
Desenvolvedora: Exalted Studio
Publicadora: Dear Villagers
Gênero: Beat’em up
Data de lançamento: 6 de fevereiro de 2025
Preço: R$ 43,99
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Dear Villagers
Revisão: Ivanir Ignacchitti
Uma sensação que acho muito legal é a de pegar um jogo, filme, série ou qualquer tipo de mídia artística sem saber nada sobre ela e descobrir que é algo muito bom. Foi isso o que aconteceu comigo com Big Helmet Heroes.
Nos anos 90, existia uma moda forte de jogos beat’em up e atualmente temos um retorno muito legal do gênero (que falo um pouco sobre aqui), com o retorno de franquias clássicas como Streets of Rage, jogos das Tartarugas Ninja e outros. Com isso, também surgiram novas marcas inspiradas por jogos antigos, como o Big Helmet Heroes, que, de cara, me lembrou Golden Axe, um clássico dos arcades e do Mega Drive com a sua ambientação mais medieval. Mas é só jogar por poucos segundos para notar que essa é a única semelhança, já que Big Helmet Heroes troca o visual de fantasia medieval de rótulo de catuaba para um visual cômico de bonecos cabeçudos e com zero seriedade.
Coloque seu elmo e vamos à luta!

Big Helmet Heroes é um jogo de briga de rua bem simples com dois botões de ataque: o “Y” é o ataque leve e o “X” o ataque pesado. Podemos fazer combos simples, mas o diferencial em gameplay desse jogo são duas mecânicas: poder trocar de personagem a qualquer momento e o sistema de ataques especiais.
Para cada fase, temos que escolher dois personagens, mas, quando se inicia o jogo, temos apenas um deles: um cavaleiro que usa uma espada e um escudo. Durante as fases, vamos libertando novos personagens para jogar, cada um delesseguindo um dos quatro arquétipos: o do cavaleiro, que usa espada e escudo e é o personagem mais balanceado, não é forte nem fraco em nada, e pode usar o escudo para dar investida contra inimigos; o ladino, que usa duas armas curtas e é o personagem rápido, mas com pouca força; o brutamonte, que usa armas pesadas e tem muito ataque; e, por último, o monge, que não é tão veloz quanto o ladino, mas ataca de uma distância mais segura com bastão.
De início, quando vi a seleção de personagens para desbloquear, vi que tinha 29 espaços e eu me animei muito. Se os dois iniciais que eu tinha (o cavaleiro e o ladino) já jogavam de forma tão diferente, fiquei imaginando como seriam os outros. Mas todos os personagens de um arquétipo são iguais em gameplay tendo apenas o diferencial das skins, que são muito legais e divertidas, e o ataque especial.
Esse poder varia para cada boneco, mas são ataques em área que podemos ativar ao carregar uma barra azul embaixo da vida. Alguns são muito legais, como virar um gigante e pisotear todo mundo, soltar uma magia de raio ou chamar um exército de ovelhas para atropelar todo mundo, mas no fim das contas eu usei apenas três bonecos o jogo todo: duas variações de ladino para lutar e um bruto para usar especial.
Uma grande jornada o aguarda, guerreiro!

Mesmo não sendo um ponto de destaque, Big Helmet Heroes tem uma historinha. Assim que terminamos a fase de tutorial em um espécie de festival medieval, um dragão ataca o local e sequestra a princesa. Temos que viajar pelo mundo atrás dela.
Para contar a sua história, Big Helmet Heroes utiliza animação bem simples no início e fim de algumas fases. Elas lembram desenhos infantis feitos com giz de cera ou lápis de cor em recortes, com animações de poucos frames muito engraçadas e sem diálogos. Aliás, eu não mencionei, mas nesse mundo todos os personagens jogáveis, inimigos ou NPCs têm algo na cabeça, como um elmo, capacete ou máscara e isso dá a tudo um carisma muito legal e criativo. Até mesmo monstros, como goblins e até criaturas marinhas, usam.
Nesta aventura, fiquei bastante surpreso pela quantidade de fases e pela duração de algumas delas. Para mim, achei até que pesaram na mão em algumas, a ponto de demorar mais de 30 minutos de partida para eu terminar uma delas. Mas, na maioria dos casos, elas são muito boas e criativas em temáticas e gameplay, com cenários diferentes e diversos, como navio pirata, montanha gélida, fábrica, entre outras. Além disso, cada uma conta com algum diferencial, como a câmera virando top down ou um modo primeira pessoa em certos momentos, por exemplo.
Um elmo lindo, só precisa dar uma polida

Mas nem tudo é uma maravilha em jogar Big Helmet Heroes. Durante a minha jogatina, encontrei alguns bugs visuais, principalmente com o especial de um personagem em que ele faz um vortex estilo um buraco negro puxando todos os personagens próximos. Em todas as vezes em que usei o poder, ficava uma bola preta com um círculo gigante em cinza quadriculado, como um png falso que pegamos no Google. Em um outro especial que gerava bolhas, só apareciam bolas com essa mesma textura de png falso.
Mas esses bugs visuais não prejudicam a jogatina, diferente de quando caí em buracos e o personagem não voltava à posição original, tendo que resetar a fase. Alguns inimigos também não apareceram, me deixando preso em uma arena fechada. Felizmente, esses problemas podem ser consertados rapidamente em patches futuros.
Assim como falei lá em cima no texto, Big Helmet Heroes foi uma surpresa muito boa, trazendo uma gameplay muito gostosa, personagens muito carismáticos e um mundo muito interessante. Só precisa tirar alguns poucos bugs e se torna um excelente jogo para se jogar sozinho ou com amigos.
Pros:
- Gameplay muito boa e fácil de se aprender;
- Variedade de cenários e perspectivas de gameplay.
Contras:
- Bugs visuais;
- O jogo se prolonga demais.
Nota
9
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