Desenvolvedora: Second Impact Games
Publicadora: Konami
Data de lançamento: 14 de Novembro, 2023
Preço: R$ 159,95
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela Konami.
Revisão: Paulo Cézar
A Konami sempre teve uma presença marcante no cenário dos jogos de ritmo, desde os dias gloriosos do Dance Dance Revolution, Beatmania, Pop’n Music e GuitarFreaks nos finais dos anos 90 e início dos anos 2000. No entanto, com gigantes consolidados, atualmente, como Just Dance, da Ubisoft, os jogos rítmicos modernos precisam encontrar seu próprio caminho e mecânicas diferenciadas para se destacarem.
O castelo do ritmo
Super Crazy Rhythm Castle, o mais recente lançamento multiplataforma da Konami desenvolvido pela Second Impact Games, oferece uma experiência de ritmo e aventura single-player ou multiplayer em que os jogadores devem se aventurar por um castelo mágico com temática musical e enfrentar os desafios propostos pelo atual monarca do castelo, com o objetivo de destroná-lo e tornarem-se reis.
O jogo vem com duas dificuldades: Regular (Reg) e Profissional (Pro). A diferença principal reside no número de botões, sendo três para Reg e quatro para Pro, além de um aumento na velocidade dos desafios. Em meu playthrough, o modo Reg, na maior parte do tempo, proporcionou um desafio satisfatório.
Super Crazy Rhythm Castle também apresenta alternativas para jogadores que preferem a experiência solo, introduzindo ocasionalmente um companheiro cachorro NPC. No entanto, é perceptível que certas fases se tornam consideravelmente mais acessíveis no modo multijogador, especialmente aquelas em que um jogador segue o ritmo enquanto o outro coleta moedas, gerando dinâmicas envolventes. Entretanto, isso evidencia que, apesar da opção de jogar individualmente, o design do jogo parece ter sido concebido para ser apreciado por múltiplas pessoas tal qual Super Mario 3D World.
A localização do jogo merece destaque positivo, especialmente ao considerar a importância de ressaltar jogos em português no Nintendo Switch, na esperança de incentivar a Nintendo a oferecer traduções para seus próprios jogos first parties.
Detalhes como os nomes dos personagens, como “Zuzussom” e seu vizinho “Cleitinho”, contribuem para enriquecer a experiência com toques de humor. Super Crazy Rhythm Castle conta com algumas referências bem-humoradas às supracitadas franquias de ritmo da Konami.
Músicas decentes, porém escassas
Super Crazy Rhythm Castle oferece ao jogador uma trilha sonora diversificada, incluindo músicas originais e licenciadas. Contudo, as limitações orçamentárias tornam-se evidentes à medida que, após alguns estágios, observa-se a repetição de músicas de uma fase para outra.
Isso ressalta a necessidade de equilibrar a qualidade musical com as restrições financeiras, destacando um aspecto em que o jogo poderia buscar melhorias. O que me leva a pensar como seria a realização de um projeto desses com a idealização de artistas renomados, imaginando um álbum ou EP completo integrado ao jogo.
Gostaria de destacar especialmente duas músicas que se tornaram minhas composições favoritas de Super Crazy Rhythm Castle. A faixa “Gold” de Lizzy Ashliegh apresenta uma atmosfera envolvente de R&B, com seu ritmo cativante e letras que adicionam uma dimensão emocional à experiência do jogador, servindo também como um “respiro” em meio às outras músicas mais agitadas escolhidas com a intenção de adicionar dificuldade à campanha.
Por outro lado, “Rainbow Melodies” da Nash Music Library, traz uma perspectiva encantadora do J-Pop, proporcionando uma atmosfera vibrante. Essas duas peças não apenas complementam o jogo, mas também se destacam como momentos sonoros notáveis, enriquecendo a trilha sonora de Super Crazy Rhythm Castle.
Muito além da música
Super Crazy Rhythm Castle se apresenta inicialmente como um jogo de ritmo, mas é importante destacar que vai muito além dessa proposta. Ao longo da campanha, ele incorpora fases que desafiam os jogadores com quebra-cabeçaa, exploração e gestão de tempo. Além disso, há um modo que possibilita aos jogadores revisitar individualmente cada música, sem as intricadas mecânicas das fases originais, proporcionando uma experiência prolongada e enriquecedora ao jogo.
Em uma fase inusitada, o jogador se vê encarregado de adentrar a mente de um personagem para “curá-lo” de suas fobias, um elemento que evoca a vibração única de títulos como Psychonauts. Já em outra situação, a missão consiste em auxiliar um aliado na apresentação de um musical e na derrota de seu rival, uma pimenta gigante.
Os cenários de Super Crazy Rhythm Castle são verdadeiramente cativantes e diversificados. Desde um palco construído com carne até uma peculiar “escola”, passando por mundos de sonhos e pesadelos, e até mesmo uma torre-prisão situada dentro do surreal Super Castelo Maluco. Cada ambiente proporciona uma experiência visual única, adicionando camadas fascinantes à jornada do jogador.
Conclusão
Atualmente, o preço de R$ 159,95 parece um pouco elevado, sugerindo aguardar por promoções. Em conclusão, Super Crazy Rhythm Castle é um jogo competente, mas sua avaliação é prejudicada pelo preço inicial elevado e a presença de opções mais cativantes no mercado. Se você busca jogos de ritmo, alternativas como Sayonara Wild Hearts oferecem experiências mais envolventes, e o mesmo vale para opções multiplayer mais atraentes como Overcooked!.
Prós:
- Design dos personagens e dos cenários é interessante;
- Experiência Multiplayer Satisfatória.
Contras:
- Problemas no balanceamento de dificuldade no modo Single Player;
- Preço elevado considerando a realidade brasileira;
- Músicas se repetem muito.
Nota Final
6
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