
Desenvolvedora: FUTU Studio
Publicadora: Astrolabe Games
Data de lançamento: 14 de fevereiro
Preço: R$99,99
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela Astrolabe Games.
Revisão: Marcos Vinícius
Após uma grande calamidade aterrorizar a humanidade, o mundo viu o advento de seres conhecidos como Chronus. Estes seres realizam pactos com os humanos, pondo a sua disposição suas habilidades em troca de se alimentar do tempo de vida com a qual está ligada. Assim entram em cena Sid e Torii. O primeiro sendo nosso herói padrão e a segunda a Chronus com a qual ele realizou um pacto.
Sid faz parte de uma gangue chamada Hyenas, que possuem o poder sobre a cidade portuária de Astella, fato que incomoda até a mais poderosa e conhecida gangue do império, os The Antelope. Após a prisão do seu irmão de consideração Scott, a gangue se tornou sua família, onde trabalha desde então com o intuito de atingir maturidade para poder buscar o paradeiro de seu irmão com as próprias forças.
A história Souls of Chronos se inicia com um plot muito intimista e simples, mas que com o passar dos acontecimentos coloca nossa dupla em maus lençóis, tendo que lidar com forças com as quais eles nunca pensavam existir. Até onde você estaria dispostos a ir para alcançar a verdade?
Sistemas e mais sistemas
Monotonia é uma coisa que não tem espaço em Souls of Chronos. Sid é muito inexperiente, tanto em combate quanto na vida pessoal. Por isso, dentro do Hyena ele é o famoso faz tudo, principalmente quando é preciso cobrar algum caloteiro.
A que será mais usada pelo jogador é a mecânica de batalha, por que quase tudo no jogo é resolvido na porrada (risos). Sid pode utilizar uma arma primária e uma secundária, variando entre armas de longo/médio alcance e armas brancas. Com o intuito de deixar suas possibilidades de combate mais diversas, utilize uma de cada, pois as armas tem um tempo de recarga, mesmo que a munição seja infinita.
A arma não está sendo tão efetiva quanto antes? Talvez seja uma boa opção você realizar upgrades na mesma, na oficina Dandelion, onde você vai poder contratar os serviços de Liz para dar aquela garibada nas armas de Sid. O herói conta com uma esquiva para livrá-lo de tomar dado, aprender a usá-la vai ser meio chato no começo pois o seu timing é estranho, mas é uma questão de costume mesmo.
Ainda é possível utilizar as habilidades de Torii em combate, funcionando mais ou menos como um grande especial. Com ela, o jogador consegue parar o tempo enquanto nossa heroína desfere golpes bem críticos nos adversários. Não é possível equipar armas em Torii, porém existe a possibilidade de adquirir novas habilidades conforme se sobe de nível, escolhendo as que mais se ajustarem ao seu gameplay.
Ainda é possível cozinhar comestíveis que proporcionam buffs nos status de Sid e Tori, porém é possível deixar de lado essa mecânica caso não tenha interesse por elas, visto que é perfeitamente possível superar os desafios do jogo apenas fazendo o bom e velho grinding.
Bonitinho mas ordinário
Souls of Chronos é um jogo bonito em um primeiro momento, mas que logo nos primeiros minutos de jogatina já apresenta seus problemas, a começar pela dupla de protagonistas, Sid e Torii.
O primeiro é um jovem de cabelos brancos cheio de energia que poderia tranquilamente ser protagonista daquele anime shounen genérico que vc ama odiar, já a outra poderia ser encaixada como aquela personagem que possui uma relação meio conflituosa com o personagem principal mas que ao mesmo tempo nutre um carinho por ele. Além da química praticamente inexistente, parece haver uma relação de dono e pet entre os dois que é bem estranha, mas antes os problemas se resumissem apenas a diálogos mal escritos.
Constantemente entre o diálogo é inserida uma ‘voz de narrador’ para descrever como o clima da conversa está ou descreve pensamentos dos personagens. Esse recurso é utilizado por conta do design dos personagem não propiciar uma ampla cama de representações faciais mais complexas, mas acaba por deixar toda a leitura enfadonha, parecendo ser utilizado para corrigir um erro na escolha do design chibi mais do que dar um amplo contexto ao que está sendo dito. Por muitas vezes me peguei morrendo de vontade só de avançar os diálogos para partir para a ação, muito devido a história ser pouco cativante, mesmo após algumas horas de jogo.
Se não bastasse isso, temos ainda o problema da performance. Não é raro o jogador se deparar com engasgos durante o acesso aos menus, para tarefas simples, até mesmo para continuar um progresso já salvo anteriormente.
A lentidão não persiste durante muito tempo, ela aparece apenas quando você acessa uma tela pela primeira vez, mas é algo que não deveria acontecer, ainda mais em um jogo que não exige tanto o hardware do console híbrido da Nintendo. Cuidado também por onde anda no mapa. Em lugares muito estreitos pode ser que o Sid “grude” em alguma quina como um pedaço de ferro em um ímã.
De modo geral os erros não são gritantes, mas a grande ocorrência dos mesmo prejudica e muito a experiência da jogatina, seja no modo portátil ou na TV.
Um jogo que não vai deixar saudade
Os pequenos méritos não fazem com que o Souls of Chronos proporcione uma experiência que causará um desejo incontrolável de jogar a aventura de Sid e Torii. Não deixe o visual fofo mascarar uma experiência recheada de problemas de desempenho e história genérica. O problema aqui não é a proposta ou escopo mais modesto, mas sim essa proposta não ter sido realizada de forma satisfatória em uma plataforma que conta como grandes títulos pertencente ao mesmo segmento como Nier Automata e vindouro Tales of Symphonia Remastered.
Prós
- Comandos de fácil aprendizagem;
- Visuais chibi agradáveis.
Contras:
- Problemas de performance tanto no modo portátil quanto no TV;
- Glitchs de cenário;
- Dupla de protagonistas sem carisma;
- História desinteressante.
Nota Final:
5
- Review | Leila - 06/05/2025
- Review | Phantom Breaker: Battle Grounds Ultimate - 24/04/2025
- Review | MACROSS -Shooting Insight- - 11/02/2025