Desenvolvedora: YUKE’S
Publicadora: D3 Publisher
Gênero: Ação
Data de lançamento: 26 de setembro, 2024
Preço: R$ 107,99
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia gentilmente fornecida pela D3 Publisher.
Revisão: Davi Sousa
Existem sequências de jogos que não precisam reinventar a roda, isto é, incorporar mecânicas novas à fórmula estabelecida em sua primeira versão, para satisfazer os fãs e recepcionar novatos na série. Em alguns casos, está tudo bem não querer mexer no time que está ganhando.
Earth Defense Force: World Brothers 2, o spin-off de blocos com visual à la Minecraft da popular franquia EDF, conhecida sobretudo no Japão, é mais um caso de “mais do mesmo”. World Brothers 2 carrega exatamente o que se espera de um jogo com o número dois estampado em seu nome: a mesma jogabilidade satisfatória de seu antecessor, mas com muito mais conteúdo.
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Adotando o mesmo tom de comédia que caracterizou a subfranquia, World Brothers nos coloca para salvar a Terra quadrada mais uma vez, desmantelada em fragmentos depois de um longo período de paz pós-invasão do Dark Tyrant. A premissa, convenhamos, é só um pretexto para nos reunirmos novamente a um esquadrão da Earth Defense Force.
Para quem não conhece, EDF é um jogo de tiro em terceira pessoa inspirado nas obras japonesas de kaiju, com requintes de filmes B de ficção científica. As missões são divididas em fases curtinhas, que levam de cinco a quinze minutos para ser concluídas e trazem diferentes níveis de dificuldade, do mais fácil e acessível, destinado a quem está começando agora, ao extremo, o modo dedicado a veteranos.
Nosso objetivo é autoexplicativo: expurgar monstros e alienígenas gigantes com soldados amparados por um generoso arsenal de armas. Numa era em que games estão cada vez mais profundos (e complicados) em termos de mecânicas, World Brothers é uma brisa de ar fresco em meio à complexidade. É o tipo de jogo que você abre, desliga o cérebro e simplesmente se diverte do primeiro ao último minuto.
Arsenal diversificado
Diferentemente de EDF, da franquia principal, aqui você monta um grupo de quatro combatentes dentre mais de 100 personagens disponíveis, cada um deles munido de armas e habilidades únicas. Apesar da estrutura de jogo cair facilmente na repetição, a variedade de bonecos e a forma como eles se portam em combate asseguram a diversidade de gameplay que se deseja em uma experiência despretensiosa como essa.
Você pode intercalar entre os quatro personagens (que tecnicamente representam classes) do grupo quando bem entender, ao alcance de um botão e sem qualquer burocracia. Há momentos em que é preciso recorrer a um soldado com rifle de precisão para poder acertar inimigos no topo de um prédio, por exemplo, ou a uma bazuca que causa dano de área para dizimar formigueiros com apenas um tiro.
A necessidade de saber escolher o soldado que mais se adequa a cada situação acaba promovendo um quê de estratégia que, para ser sincero, o game não deixa explícito em seus trailers e outros materiais de divulgação. No fim do dia, por mais que tudo se resuma a exterminar hordas de insetos gigantes, há uma camada tática, ainda que fina, na hora de definir a melhor abordagem a ser utilizada.
Gameplay agradável e relaxante
Falando sobre o combate em si, World Brothers 2 entrega um gunplay agradável e traz, inclusive, um feeling de Splatoon, com um retículo de mira semelhante, ainda mais se você optar por jogar com os controles de giroscópio habilitados. As mecânicas de tiro não devem nada à série principal e tornam a ação de exterminar dezenas de criaturas ao mesmo tempo incrivelmente prazerosa — eu diria que até relaxante.
À medida que se progride nas missões da história, novos personagens podem ser desbloqueados para compor o seu esquadrão de aliados, o que nos estimula não apenas a concluir o objetivo principal, mas também a vasculhar o mapa em busca de reforços. É uma ideia bacana para fazer com que o jogador se desconecte um pouco dos tiroteios descerebrados, focando em outras metas.
Um dos problemas dignos de nota é que o sistema de progressão é um tanto raso e sem graça, em especial por não se basear em níveis, e sim em rankings. O que se pode fazer é equipar bonecos com armas e equipamentos de nível elevado, mas o progresso meio que se limita a isso. Dá, sim, para melhorar o ranking de cada personagem individualmente, mas eles não têm atributos para serem aprimorados, nem nada do tipo.
Por outro lado, como destaque, temos os modos cooperativo local e multiplayer, além da campanha principal. Nos modos co-op, cada usuário controla um membro do grupo, o que faz com que a jogatina fique ainda mais caótica e divertida, até pelo fato de ser possível causar dano a seus companheiros, o que chamamos de fogo amigo.
Estranhamente estável
A franquia EDF nunca foi sinônimo de polimento e estabilidade, isso é fato. Quem conhece sabe bem o que é jogar a 15 quadros por segundo como se isso fosse algo normal. Contudo, World Brothers 2, mesmo rodando no Switch, se mostrou otimizado, com um desempenho que talvez cause até uma estranheza a quem é fã.
Formigas brotando de todos os cantos e prédios desmoronando, tudo acontecendo ao mesmo tempo, não afetam a performance do game em nenhum momento. É claro que quedas ocasionais existem, sendo uma inconveniência até esperada pelo que o jogo se propõe a oferecer, mas nada que comprometa a experiência como nos jogos da linha primária de EDF.
O visual, por sua vez, expõe as mesmas limitações do primeiro World Brothers e não consegue se desprender da mesmice dos cenários em blocos. Parando para pensar, creio que seja mais uma escolha artística do estúdio do que uma ressalva propriamente dita. Há quem goste, há quem não goste; porém, sou do time que torce um pouco o nariz para o simplismo deste spin-off.
Veredito
Pensado para ser amigável, Earth Defense Force: World Brothers 2 se concentra em oferecer uma jogatina mais leve do que a da sua linha principal, um shooter, digamos, mais “família”. A gameplay é competente, tem EDF em sua essência e se adequá bem à proposta híbrida do Nintendo Switch, em especial por trazer várias possibilidades para jogar com amigos. A experiência como um todo, entretanto, às vezes gera um certo desconforto por ser despretensiosa até demais.
Prós
- Traz a mesma gameplay satisfatória da linha principal;
- Grande variedade de personagens e armas;
- Os modos cooperativos combinam com a proposta híbrida do Switch;
- Apesar da simplicidade, tem um elemento de estratégia nos combates;
- Estranhamente estável por ser um jogo da franquia EDF, ainda que seja um spin-off.
Contras
- Visualmente sem graça e com cenários que se repetem com uma frequência indesejada;
- Sistema de progressão um tanto raso e sem muitos estímulos.
Nota
7,5
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