; enquanto do outro são fãs habituados a narrativa densa e entrelaçada de Three Houses reclamando de que, pasmem, Engage não era como seu antecessor — não era “Three Houses 2” propriamente dito.
Mas e aí, a simplicidade narrativa de Fire Emblem Engage realmente pesa para àqueles que procuram uma experiência genuína de Fire Emblem? Eu não irei responder isso, mas junto do Lucas e do Luiz Estrella — que diga-se de passagem, estão transbordando de lucidez aqui — vamos exaltar as virtudes de Engage para mostrá-los que há muito mais nele do que um design narrativo “pouco inspirado.”
O Gameplay, é óbvio
— Por Marcos Vinícius
Incontestavelmente o ponto mais forte de Fire Emblem Engage, e em muitos aspectos sobressaindo Three Houses. Mas antes, é bom ressaltar que, sobretudo, Fire Emblem é um série de RPG de estratégia que em casos comuns ousa menos em inovar e foca mais no polimento de suas mecânicas. Algumas mecânicas inclusive são deixadas de lado para voltar aprimoradas entradas depois a depender do contexto do jogo, como é o caso da mecânica de Child Characters.
Entendendo que Fire Emblem é uma brincadeira de “tira e põe” (Epa! calma lá, amigo!) de mecânicas a cada novo jogo, Engage no entanto ostenta de sua singularidade que dificilmente (ou nunca) será replicada em jogos futuros da franquia; estou falando dos Emblem Rings. Os anéis que representam os heróis que protagonizaram suas respectivas aventuras — os Emblem Rings — servem não apenas como uma homenagem à série na qual Engage sempre se propôs a ser, mas também uma forma de aplicar o legado de cada jogo em forma de mecânica de gameplay.
Alear e seus aliados encarnam características visuais do Emblem Ring utilizado e seu moveset será inspirado no lorde escolhido, variando o movepool e, consequentemente, dinamizando a experiência de maneira substancial enquanto aplica uma camada extra de complexidade a gameplay, valorizando ainda mais o viés tático. Embora Three Houses seja competente em sua gameplay tática, tais novidades que ele introduz como o por exemplo o Gambit, é totalmente esquecível.
Direção de arte e polimento visual
— Por Luiz Estrella

É curioso ver como Fire Emblem Engage é tão diferente do seu antecessor visualmente, não só do ponto de vista artístico mas também técnico. Engage parece utilizar o hardware do Switch de maneira muito mais eficiente, com visuais mais detalhados e animações consideravelmente mais fluidas.
Em todos os diferentes modos de jogo é fácil exemplificar isso: durante as batalhas os “zooms” para mostrar os ataques são muito mais convincentes, com o cenário em 3D sendo idêntico ao mostrado no mapa de cima; E aproveitando o fato que os mapas agora são completamente modelados em 3D, o jogador pode explorar livremente esses espaços depois das batalhas e admirar o trabalho da equipe de desenvolvimento; Explorar Somniel também é uma experiência bem agradável aos olhos e quando comparamos com o Garreg Mach Monastery do Three Houses, a diferença é absurda, detalhes, texturas, cores, tudo ficou melhor; Por fim, vale destacar também as cutscenes, o jogo possui algumas boas cutscenes com gráficos in-game, colocando a franquia Fire Emblem mais próxima de outros games da Nintendo como Zelda e Xenoblade que também capricham nas suas cenas.
De forma geral, Fire Emblem Engage passa a sensação de ser um dos games mais polidos da franquia, atendendo as expectativas dos fãs para como deveria ser o visual de um Fire Emblem em um console HD
Atraente para fãs da velha guarda
— Por Marcos Vinícius
O pacing de Three Houses pode se considerar uma das críticas fundamentais do jogo. A pré-preparação para a ação no qual passamos um ciclo em atividades acadêmicas dentro do Monastério Garreg Mach pode estressar jogadores impacientes que procuram avançar na história ou apenas curtir a sua jogabilidade principal.
Fire Emblem Engage por outro lado, poupa os jogadores da trivialidade que Three Houses oferecia fazendo com que você possa imediatamente ir ao que importa: a ação tática. Inclusive, isto é uma característica que Engage herda de seus irmãos mais velhos em função de ser um título celebrativo, embora eu diga que ele não se amarra tanto a tais tropos.
Dito isso, sua natureza purista torna Fire Emblem Engage bastante atraente para os boomers mais habituados à fórmula clássica de Fire Emblem, uma vez que Three Houses foi disruptivo o suficiente para afastá-los. Contudo, os facilitadores ainda estão aqui, como o rewind por exemplo; então mesmo para os que têm pouca bagagem com a franquia ainda será uma experiência convidativa.
Alear: Esbanjando personalidade (sem ironia)
— Por Lucas Barreto

Em Fire Emblem: Three Houses, Byleth é um personagem silencioso, e funciona no contexto do jogo para dar mais voz aos outros personagens. Sendo mais taciturno e silencioso, serve para o player se colocar no papel e engajar com os personagens secundários. Na verdade, Byleth existe apenas para dar o protagonismo aos líderes das casas, servindo como o ponto de vista do jogador, que precisa assumir uma posição dentro do conflito.
Já em Fire Emblem: Engage, o foco é todo em Alear, que precisa ser muito interessante para carregar o jogo. Os personagens secundários são de fato secundários, apesar de terem personalidades incríveis, mas que ainda assim existem ao redor do astro principal. Com a trama ao redor do tributo à franquia, Alear personifica o aspecto heroico dos icônicos protagonistas, inspirando suas tropas em uma narrativa maniqueísta.
Em compensação, o design de Alear estranha à primeira vista, apesar de bem intencionado. A dualidade de cores representa facetas de sua personalidade que entram em contraste, mas dentre um hall de designs incríveis no jogo, Alear deixa a desejar. A estética “dark academia” de Byleth, por outro lado, não apenas representa melhor a personalidade do jogo como um todo como também faz o protagonista se destacar, refletindo sua natureza sacra.
Elenco cativante e diversificado
— Por Marcos Vinícius
Para todos os efeitos, Fire Emblem Engege possui uma ampla gama de personagens coloridos e cativantes para o jogador conhecer. Claro, aqui a abordagem é completamente diferente de Fire Emblem: Three Houses, onde o elenco primário é centralizado na narrativa enquanto o secundário serve para diversificar o poder de escolha do jogador durante a batalha, com seu aprofundamento individualista reservado para o Support no Somniel.
É claro, Three Houses é uma escolha certeira de recomendação para àqueles que buscam explorar mais o aspecto narrativo e como os personagens interagem naquele mundo, uma escolha de design que privilegia o jogador a estar mais envolvido com o elenco. Engage no entanto, embora perca seu foco nisso ainda é competente ao entregar uma variedade de tropos e personagens que, francamente, você precisará se esforçar muito para odiar todos eles.

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