
Desenvolvedora: Bombservice
Publicadora: PLAYISM
Gênero: Metroidvania
Data de lançamento: 06 de Fevereiro de 2025
Preço: R$ 52,49
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela PLAYISM.
Revisão: Paulo Cézar
Momodora: Moonlit Farewell é o quinto jogo da franquia Momodora, criado pelo estúdio brasileiro Bombservice. Como os outros títulos que o precederam, trata-se de um metroidvania, com progressão lateral, que faz uso de um visual em pixel-art muito bonito. O design retrô dá todo um charme ao jogo, que conta também com uma excelente trilha sonora.
O despertar das divindades adormecidas
A história tem início com o misterioso roubo do Sino Negro, um objeto sagrado, de grande poder, guardado na Vila das Fadas. O seu badalar despertou duas divindades adormecidas: Lineth e Selin. O deus Selin deseja a todo custo eliminar a sua irmã Lineth. E, para isso, trouxe para o mundo uma horda de demônios que passaram a aterrorizar os moradores de diversos lugares.

Partindo da Vila de Koho, estamos no controle da Alta Sacerdotisa Momo Reinol. Uma brava guerreira que, com ajuda de Dora – que nos auxilia em certas batalhas – e Cereza – que nos vende Sinetes de combate (que irei explicar sua funcionalidade mais a frente), passa a se aventurar por algumas áreas, como o Caminho das Folhas Primaveris, as Fontes Feéricas e as Províncias Cinzentas. Nossa missão inicialmente é combater todas as ameaças despertadas e recuperar o Sino Negro.
Apresentação minimalista

Por conta do escopo do jogo, não há muita diversidade de locais para se visitar. Mas, é nítido o capricho em cada área que visitamos. Os locais possuem uma identidade visual própria, diferenciada e uma trilha sonora que ajuda no reforço da identidade visual. Momodora é um jogo que não se arrasta mais do que deveria. Ele, nesse sentido, é bem direto ao ponto. Jogadores mais ávidos irão conseguir encerrar toda a história em menos de dez horas.
O jogo apresenta mapas e menus minimalistas. E por mais que sejam simples, tudo é extremamente funcional, que é o que mais importa aqui. Podemos acessar o mapa, por exemplo, com o segurar de um botão. Não há a possibilidade de marcar pontos de interesse, mas a sua visualização é bem precisa. Áreas que ainda guardam segredos, os Santuários de Sino (onde podemos salvar o progresso), transporte etc, são destacados no mapa. Apesar da estrutura labiríntica, típica do subgênero, não dá para ficar perdido.
Progressão e combate

Momo faz uso de dois tipos de ataque: um corpo a corpo, utilizando a chamada Folha Sagrada; e um a distância, com o Arco Kohonês. Somado com a esquiva (que consome a barra de fôlego), as armas à nossa disposição nos permite criar estratégias de combate bem eficazes, seja contra inimigos comuns ou contra os chefões do jogo. Logo no início temos a possibilidade de equipar um “companheiro” para nos acompanhar. Essas criaturas – que, infelizmente, pouco nos ajudam – são categorizadas como “curandeiros (gera Brilhos Mágicos para recuperar vida)”, “valentes” (lançam ataques esporádicos) ou “exploradores” (encontram Cristais Lunares).
A progressão é cadenciada. O aumento do poder de Momo é ditado por itens (que encontramos espalhados pelos cenários) e habilidades (herdadas de chefões ou concedidos por aliados). Existem, por exemplo, Frutas Pintadas, que aumentam nosso HP e MP; e Lírios Celestiais que aumentam o nosso poder de ataque. Vencer os inimigos, portanto, não nos garante pontos de experiência ou qualquer outra firula que maximize os poderes da heroína. As batalhas, na verdade, nos concedem os chamados Cristais Lunares. Uma espécie de “moeda” que, quase exclusivamente, só pode ser trocada por Sinetes, vendidos por Cereza.
Mas, o que são os Sinetes? São itens especiais, em forma de cartinhas, que conferem a Momo diferentes habilidades, quando equipados. Alguns podem aumentar a eficácia do Sino de Cura, outros podem aumentar nossa defesa, o poder de ataque, ou melhorar a potência do Arco Kohonês. De início podemos harmonizar apenas um Sinete. Mas, até o final do jogo temos a possibilidade de harmonizar até cinco Sinetes diferentes. A montagem de um bom deck de Sinetes, que nos conferem “buff” de poder, pode ser o diferencial para ultrapassar de forma tranquila os perigos de uma área ou um chefe chato.

Explorando as diferentes áreas
A busca por Sinetes escondidos, pelas Fadas de Lúmen (que nos concedem itens úteis na Vila das Fadas), pelas Frutas Pintadas, enfim cumprir alguns objetivos pré-estabelecidos para conseguir certos Títulos (uma espécie de troféu ou conquista) é o que aumenta o nosso tempo com o jogo. É a procura desses segredos que nos encoraja a ir e vir, explorando as diferentes áreas – o famoso backtracking. Por boa parte do tempo, no entanto, essa exploração deverá ser feita “a pé”. Isso porque a opção de “viagem rápida” demora um pouco a dar as caras, aumentando artificialmente nosso tempo com o título. O serviço de transporte, aliás, é feito por um felino antropomórfico de nome Mitchi.

O design dos chefes é bem legal e diferenciado. Eles apresentam sprites gigantescos – que tomam conta quase que da tela toda – e são bem detalhados. As batalhas, no entanto, não são muito desafiadoras. Alguns até requerem a memorização dos padrões de ataque e defesa, mas nada muito complicado. O chefe final e uma luta opcional, que travamos no pós-jogo, são as mais difíceis de Momodora. Na verdade, o jogo todo é bem amigável, no que se refere a dificuldade. E temos a opção de torná-lo ainda mais tranquilo, quando iniciamos. Ao finalizarmos podemos iniciar uma nova campanha com uma dificuldade mais elevada, temos acesso a engraçada Sala dos Desenvolvedores e liberamos um boss rush, onde o tempo é cronometrado.

Honesto no que se propõe
Momodora Moonlit Farewell é bem honesto no que se propõe. É um jogo bonito, divertido, bem direto ao ponto e que reverencia os outros títulos da franquia. Ele não apresenta inovações para o gênero. E, pra ser sincero, nem precisa (e nunca prometeram isso). O que vemos no jogo, já vimos em outros títulos. Mas, é tudo muito redondinho.
O visual dos personagens, inimigos e cenários são bem legais. As lutas não são cansativas. As novas habilidades – com exceção de uma – dão as caras no tempo certo. O contato com alguns NPCs é interessante (como a exploradora e seu guarda-costas). Enfim, você consegue perceber o carinho da galera da Bombservice como a sua criação. Momodora Moonlit Farewell é mais um excelente Metroidvania disponível para o Nintendo Switch.
Pros:
- Visual em pixel-art exala charme retrô;
- Trilha sonora excelente;
- Progressão cadenciada;
- Honesto no que se propõe.
Contras:
- Aumento artificial do nosso tempo com o jogo;
- Lutas contra os chefes são pouco memoráveis.
Nota
8,5
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