NintendoBoy na BGS 2024: Um pouco do que rolou na maior feira de jogos da América Latina
Kat Oliveira 
Mais uma vez o NintendoBoy marca presença na cobertura da Brasil Game Show, evento que é marcado pela presença de desenvolvedoras e publishers de jogos internacionalmente conhecidas como SEGA, Blizzard, Griding Gear, Nintendo, Devolver Digital, e a estreia da Arc System Works na feira.
Estamos muito felizes em fazer poder fazer a cobertura do evento mais uma vez, além de claro, poder curtir o evento como um todo.
Estrutura do evento
A grosso modo, a BGS funciona da seguinte maneira: Cada empresa possui um estande próprio com diversos jogos inéditos e recém-lançados, com brindes e atrações diferentes. O evento contava com estandes menores, com um corredor dedicado a desenvolvedores independentes até estandes enormes como o da SEGA e da Grinding Gear que estava trazendo o aguardado Path of Exile 2.
Algo que pode ser dito sobre a BGS deste ano é que esta iteração do evento foi marcada pela disposição mais espaçada estre os estandes. Apesar disto indicar uma possível adesão menor das empresas de games se comparado aos anos anteriores, um dos pontos positivos disso é o fato de que os corredores acabam ficando maiores, o que facilita bastante a locomoção dentro do evento.
A parte onde ficam os jogos indie se beneficia bem dessa característica, considerando que os produtores agora conseguem um pouco mais de espaço que facilita a locomoção entre os diversos pequenos estandes dos vários jogos presentes.
O evento aconteceu no Expo Center Norte, que é um lugar bem grande com estrutura pra portar grandes eventos, como é o caso da BGS. O evento seria praticamente impossível de navegar (principalmente se você é como eu e não possui qualquer senso de direção) se não houvessem mapas enormes estrategicamente espalhados pelo evento, além de ter o mesmo mapa disponível no aplicativo do evento.
Nintendo
Mais uma vez aparecendo na BGS por mais um ano consecutivo, a Nintendo fez bonito com um dos maiores estandes do evento, mostrando empolgação e crescimento do suporte e da marca no país. Dentre os principais destaques do estande, estava uma demo jogável do recém-lançado The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom, com review disponível aqui além de uma demo exclusiva de Super Mario Party Jamboree ambas disponíveis completamente legendadas em português do Brasil.
Algo que pode ser dito a respeito dos estandes da Nintendo em geral, é que parece que a marca está muito mais interessada em trazer um público novo, que talvez conheça mas não seja tão familiarizado com os jogos em si da empresa, visto que grande parte do estande é dedicado a jogos mais antigos do Nintendo Switch como é o caso do Mario Kart 8 Deluxe, que estava disponível junto com um Switch que disponibilizava jogos da biblioteca de jogos retrô do Nintendo Switch Online. Particularmente, não vejo nada de errado com essa abordagem considerando que a marca ainda está dando os seus primeiros passos ao seu retorno no país.
No entanto, o estande não careceu de novidades para aqueles que já tem familiaridade com a plataforma. Trazer o Super Mario Party Jamboree foi um acerto muito grande da Nintendo, afinal parece ser o jogo perfeito para ser jogado em um evento, visto que é um título que é melhor apreciado em conjunto e que não requer um nível muito alto de concentração ou leitura, com um jogo narrativo ou um JRPG.
Falando em Mario Party, no pouco que tive a chance de jogar, o jogo me pareceu bem divertido, o que quer dizer bastante considerando que eu (Kat) sou uma pessoa que ativamente desgosta dos jogos da série. No geral, o jogo parece uma evolução natural de Mario Party Superstars só que com mini games ainda mais malucos e que tornam o jogo ainda mais imprevisível e divertido.
O estande também estava bem generoso no que diz respeito aos brindes ofertados. Jogadores poderiam receber uma cartela de adesivos temática de Super Mario Party Jamboree, um pôster de The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom e uma bolsa dentre outras coisinhas.
Arc System Works, SNK e Devolver Digital
O estande da Arc System Works estava com duas novidades disponíveis, uma delas a versão de Nintendo Switch de GUILTY GEAR -STRIVE- com data de lançamento para Janeiro de 2025 com suporte para português brasileiro, algo que era inédito da série até então. Além do Guilty Gear, também estava disponível o altamente aguardado HUNTERxHUNTER NENxIMPACT, com lançamento confirmado para 2024.
Já é de se esperar que versões de Switch de jogos mais pesados rodem um pouco pior do que nos outros consoles. No entanto, quanto ao que se diz respeito a jogos de luta, é de suma importância que o jogo rode de maneira fluída e tenha um tempo de resposta rápido, o que não parece ser o caso do GUILTY GEAR -STRIVE- no Switch, que está com alguns problemas de performance, não rodando tão bem e também apresentando alguns serrilhados, o que de certa forma já é de se esperar.
Quanto ao HUNTERxHUNTER NENxIMPACT, o jogo está bem divertido apesar dos visuais um pouco esquisitos e a movimentação com um peso estranho, o que por si só é um tanto curioso, dado o histórico do estúdio com jogos de luta com visuais extremamente únicos como Dragon Ball FighterZ e o próprio GUILTY GEAR -STRIVE- .
Outra empresa com foco em jogos de luta que também marcou presença na BGS 2024 foi a SNK, responsável por franquias como King of Fighters e Samurai Showdown. Desta vez a empresa trouxe um único jogo para o evento, o Fatal Fury: City of the Wolves, que marca o retorno da franquia depois de 26 anos.
Naturalmente, o jogo apresenta uma evolução grande do seu título anterior tanto em visual quanto em gameplay (infelizmente o Cristiano Ronaldo ainda não estava jogável na demo do evento). O estante da SNK em si também estava bem generoso com tempo em que cada jogador poderia jogar o jogo, possivelmente pelo fato de que só havia um jogo disponível. De qualquer forma, era possível jogar por volta de 5 partidas, tempo suficiente pro Ivanir vencer o Vinicius de perfect.
Com possivelmente um dos estandes mais visualmente atraentes do evento, a Devolver Digital levou ao evento 4 jogos novos, incluindo os recém-lançados Neva e The Plucky Squire, com reviews disponíveis aqui no site.
SEGA
Assim como a Nintendo, a SEGA também levou para a BGS um dos maiores estandes do evento. A empresa trouxe algumas novidades interessantes como uma prévia exclusiva de SONIC X SHADOW GENERATIONS, onde os jogadores poderiam testar tanto um trecho do jogo base de Sonic Generations como um trecho novo da campanha do Shadow que roda na engine nova feita para Sonic Frontiers. Por sinal, a fila do Sonic estava bem concorrida, de longe a fila mais longa do estante, mas ainda assim, conseguimos jogar uma demo e disponibilizar uma prévia do jogo aqui no site.
Além de Sonic, o estande oferecia demos de Two Point Museum, Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii e Metaphor Refantazio. Vale ressaltar que praticamente tudo disponível no estande era exclusivo do evento, isto é, estas demos não estavam disponíveis nas plataformas digitais e até então os jogos não haviam sido lançados.
No caso de Metaphor Refantazio, o jogador teria a opção de jogar 3 trechos diferentes de gameplay, dentre ele uma luta contra um chefe que não estava disponível na demo lançada anteriormente. Na minha opinião, as batalhas mais longas são um grande trunfo do combate de jogo, então poder experienciar isso de antemão foi bem interessante. No entanto, essa demo por se passar em um momento mais avançado do jogo, acabou entregando alguns spoilers leves em diálogos e personagens que entram na party que gostaria de descobrir naturalmente jogando o jogo.
Two Point Museum também foi uma demo interessante de se jogar. O jogo é exatamente o que se espera de um título da série Two Point, só que desta vez com o foco em museu, o que particularmente me chama muito mais a atenção do que um hospital ou uma universidade. De início tive uma dificuldade em me adaptar aos controles, mas nada que alguns minutos com o jogo não pudessem resolver.
Além das demos, o estande estava dando brindes àqueles que passavam por lá. Dentre os brindes disponíveis estavam um pin de Metaphor, além de pôsteres e adesivos temáticos de SONIC X SHADOW GENERATIONS. Outra atração divertida do Sonic foi a possibilidade de conhecer e tirar foto com os personagens Sonic, Tails e Knuckles dos filmes da Paramount Pictures (não são os personagens de verdade, apenas pessoas fantasiadas, mas não deixa de ser muito legal).
TCL Meet & Greet e Terra BGS Talks
Um dos aspectos mais interessantes de eventos como a BGS é a possibilidade de termos contato com personalidades importantes da indústria. Dentre alguns dos convidados internacionais desse ano, contamos com a presença dos atores Neil Newbon, Shawn Fonteno, Ned Luke e Roger Clark; os músicos Jun Senoue e Shota Nakama; o CEO da Arc System Works Minoru Kidooka e a artista, diretora e fundadora da UNSEEN Ikumi Nakamura. Diferente de outros eventos, a BGS oferta um Meet & Greet completamente gratuito com seus convidados, o que no geral é algo bem positivo do evento mas que ainda assim deixa a desejar em alguns quesitos.
A duração de uma hora do Meet & Greet não é nem de longe o suficiente para atender todos os fãs dispostos a ter um momento com seus ídolos, mas esse não é nem de longe o problema em questão. Acontece que o evento falha em delimitar a fila, o que faz com que muitos fãs acabem perdendo muito tempo de evento a troco de nada.
Como um grande fã de Neil Newbon eu não pude perder a chance de ter um momento com um dos meus atores favoritos de videogames. No entanto, mesmo entrando na fila por cerca de uma hora antes do inicio do Meet & Greet, ainda não consegui encontrar o ator. A decepção teria sido um pouco menor caso o evento de alguma forma fechasse a fila, visto que a partir de um certo momento não seria mais possível encontrar o ator. No dia seguinte, aprendi com meus erros e fui uma das primeiras pessoas a formar a fila e felizmente consegui tirar uma foto com o Neil depois de 2 horas esperando.
Além do Meet & Greet, o evento também oferece o Terra BGS Talks, painel com influencers e convidados internacionais. No geral são momentos interessantes mas que acabaram sendo um pouco comprometidos pela disposição de estandes ao redor. Logo ao lado do palco onde os painéis aconteciam tinha um estande onde as pessoas podiam jogar Just Dance com uma música bem alta que por vezes atrapalhava o entendimento do que estava sendo dito no palco.
Sonic Symphony
Possivelmente um dos maiores destaques do evento é a Sonic Symphony, que marca participação na BGS por mais um ano. O espetáculo foi dividido em dois momentos, a primeira parte sendo apresentada pela Film Orchestra Brazil tocando Medleys dos jogos clássicos do Sonic, enquanto a segunda parte conduzida por Jun Senoue, compositor da franquia, juntamente com Shota Nakama, criador da Video Game Orchestra e Felipe Andreoli, baixista da banda Angra, é mais focada nas músicas com vocal da franquia, sendo lindamente cantadas por Adrianne Cowan.
A banda soube performar com versatilidade todos os tipos de canções diferentes da franquia, desde as musicas mais metalcore de Sonic Frontiers até as faixas mais pop punk de Sonic Adventure 2. Este ano, o personagem Shadow também foi um forte destaque, com homenagens ao personagem na escolha de algumas canções como I am… All Of Me e All Hail Shadow, que também remetem a campanha Fearless: Year of Shadow, lançada em 2024 para celebrar o personagem.
No geral, a Sonic Symphony é um espetáculo imperdível para qualquer fã da série e que certamente emocionou diversas pessoas. É muito bom que esse show tenha marcado presença novamente no evento, sendo certamente uma das atrações que mais faz o ingresso valer a pena.
Considerações finais
Em um mundo onde a maioria dos eventos presencias de games vem se tornando cada vez menores e com menos atrações relevantes, visto que a maior parte das demos e anúncios são lançados direto em plataformas e eventos digitais, é interessante que a BGS consiga manter sua relevância para o público brasileiro, não só com jogos novos mas trazendo personalidades importantes para a indústria e atrações como a orquestra de Sonic.
Esse tipo de evento ainda é importante para a manutenção do senso de comunidade entre os jogadores, além de tornar palpável esse sentimento, considerando que não só de jogos ou atrações se faz o evento em si. A BGS é um lugar onde jogadores podem irradiar sua paixão por jogos, os cosplayers fantásticos que caminhavam pelo evento são um exemplo disso.
No fim das contas, a BGS é sim um evento altamente recomendado para qualquer um que tenha curiosidade em viver uma experiência parecida, seja para encontrar amigos, jogar aquele jogo que você espera muito ou tirar uma foto com aquele diretor/ator que você é fã de longa data.
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