
Desenvolvedora: Ludocity, Fair Play Labs
Publicadora: GameMill Entertainment
Data de lançamento: 05 de Outubro, 2021
Preço: R$ 249,99
Formato: Digital/Físico
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela GameMill Entertainment.
Nickelodeon All-Star Brawl sobe no ringue com um enorme desafio, afinal ele se inspira fortemente em Super Smash Bros., uma das séries de luta de maior sucesso, que se consagrou por oferecer uma jogabilidade simples e bastante fanservice aos jogadores. Entretanto, diferente do crossover da Nintendo, All-Star Brawl se propõe em reunir os personagens mais amados da Nickelodeon para se enfrentarem em lutas mais competitivas e menos caóticas que o jogo da Nintendo.
Desenhos animados de diferentes gerações, como Rugrats, Bob Esponja, Tartarugas Ninjas e Avatar, adicionam peso ao elenco de 20 personagens jogáveis. Uma bela surpresa é que, apesar de ser um título despretensioso e de baixo orçamento, técnicas avançadas como o wave dashing são surpreendentemente fáceis de serem executadas aqui. Além disso, graças à rápida movimentação dos personagens, realizar combos e follow ups é muito mais simples do que em Super Smash Bros.
Mais técnico do que parece
É difícil não fazer comparações quando dois jogos possuem um estilo de gameplay tão parecidos. No caso de Nickelodeon All-Star Brawl e Super Smash Bros., a similaridade é notável na física, design dos estágios e em golpes de certos personagens. No entanto, All-Star Brawl se diferencia em aspectos específicos, como não ser possível rolar ou esquivar de um golpe no chão, além de ser permitido executar um golpe forte (equivalente ao Smash Attack) quando se está no ar. Pode até parecer inconveniente no início, mas esses pequenos detalhes dão uma personalidade própria ao jogo de luta da Nickelodeon.
Junto a isso, foram adicionadas algumas sutilezas interessantes para entusiastas do gênero. Por exemplo, há um botão que permite que você se mova sem a necessidade de virar de costas, fazendo um moonwalker. Logo, é mais fácil adaptar diversos tipos de ataque para diferentes situações. Assim como em Super Smash Bros. Melee, os jogadores podem realizar uma esquiva no ar em direção ao solo para deslizar e realizar um Wavedash. No All-Star Brawl, esse movimento permite que você ganhe velocidade e supere distâncias mais rapidamente.
Ao usar esta opção em conjunto com a anterior, os jogadores têm um alto grau de controle sobre seu personagem e podem executar sequências e combos impressionantes. Uma vez que esta técnica for dominada, mover-se e dominar a arena tornam-se muito divertidos. Entretanto, é uma pena que, até o momento que esta análise foi escrita, alguns comandos e hit-boxes sejam imprecisos.
A falta de polimento nas mecânicas do jogo são o ponto negativo mais evidente, já que isso atrapalha diretamente a fluidez e a diversão com o game. Não foram raras as vezes que um ataque lateral foi reconhecido como um golpe para baixo porque o analógico C-Stick não estava perfeitamente alinhado em 90° para a esquerda. Essas imperfeições às vezes são penalizantes, resta torcer para que a equipe de desenvolvimento seja rápida em lançar atualizações que corrijam isso.

Há também uma série de diferenças mecânicas menores que ajudam a estabelecer ainda mais a identidade do All-Star Brawl no gênero de luta com plataforma. Não há como rolar ou esquivar parado no chão, então a única maneira de evitar receber dano é se defendendo ou cancelando o ataque do adversário com um dos seus. Em vez de Smash Attacks, existem os Ataques Fortes, que podem ser executados tanto no chão quanto no ar. Todos os lutadores conseguem agarrar o oponente e arremessá-los em qualquer direção, em contrapartida, é possível escapar de um agarrão pressionando rapidamente qualquer botão.
O sistema de partidas online é outro grande diferencial de Nickelodeon All-Stars Brawl em relação ao seu irmão mais velho. Diferente de Smash Bros., que cria partidas por meio de conexão peer to peer até hoje, All-Stars Brawl utiliza um sistema de rollback, possibilitando que jogadores de diferentes continentes combatam com quase nenhum atraso ou erros de conexão. Claro, eventualmente poderá ocorrer algum lag ou outro, dependendo da latência da internet, mas os problemas de rede são bem menos notáveis no jogo de luta da Nickelodeon.
Bonito, mas inacabado
A apresentação do visual e das animações são uma montanha russa, que variam de brilhantes referências e memes dos desenhos animados, a cenários genéricos e totalmente desconexos dos personagens. Por exemplo, Aang tem uma provocação que é uma grande referência ao desenho Avatar, enquanto Lucy Loud apenas zomba de qualquer forma do adversário. Quando All-Stars Brawl acerta, é muito bom, mas quando falha, é terrivelmente ruim.
Toda a parte audiovisual ganha um enorme holofote negativo por causa dos efeitos sonoros do jogo, já que nenhum personagem conta com dublagens e nenhuma das fases possuem músicas de suas respectivas franquias originais. Além disso, os sons de ataques utilizados são terríveis e genéricos, dando até um ar de jogo gratuito feito no Flash Player.

A sensação de jogo barato é notória logo nos primeiros minutos de jogo, ao navegar pelos menus desorganizados e nada intuitivos. Até a customização de comandos, opção que deveria ser de fundamental importância em qualquer jogo de luta, é bem limitada e confusa. Não existe uma opção para salvar mais de um perfil de controle e não é possível pular em mais de um botão. Faltou acabamento em muitos detalhes e francamente, eu duvido que esses pontos sejam corrigidos algum dia.
Além disso tudo, o jogo carece de modos single player e conteúdos desbloqueáveis. Até existe um modo arcade disponível, mas ele não passa de uma sequência de lutas aleatórias e sequer conta com um chefe final. Em suma, parece existir intenções nobres no desenvolvimento deste jogo, mas durante a execução e o acabamento, os produtores se perderam no meio do caminho; o que é uma verdadeira pena.
Mediano, porém divertido
Nickelodeon All-Star Brawl é um jogo de luta mediano, mas que pode servir como uma alternativa engraçada e divertida em multiplayer local. Os personagens e estágios são genéricos e sem alma, principalmente pela ausência de dublagens, músicas originais das séries e conteúdos extras além do competitivo. O que é uma pena, pois este é o clone de Super Smash Bros. com o maior potencial já feito até hoje.
Prós
- Mecânicas de luta sólidas;
- Boa quantidade de lutadores e cenários.
Contras
- Falta de polimento em hit-boxes;
- Trilha sonora genérica;
- Poucos modos de jogo single player;
- Pobre de conteúdos extras;
- Ausência de vozes nos personagens.
Nota final:
6.5