
Desenvolvedora: BeXide
Publicadora: BeXide
Gênero: Escape Adventure
Data de lançamento: 9 de janeiro de 2025
Preço: R$ 49,99
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela BeXide.
Revisão: Manuela Feitosa
Quando falamos de gêneros de jogos, muitas pessoas pensam nos principais, como jogos de ação, plataforma, RPGs e afins. Todos eles são muito “genéricos” para serem definidos como apenas isso, logo caem em outros subgêneros, às vezes os misturando…
Você tem plataformas de ação, RPGs com elementos de plataforma, jogos com câmera em primeira pessoa que são mais aventuras do que um jogo de tiro (mesmo o protagonista tendo uma arma), etc.
Porém um gênero que acho mais versátil para ter um estilo de gameplay próprio mas que vejo pouca gente falando a respeito são os jogos de Puzzle! Puzzles são aspectos que existem em vários jogos de diferentes tipos; às vezes você precisa fazer uma série de quebra-cabeças para abrir a porta de uma dungeon, ou só realizar um puzzle muito complicado para um objetivo opcional de um jogo. Mas e quanto a jogos que se focam no aspecto puzzle, sendo ele a parte essencial da gameplay?

Apesar de serem jogos que eu não toco muito (com exceção dos jogos que tem um loop, assim como Tetris), o gênero de jogos Puzzle é curioso, pois dá para explorar em muitos aspectos: você pode usar um jogo point-and-click para procurar pistas pelo cenário, usar caça-palavras como uma forma de prosseguir na história, até fazer com que o arranjo de determinados itens afete o mapa.
No jogo da minha análise, à primeira vista ele pode parecer um simples joguinho de teor erótico, mas a forma que a mecânica central se aplica na gameplay o torna uma boa, ainda que curiosa, adição aos jogos do gênero Puzzle do Nintendo Switch — o jogo se chama “The Fox’s Way Home.”
Apesar de eu usar bastante o termo “Puzzle” de forma branda, The Fox’s Way Home é um “Escape Adventure” inspirado no altamente popular The Exit 8; um “Escape the Room” que exige que o jogador tenha uma boa atenção aos detalhes e mecânicas do jogo para conseguir escapar da área que o mantém preso.
O espírito da raposa
Em termos narrativos, o jogo tem uma premissa bem simples: você é um rapaz sem nome que no caminho de casa acaba parando em um vão que dá entre o mundo dos vivos e o mundo dos espíritos e, ao se deparar primeiramente com uma mulher raposa, um espírito benigno que fala que vai te enviar para casa, é aí então que o jogo apresenta o maior obstáculo para o protagonista:

Dentro do mundo dos espíritos, diversos espíritos malignos vão tentar te manter preso ali, e para que a raposa consiga te enviar para casa, ela precisa realizar uma mesma dança específica oito vezes repetidas. Entretanto, durante essas oito danças, alguns espíritos malignos tentarão mimicar a raposa, e é aí que o aspecto central do jogo bate: você precisa identificar se o espírito dançando em sua frente é a raposa ou se é uma “falsiane”!
Acertar as respostas te trazem mais próximo do objetivo de cada jogatina e fazem a personagem da raposa dar elogios ao protagonista, mas errar faz a mesma criticá-lo e faz o contador de danças voltar ao zero.

Dança, raposinha, dança
Os “espíritos malignos” do jogo são em sua maior parte réplicas idênticas da raposa, porém com alguma mudança que às vezes pode parecer insignificante, mas que tem relevância para identificar a verdadeira dos falsos. Um fator que deve ser prestado bastante atenção, no entanto, é a pontuação dos espíritos, que é categorizada por estrelas.
Espíritos de uma estrela são os mais fáceis de se identificar, com uma mudança bem notável da raposa; seja em seus olhos mudarem de cor a até usar uma roupa totalmente diferente como um uniforme escolar. Espíritos de duas estrelas são os intermediários, e um tanto mais difíceis de se identificar; seja uma leve mudança na cauda da raposa ou uma das magatamas de sua yukata não estarem no lugar; e vai até os espíritos de três estrelas, que são mais difíceis de se identificar porque estão escondidos, ou em alguma parte da dança ou em alguma parte da ambientação.

Este estilo de gameplay é bem remanescente do famoso “jogo dos sete erros” que víamos em muitas revistas, então para pessoas com um bom olho para detectar inconsistências e perceber uma coisa errada, esse jogo é para vocês… Infelizmente não é o meu caso, porque minha capacidade de notar alguma diferença é bem mínima, mas ainda assim o jogo conseguiu me cativar e identifiquei muitos espíritos por uma dedução clara (embora não negue que alguns eu acertei no chute, como o caso de quando ela estava vestida em um uniforme).
Mais uma vez!
The Fox’s Way Home possui um estilo de gameplay que exige a repetição do jogador, já que na narrativa a raposa quer sair do mundo dos espíritos para ficar romanticamente com o protagonista, mas não pode porque os espíritos que a aprisionam são os mesmos que a mantém presa neste mundo. Por isso, o jogo tem dois modos de dificuldade logo no seu início: um onde apenas espíritos de uma estrela aparecem durante a dança, e outro onde todos os tipos de espíritos aparecem, que libera após você encerrar pelo menos uma rodada.

Já que as aparições (que são mais de vinte ao todo) aparecem de forma aleatória e podem se repetir, o jogo acaba tendo um fator replay altíssimo; portanto isso pode ser um ponto negativo para aqueles que não gostam de fazer o 100% de um jogo apenas para ver o seu final, o que acabou sendo o meu caso.
Chega logo Switch 2
Por incrível que pareça, minhas críticas negativas ao jogo acabaram sendo bem superficiais e podem ser resumidas em um único aspecto: a resolução no modo portátil!
Acredito que já especifiquei em outras reviews, mas o meu Nintendo Switch apesar de ser um V1 comprado em uma época onde o Lite não existia, mal foi usado em seu Dock direito. Sou um jogador de portáteis, e é um dos motivos de eu ter escolhido o Switch como console. Entretanto, nos últimos anos, eu vejo cada vez mais jogos que são difíceis de se jogar em modo portátil por alguns motivos; seja uma fonte pequena demais para conseguir ler direito ou como neste caso, a resolução baixa em um jogo onde você precisa analisar melhor os detalhes do jogo.

Não dizendo que The Fox’s Way Home é injogável em seu modo portátil (não ajuda que a compressão de imagens dos prints do Nintendo Switch faz parecer pior), mas para um jogo que tanto tenta ser tanto algo que testa a sua percepção como algo com um teor um tanto sexy, os serrilhados do modelo da raposa prejudicam a experiência.
A última dança
Para resumir esse jogo em termos simples, eu diria que é uma experiência que eu definitivamente não daria a chance à primeira vista, mas que ao jogar eu recomendaria para jogadores que querem ver se sua percepção e atenção a detalhes é mesmo excelente. A personagem da raposa é carismática e muitas vezes é engraçado ver como os diferentes espíritos agem durante a dança.

Espero que certos jogadores consigam ver o game além de seu apelo sexy do jogo e que também o vejam como um quebra-cabeças que, ainda que intrigante pela forma que se constrói, ainda é uma boa forma de treinar a mente.
Prós
- Modelo da personagem muito bem-feito;
- Premissa interessante que combina espíritos, dança e até amor;
- Espíritos bem escpndidos que testam a sua percepção e atenção aos detalhes.
Contras:
- Fator replay não é tão agradável;
- Baixa resolução no modo portátil.
Nota Final:
8,5