
Desenvolvedora: Lategra
Publicadora: Aksys Games
Data de lançamento: 27 de Maio, 2021
Preço: R$ 101,95
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela Aksys Games
Todos os dias algumas dezenas de jogos são lançados, desde títulos menores até os mais ambiciosos, porém, com a quantidade massiva de jogos sendo lançados durante o ano, é virtualmente impossível que uma pessoa consiga acompanhar e jogar todos os lançamentos, o que naturalmente causa uma discrepância entre o jogos que recebem mais atenção e os que caem no esquecimento.
Seja por não ser inovador o suficiente, ambicioso ou até ortodoxo, existem jogos que caem no esquecimento em muito pouco tempo, porém, assim como existe o jogador que busca uma experiência ambiciosa e inovadora, também existe o jogador que busca pelo retrógrado, pelo incomum e o não ortodoxo.
E, assim como fazem jogos para este jogador que busca jogos mais ambiciosos e espetaculares a vista, também fazem jogos para esse público que busca jogos mais “nichados” e diferentes, daí surge o termo “jogos de nicho“, que é muito comumente usado pela internet para se referir a um determinado grupo de jogos que não recebe tanta atenção do grande público consumidor.

Inegavelmente, um dos gêneros de jogos mais nichados que existe é o gênero de jogos de pesca, que apesar de ter recebido uma certa atenção do público geral durante a 6ª geração de vídeo games devido aos jogos publicados pela Sega no Dreamcast™, atualmente o gênero recebe apenas uma fração da atenção que um dia já recebeu.
Fishing Fighters: The Master of Mazugami é um jogo que se encaixa em boa parte destes aspectos descritos até aqui, é um jogo menor, menos ambicioso e em alguns aspectos até retrógrado, porém, é uma experiência surpreendentemente confortável, jogo este que nos aprofundaremos nessa review.

Fishing Fighters é um jogo de pesca arcade, ou seja, possuiu um foco maior em tornar a ação de pescar em algo divertido do que tornar uma experiência fiel a pescaria em si, o que não significa que o jogo não possua nenhuma complexidade em seus sistemas, mas nos aprofundarmos mais nisso em breve.
O jogo possui modos single player e um modo multiplayer, modo esse que permite até 8 jogadores por comunicação local – cada um com seu Nintendo Switch™ – e até 4 jogadores utilizando apenas um Nintendo Switch™, seu modo multiplayer se resume numa competição de pesca no qual seus participantes disputam com o intuito de conseguir a maior pontuação possível dentro do tempo limite.
Já seus modos single player são mais únicos, o jogo possui um modo história onde o jogador assume o papel do jovem Kaito, que está em sua missão para se tornar o ” Ultimate fishing champion “. Honestamente, a combinação entre uma história cheia de clichês e um plot de pescaria é supreedentemente ridícula, o que faz o modo história um dos melhores modos do jogo, não por sua narrativa complexa ou algo do tipo, mas sim por ser uma narrativa simplesmente hilária.

Os personagens também possuem designs no mínimo “curiosos”, o que contribui ainda mais para esse tom de “jogo que não se leva a sério” que a história do jogo possui.
Ao decorrer do modo história, você irá passar por diversos locais que são desbloqueados para uso no modo Free Play após completar o segmento em que estes aparecem na história. Como o nome sugere, no modo Free Play, você pode pescar livremente em qualquer cenário já desbloqueado a qualquer horário do dia, sem qualquer restrição de tempo ou objetivo.
Como este é um jogo de pescaria, é previsível que seu foco seriam em seus peixes, e Fishing Fighters possuiu 114 deles, porém alguns deles possuem algumas condições especiais para sua pesca. Todos eles podem ser vistos em detalhe posteriormente a sua pesca.

Por se tratar de um jogo de pesca arcade, Fishing Fighters: The Master of Mazugami possuiu um sistema de pesca relativamente simples, onde existem peixes de diferentes tamanhos que, para serem pescados, precisam de uma vara, carretel e isca correspondentes ao seu tamanho.
O jogo também conta com um sistema de profundidade que, dependendo da área, só existirão peixes de águas rasas, médias ou profundas, cabendo ao jogador escolher em qual das três profundidades ele escolherá para pescar.
Após lançar sua linha de pesca, você irá encontrar uma espécie de barra de progressão que demonstra o quão interessado o peixe está em sua isca ou anzol. Em alguns momentos, se você deixar sua vara de pesca parada, essa barra irá subir automaticamente, em outras, você deverá movê-la levemente com o intuito de chamar atenção do peixe e, quando essa barra ficar completa, seu controle irá vibrar levemente. Em um momento, ele irá vibrar de maneira mais forte, e é nesse momento em que você deve puxar sua linha. Após você finalmente conseguir fisgar um peixe você enfrentará uma espécie de minigame no qual o intuito é cansar o peixe para o puxar mais facilmente.

Também vale a pena citar que você pode realizar todas as ações citadas anteriormente com apenas um Joy-con™, ao maior estilo Wii Motion™, e os controles nesse modo são supreedentemente precisos e funcionais, o que adiciona ainda mais na experiência do jogo.
É interessante como o jogo consegue manter seus controles simples e intuitivos e ainda aproveitar as funcionalidades únicas da plataforma, mas, pela natureza da própria pescaria, o jogo pode acabar ficando repetitivo bem rapidamente, então tenha isso em mente.

Visualmente, Fishing Fighters parece um jogo que saiu diretamente do Dreamcast™, apesar de na época estes visuais serem considerados como algo revolucionário. Hoje em dia, eles são bem menos impressionantes, e, se o jogo realemente estivesse buscando visuais semelhantes aos jogos da sexta geração, ele provavelmente teria feito um papel melhor.
O fato de seus personagens terem um estilo que se assemelha a estética de algumas visuals enquanto os cenários do jogo tentam ser realistas também causam uma certa dissonância em sua direção artística e, honestamente, o jogo se beneficiária imensamente se todo o jogo buscasse uma direção de arte estilizada, porém, por algum motivo, foi tomada a decisão de se utilizar dois estilos de artes diferentes e conflitantes.
Conclusão
Fishing Fighters: The Master of Mazugami é um jogo perfeitamente mediano e, aparentemente, seus desenvolvedores sabiam disso desde o princípio de seu desenvolvimento, por isso, ao invés de testar ideias milaborantes que raramente dão certo, foi decidido fazer um jogo coeso e divertido, com menus e interface supreedentemente polidos, um sistema de pescaria extremamente acessível mas repetivo por natureza. A parte que mais decepciona é sua direção artística, que acaba sendo levemente caótica em suas escolhas.
Prós:
• Boa jogabilidade
• Diversidade nas opções de controles
• Aproveita bem as funcionalidades únicas da plataforma
• Menus polidos e simples
Contras:
• Repetivo por natureza
• Direção de arte conflitante e datada
Nota:
7