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Review | 1000xRESIST

Kat Oliveira 24/05/2024

Desenvolvedora: Sunset Visitor
Publicadora: Fellow Traveller
Gênero: Sci-fi Adventure
Data de lançamento: 09 de maio, 2024
Preço: R$ 59,99
Formato: Digital

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Fellow Traveller.

Revisão: Marcos Vinícius

1000xRESIST é um jogo narrativo de ficção científica publicado pela Fellow Traveller, sendo o jogo de estreia do estúdio canadense Sunset Visitor lançado em Maio de 2024 para PC e Switch. O estúdio consiste majoritariamente de pessoas com descendência asiática com um histórico em artes cênicas, o que se reflete em toda a temática e estética do título em questão.

Curiosamente, 1000xRESIST começou o seu desenvolvimento durante a pandemia da COVID-19. Devido ao lockdown, muitos projetos artísticos dos membros do estúdio foram cancelados, nesse contexto a Sunset Visitor foi formado pelas 6 pessoas que atualmente compõem o estúdio para desenvolver o protótipo que hoje é o jogo final.

Todos saúdam a mãe de todos

1000xRESIST se passa em um mundo pós-apocalíptico onde a humanidade foi exterminada por uma doença contagiosa espalhada por uma espécie alienígena chamada de Ocupantes. 1000 anos depois da invasão, a Terra agora é habitada por essa espécie alienígena além de clones da única sobrevivente original, uma jovem chamada Iris que por algum motivo possui imunidade a doença e do dom da imortalidade. A garota, assume o papel de líder de suas clones, dando-lhes funções singulares e formando uma espécie de sociedade religiosa, onde suas clones nutrem uma grande devoção a sua versão original, chamando-a de ALLMOTHER.

Ao contrário de ALLMOTHER, suas clones não possuem qualquer tipo de imunidade à doença dos Ocupantes, sendo forçadas a habitar um bunker subterrâneo chamado Orchard, além de precisarem utilizar máscaras de gás quando viajam até a superfície. No entanto, ALLMOTHER vive separada de suas clones, onde clama estar lutando contra os ocupantes na linha de frente. Neste cenário, todas as irmãs têm como objetivo final se juntar à sua mãe na batalha contra os Ocupantes.

No ponto em que a história se passa, existem 6 clones que possuem cargos mais altos e funções específicas dentro da sociedade de ALLMOTHER. Sendo Principal, a líder administrativa do bunker; Bang Bang Fire, líder do setor militar; Knower, uma espécie de historiadora; Fixer, líder de engenharia; Healer, líder do setor médico e Watcher, protagonista da história cujo o papel é apenas observar e interpretar as memórias de ALLMOTHER com a ajuda de uma IA chamada Secretary, através de um processo chamado Communion.

O jogo começa com Watcher assassinado ALLMOTHER a sangue frio. Logo em seguida, o jogador é transportado para dias antes do ocorrido, onde Watcher está prestes a realizar a sua primeira Communion enquanto visita as ruínas da escola onde Iris estudava na sua adolescência, antes da invasão dos Ocupantes e fim da humanidade. Watcher então, começa a observar as memórias de Iris, desde o seu período escolar, o início da invasão dos Ocupantes e a sua ascensão como ALLMOTHER, descobrindo mistérios, segredos e os motivos para certas ações que levaram Watcher a tomar a decisão de assassinar a sua versão original no futuro.

Mil vezes resistência

Pode-se observar que 1000xRESIST é um jogo que se sustenta fortemente no lore que foi criado. Contudo, tudo o que diz respeito às suas histórias do mundo é desenvolvido de maneira orgânica, o jogo raramente utiliza de artifícios clichês como textos na tela com uma narração de fundo ou notas espalhadas pelo mapa para contar informações não essenciais sobre o mundo em que a história se passa. Tudo em 1000xRESIST é muito bem contextualizado e desenvolvido através de diálogos que mostram que os escritores souberam otimizar com maestria a quantidade de informações que é passada para o jogador.

Uma das características que fazem com que 1000xRESIST brilhe narrativamente é o fato de que o jogo se preocupa muito em seguir a técnica narrativa de mostrar ao invés de contar. Além disso, o jogo explora com excelência artifícios narrativos singulares da mídia videogame e do universo que foi criado.

O jogo também utiliza metalinguagem para brincar e distorcer convenções e o senso comum da indústria de jogos. Não chega a ser algo no nível de jogos que já fizeram isso anteriormente como Undertale, Doki Doki Literature Club, Metal Gear Solid ou até mesmo o próprio NieR: Automata, que o estúdio cita como uma de suas maiores inspirações. No entanto, pode-se dizer que 1000xRESIST encontrou a sua própria maneira de utilizar metalinguagens e aplicou-a com sucesso sem fugir da temática e evitando exageros e extravagâncias desnecessárias.

Trauma geracional

1000xRESIST é um jogo altamente político, e em momento algum suaviza o peso dos temas e mensagem que se propõe a passar. Devido ao fato de que muitos dos integrantes do estúdio Sunset Visitor são filhos de chineses que migraram para o Canadá. Muito do DNA da equipe acabou sendo transferido para o jogo, sendo refletido em seus temas e discussões que são sempre muito bem abordados.

1000xRESIST fala sobre fanatismo religioso, pertencimento, preconceito, existencialismo, opressão estatal, trauma geracional e até mesmo faz alusão a pandemia de COVID-19. Claro que um jogo que se propõe a discutir tantas coisas acaba não se aprofundando muito em várias delas. Apesar disso, todas essas histórias e temas ajudam a compor um todo coerente que no final conversa bem com todos esses temas.

Ainda no que diz respeito ao texto do jogo, pode-se dizer que 1000xRESIST possui uma narrativa bem redonda. Isto é, dificilmente deixa alguma ponta solta ou possui qualquer diálogo que não expresse algo sobre aqueles personagens ou o mundo ao redor. Apesar de tudo, o jogo também consegue conciliar trechos de gameplay que desenvolvem a história através de visuais, pequenos puzzles e quests que evitam que o jogo se torne maçante ou acabe pesando muito em diálogos intensos o tempo inteiro.

Memórias, realidade e abstração

Artisticamente falando, 1000xRESIST também se mostra um jogo único em sua representação das personagens, inimigos, paisagens e cenários. O jogo trabalha bem com o contraste entre passado, presente e futuro, e entre o real e o abstrato. 1000xRESIST utiliza de metáforas visuais possuindo um “quê” de psicodelia em certos segmentos, principalmente nos momentos em que o jogador precisa explorar a psiquê de Iris.

1000xRESIST também brilha em seus aspectos técnicos mesmo considerando a sua simplicidade, utilizando suas limitações ao seu favor ao invés de tentar lutar contra elas. Isto pode ser observado no fato de que os personagens possuem pouquíssima expressão corporal e facial, com exceção de algumas cutscenes que acontecem em momentos apoteóticos e cruciais para o desenvolvimento da história.

No entanto, o jogo contorna algumas dessas limitações de maneira inteligente, ao criar um universo onde faz sentido que a maioria esmagadora das personagens possuam o mesmo rosto, vestimentas e vozes similares, utilizando poses e expressões estáticas quando necessário.

Contudo, 1000xRESIST ainda consegue diferenciar os seus personagens dando personalidades bem distintas para cada um. Devido às suas limitações, o jogo mais uma vez começa a depender muito do roteiro e diálogos para tornar essas personagens relacionáveis, e mais uma vez o estúdio prova que consegue entregar isso muito bem, somando com uma atuação de voz que chama bastante atenção pela sua qualidade e expressividade.

Interpretação e observação

O gameplay se dá de maneira simples e intuitiva visto que boa parte do jogo consiste em explorar uma determinada área e conversar com NPCs. O gameplay começa a várias durante as Communions, onde é possível realizar saltos temporais que abrem brecha para a apresentação de puzzles simples, porém interessantes que brincam com a mudança do ambiente através do tempo. O jogo também explora outros gêneros em momentos pontuais, tornando-se um side-scrolling platformer e chegando até mesmo a mudar a câmera para primeira pessoa.

Apesar desta proposta interessante, o jogo falha em fazer essa troca de perspectiva ser de fato instigante na maioria dos momentos. Pode ser citado como exemplo, o fato de que em sessões side scrolling, o jogador não faz nada além de se movimentar para frente ou para trás. Ainda assim, o jogo apresenta um motivo estético e narrativo para justificar a decisão de mudar o ângulo da câmera, mostrando uma perspectiva diferente do ambiente, às vezes nos colocando nos olhos da personagem o que torna certos trechos de gameplay mais intimistas.

No que diz respeito às sessões de plataforma, o gameplay funciona da seguinte maneira: Watcher pode se teleportar em direção a pontos luminosos espalhados no mapa, fazendo com que o jogador precise rapidamente localizar o próximo destino visto que alguns destes pontos não possuem qualquer superfície em baixo, resultando na queda da personagem fazendo com que o jogador tenha que repetir o trecho novamente. Esse tipo de gameplay é um tanto desengonçado, a movimentação é travada, e é estranho que o jogo explore esse aspecto tantas vezes considerando que anteriormente, já haviam sido apresentados diversos trechos de gameplay mais interessantes que acabaram sendo bem menos utilizados.

Outro aspecto em que o jogo deixa a desejar é na exploração do Orchard. 1000xRESIST não oferece qualquer espécie de direção além das placas de direção posicionadas em algumas paredes e uma bússola que aponta para personagens que é possível interagir. No entanto, guiar-se somente pela bússola é um pesadelo, o jogo aponta para estes objetivos mas ignora completamente a existência de paredes, portas trancadas, ou qualquer obstáculo que possa estar entre o destino e o jogador, o level design do lugar também não ajuda, sendo labiríntico e pouco intuitivo. Em jogos em que o foco é a exploração, esta característica não seria um problema, mas em 1000xRESIST, a falta de um mapa acaba deixando a navegação frustrante e tediosa.

Um possível clássico moderno de excelência narrativa

Com uma história original, texto inteligente e questões filosóficas profundas, 1000xRESIST é um título impressionante dado ao fato de que trata-se do jogo de estreia de um estúdio independente que possui uma equipe pequena. O jogo é a prova viva de que a Sunset Visitor é um estúdio talentoso capaz de criar clássicos modernos de excelência narrativa.

1000xRESIST possui diversas camadas, as inúmeras peculiaridades e variedade de gêneros explorados faz com que seja difícil classificá-lo e colocá-lo numa caixinha. Talvez alguns cheguem a interpretá-lo como um Adventure, um walking simulator, ou até mesmo uma visual novel. Porém, no fim das contas, o que sobra é uma experiência narrativa única em um dos jogos mais bem escritos da geração.

Pros:

  • Excelente narrativa;
  • História bem construída;
  • Gameplay variado apesar das limitações;
  • Temas pertinentes abordados de maneira respeitosa.

Contras:

  • Áreas abertas de difícil navegação;
  • Trechos de plataforma desinteressantes;
  • Personagens pouco expressivos.

Nota Final

9,5

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Uma pessoa não-binária, amante de doces que passa a maior parte do seu tempo lendo algum livro ou jogando videogame no conforto de sua casa. Dentre os seus principais interesses estão artes em geral, jogos japoneses e todo tipo de RPG.
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