Desenvolvedora: Ludocity, Fair Play Labs
Publicadora: GameMill Entertainment
Data de lançamento: 07 de Novembro, 2023
Preço: R$ 249,99
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela GameMill Entertainment.
Revisão: Marcos Vinícius
Personagens do universo da Nickelodeon começam a ser raptados por uma figura misteriosa e passam a ter suas mentes controladas. O único que consegue resistir ao controle mental — por obra do destino e dos roteiristas do jogo — é Bob Esponja. O simpático morador da Fenda do Biquíni parte então numa jornada para salvar seus amigos da única maneira possível: enchendo a cara deles de porrada.
Desenvolvido pela Ludocity e Fair Play Labs, e publicado pela GameMill Entertainment, Nickelodeon All-Star Brawl 2 chega para resolver alguns dos problemas de seu predecessor na missão de entregar um jogo divertido, que se escora no carisma dos icônicos e atemporais personagens do estúdio estadunidense. A grande questão — dado o curto espaço de tempo de desenvolvimento entre os jogos — é saber se a existência desse título se sustenta com as novidades apresentadas.
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O grande diferencial
Uma das principais críticas ao primeiro jogo é a falta de conteúdo dele; com a ausência, por exemplo, de um modo história que justificasse, minimamente, as motivação para esse insano crossover de personagens da Nickelodeon.
Não que seja algo de suma importância em jogos de luta, mas é legal quando temos certa contextualização que apresenta a motivação para o jogo existir. Todos os conteúdos do primeiro jogo (modo batalha, single-player, Online e Extra) dão as caras novamente. Porém, o grande diferencial de Nickelodeon All-Star Brawl 2 é a presença de um modo Campanha.
O enredo, apesar de não ser nada original — e ter uma clara “inspiração” na história de World of Light, de Super Smash Bros. Ultimate — ajuda a prolongar o nosso contato com o título. E digo isso porque o modo online padece do mesmo mal do primeiro jogo: salas vazias.
Então, foi na campanha de All-Star Brawl 2 que passei a maior parte do meu tempo. No entanto, diferente do que é visto nos modos presentes no party game, que segue a premissa das modalidades básicas (stock e timed) desse tipo de jogo, a campanha segue um esquema roguelite que, particularmente, não me recordo de ter visto em outros títulos.
Party game de luta… roguelite
Começamos a campanha controlando Bob Esponja, que precisa resgatar seu amigo Patrick. Esse início funciona como um tutorial, que ensina o básico das mecânicas do jogo: pulos, golpe fraco, forte, especial, agarrão, defesa.
Ao completar essa primeira “run” Clockwork, o guardião do tempo, aparece, contextualiza os acontecimentos e nos apresenta ao HUB do modo Campanha, onde podemos mudar a dificuldade do jogo (existem seis opções), comprar potencializadores, treinar com o mestre Splinter e selecionar outro personagem. Convém mencionar que os personagens (e novas skins) só são liberados depois que os enfrentamos e os derrotamos.
Toda a progressão do modo Campanha segue o esquema das clássicas “runs” comuns em jogos roguelite. A progressão não possui um padrão linear, nos permitindo escolher o caminho e os adversários para duelar. Nesses caminhos, nos deparamos com personagens do mundo da Nickelodeon que ou nos vende ou nos concede potencializadores aleatórios acumulativos que melhoram (ou não) nossos status durante a “run”. Os danos que recebemos em cada luta — indicados pelo clássico percentual dos party games de luta — não são zerados quando passamos pelo adversário. E uma vez derrotados, devemos começar uma nova “run” desde o início.
Melhorias técnicas
O visual, tal qual o primeiro jogo, segue bem fiel às produções da Nickelodeon, com cenários diversos, coloridos e melodias que – apesar de não serem memoráveis – não comprometem a brincadeira e remontam as clássicas animações do estúdio. O elenco conta com uma boa variedade de nomes que vai de Donatello das Tartarugas Ninja, Garfield, Aang, Korra a El Tigre, de As Aventuras de Manny Rivera. Temos mais de vinte personagens, que seguem agradando fãs de todas as idades.
A interface e a apresentação do jogo, como um todo, porém, é estranha e se distancia demais do primor visto no party game da Nintendo que o inspirou, por exemplo. Não há efeitos de sombras nos personagens e os especiais, apesar de engraçados, possuem um execução estranha. As telas de carregamento entre as batalhas é outro problema, demoram mais do que deviam e incomodam vez ou outra, quebrando o ritmo do jogo.
Um grande tropeço do jogo de 2021, no seu lançamento, era a ausência de voice action dos personagens. Para ser honesto, o design de som, como um todo, deixava muito a desejar e isso só foi corrigido com atualizações. Nickelodeon All-Star Brawl 2, no entanto, conta com as dublagens originais dos personagens e seus respectivos voice action, desde o início. Porém, todo o jogo está em inglês, não havendo nem mesmo legendas em português.
Carisma não é tudo
Nickelodeon All-Star Brawl 2 se vale do carisma de seus personagens para ser relevante. Mas, isso por si só não é suficiente. Tudo o que vimos no primeiro jogo está presente na continuação e isso inclui a repetição de alguns problemas, como a falta de jogadores no modo online.
No fim, o principal diferencial está no inédito modo Campanha, que acrescenta uma identidade Roguelite à ele. Particularmente, acredito que só a presença desse novo modo não justifica a existência dessa continuação. A impressão que dá é que bastava um bom pacote de atualização para acrescentá-lo no título de 2021, ao invés de abandoná-lo tão cedo, com um novo lançamento.
Prós:
- Modo Campanha;
- Variedade de personagens.
Contras:
- Online vazio;
- Tela de carregamento demorada;
- Interface e apresentação pouco inspirada.
Nota Final
7
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