
Desenvolvedora:
Publicadora:
Lançamento:
Preço:
Formato:
Gênero:
Plataformas:
Migami Games
PQube
19 de junho, 2025
R$ 59,99
Físico / Digital
Metroidvania
Nintendo Switch, PlayStation 5, PS4, Xbox Series X|S, Xbox One, PC
Desenvolvedora: Migami Games
Publicadora: PQube
Gênero: Metroidvania
Data de lançamento: 19 de junho, 2025
Preço: R$ 59,99
Formato: Físico/Digital
Plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 5, PS4, Xbox Series X|S, Xbox One, PC
Revisão: Davi Dumont Farace
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela PQube.
Com uma expertise vasta em em fan games de Double Dragon e Castlevania, a Migami Games traz o seu segundo universo original — Chronicles of the Wolf — a aportar na plataforma híbrida da Nintendo. Será que, agora publicados pela PQube, chegou a hora de a empresa ter o seu lugar ao sol?
A vida do CLT não é fácil, não é mesmo Mateo Lombardo?
O mal é como um câncer, silencioso até o ponto de estar forte o suficiente a um ponto que não pode ser mais ignorado. Como um baluarte do bem, a Ordem Rosacruz vem combatendo-o durante mais de uma centena de anos. Em 1767, acontecia uma reunião da ordem com o intuito do seu próximo desafio ser anunciado, tendo mais uma vez os seus cavaleiros reunidos.

Essa batalha seria a última etapa na jornada de Mateo Lombardo para alçar voos mais altos. Após treinar arduamente durante anos, o jovem teria agora a sua chance de se promover a cavaleiro da ordem, uma vez que voltasse com vida do confronto situado na região de Gévaudan, ao sul da França. Como uma grande metáfora sobre a vida de um jovem trabalhador nos dias atuais, as coisas não saíram bem como o planejado.
Após o grupo de Mateo entrar em uma densa floresta, uma criatura horrenda apareceu e dizimou todos os veteranos que estavam com nosso protagonista. O jovem escapou da morte certa apenas por conta da ajuda de uma mulher misteriosa de vestes verdes. A desconhecida o levou em segurança para longe das garras da besta, onde pudesse recobrar suas forças.
Agora sozinho e desorientado, nosso jovem protagonista é o único representante da ordem na região. Com os ombros pesados por já carregar um fardo muito maior que sua competência, Mateo se levanta e parte em sua cruzada pessoal na busca por salvar os habitantes de Gévaudan.
Uma embalagem saudosista para um presente contemporâneo
Apesar da semelhança visual e da escolha similar pelo período medieval, Chronicles of the Wolf não é apenas um clone ruim de Castlevania, ou um jogo que se presta apenas a homenagear algo de que se é fã; o jogo tem seus próprios méritos para brilhar. A qualidade aqui é de um nível o suficiente para que caso esta obra fosse colocada em um cartucho de Super Nintendo ou Mega Drive, poderia ser confundido como um bom jogo desconhecido de ambas as plataformas.

Analisando o seu núcleo central, o jogo pode ser visto como representante do estilo metroidvania, com pitadas de RPG e um estilo de plataforma mais clássico aqui e acolá. Mateo Lombardo é um aprendiz de cavaleiro que acabara de completar o seu treinamento, mas que está longe de ser o exército de um homem só. Será necessário, com o tempo, que o jogador o aprimore com equipamentos e novas habilidades. Apesar de contar com um sistema de níveis para o seu personagem, você fará pequenas pausas em certas áreas não para grindar, mas sim para farmar grana para novos equipamentos.

Apesar de alguns equipamentos serem encontrados pelo mapa, não será possível montar um set completo apenas com eles, pois estão espalhados pelo mapa e o seu personagem fica bem vulnerável sem os equipamentos básicos, uma vez que a cada nova região conquistada o desafio do jogo aumenta consideravelmente. Isso se aplica tanto à quantidade de dano sofrido pelos inimigos quanto pelo moveset destes.

Mesmo que com o tempo você se torne mais poderoso, a mobilidade de nosso jovem cavaleiro é limitada, afinal de contas ele é um brutamontes e não um trapezista, fazendo com que seja necessário o conhecimento prévio de como as adversidades do mapa irão se comportar. Sim, é isso mesmo que você está pensando, você vai morrer bastante. Algumas delas serão por pura arrogância, outras por não se prepararem corretamente antes de partir das cidades.

Por conta da besta, as pessoas se recolheram às cidades em uma vã esperança de segurança. Mesmo as mais pobres possuem segredos escondidos e vendedores que devem ser visitados. Muito da história do jogo é contado através dos cidadãos, consistindo entre uma amálgama de fofocas da cidade e relatos fantasiosos ou não sobre a besta. Conversar com os NPC faz parte da experiência do jogo, é algo que não deve ser ignorado.
Boas surpresas lhe esperam, mesmo na morte (acredite)
O time da Migami Games é composto de apenas 3 pessoas: Mig Perez, Jeffrey Montoya e François Perez. A questão visual do jogo é bem trabalhada, com cenários abertos como as florestas e as cidades e também os internos, como as cavernas, hospitais, casarões abandonados, etc. A diversidade não se restringe apenas a eles, a gama de criaturas é bem vasta. Sabe aquele velho recurso de reutilizar um inimigo novamente só que de outra cor? Esquece isso, cada novo trecho do mapa vai contar com novos inimigos e uma nova dor de cabeça pro jogador.

E o que seria de um jogo sem uma boa trilha sonora? Jeffrey Montoya faz um trabalho de respeito com as músicas ambientes do jogo. Elas casam tão bem que chega até ser difícil não contar com as mesmas ornando o jogo. Grande parte da sensação de perigo e do clima de incerteza, que deixa o jogador sempre alerta, vem da parte sonora do jogo. E deixo aqui um pequeno momento desses durante o gameplay.
Em certa parte do jogo você reencontra a mulher das vestes verdes que lhe salva no início da jogatina. Nesse momento, a trilha para, só que o que o jogador vê a sua frente é apenas a mulher, sem nada sobrenatural por perto. Após alguns passos em sua direção ela profere um alerta dizendo que a besta não pode ser morta e um combate feroz se inicia absolutamente do nada, com uma trilha sonora de grande combate brindando o jogador e contextualizando o desafio.

Existem várias situações como essa durante o jogo e elas são construídas de uma forma muito envolvente, mesmo se tratando em um jogo 2D com estética 16bits. A crocância de Chronicles of the Wolf é surpreendente para um título que, pra mim, é uma grande surpresa.
Que venha uma sequência!
Nada nesse mundo é perfeito, e Chronicles of the Wolf não foge dessa regra. Mesmo com tantos acertos, sempre há espaço para melhorar o que deu certo e corrigir pequenas questões. Vou falar de algo aqui que não é necessariamente um defeito, mas sim de uma melhoria que poderia facilitar a vida do jogador sem necessariamente tornar o gameplay fácil.
Em algumas áreas, o desafio será mais complicado, não necessariamente pela ameaça das criaturas, mas sim por Mateo não estar equipado com a arma correta. Uma funcionalidade que seria muito bem-vinda seria a possibilidade de configurar um certo número de armas como favoritas e poder acessá-las com o simples apertar de um botão, sem a necessidade de entrar nos equipamentos e trocar de arma manualmente.
Excluindo essa questão puramente pessoal do revisor que vos fala, o do jogo da Migami Games é um ótimo representante do estilo metroidvania, sendo acessível a jogadores novatos no gênero sem deixar de ser instigante aos veteranos com seu segredos e atmosfera (malditos peixes, estou falando de vocês mesmos!). Já dá pra pedir uma sequência ou tá cedo?
Prós:
- Gráficos do mais puro suco dos 16-bits;
- Trilha sonora inspiradíssima;
- Segredos opcionais porém recompensadores;
- Localização em PT-BR;
- Preço acessível.
Contras:
- Ausência de um modo mais simples de se trocar de arma.
Nota
10
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