
Desenvolvedora: Isoca Games
Publicadora: JanduSoft Games
Gênero: Plataforma, RPG de ação
Data de lançamento: 8 de maio de 2025
Preço: R$ 70,09
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela JanduSoft.
Revisão: Davi Dummont, Manuela Feitosa
Uma das experiências que curto em videogames é da mistura de gêneros e ideias de gameplay. Quem imaginaria, lá na década de 90, que seria legal misturar jogo de luta com jogo de plataforma, por exemplo, e surgir Super Smash Bros.? Wings of Endless seguiu essa lógica ao misturar plataforma com RPG. Será que deu certo também?
A aventura vai começar!
Ao iniciar nossa jornada em Wings of Endless, conhecemos Hariku — o “MELHOR caçador de recompensa” — segundo ele mesmo. Trata-se de um guerreiro com um martelo enorme, explorando uma ruína antiga em busca de tesouros e que, ao descer no local, encontra uma coruja falante presa desmemoriada sobre sua identidade, e ainda sobre o motivo de não se ver livre, tendo como única lembrança o dever de ir para a Tower of Mage.
E como uma das características dos caçadores de recompensa neste mundo é fazer vários tipos de trabalho, Hariku decide levar o animal até a dita construção, conhecendo mais dois outros aliados no percurso: Diana, uma ladina que usa facas envenenadas; e Makoto, um jovem mago que usa poderes elementais de fogo e gelo.

O mundo de Wings of Endless funciona igual a vários mundos de RPGs: com cidadezinhas com loja de equipamentos, poções e até quadro de quests. Entres as cidades há áreas com monstros, tesouros e dungeons. Achei muito legal a variedade de cenários, e todos são muito bonitos com pixel art bem detalhadas, como florestas variadas, que se não me engano, divide-se em 3 ou 4 tipos, como desertos ou áreas nevadas. Mas diferente de qualquer outro RPG, esse se apresenta como um plataforma 2D (que de início até pensei que era um metroidvania, ao ver o mapa enorme e cheio de conexões, mas sem o backtracking ou a possibilidade de adquirir habilidades novas com a progressão do jogo, para abrir novas áreas).
Todas as habilidades que ganhamos vem da árvore de habilidade, que ao upar um nível recebemos um ponto para liberar as skills: a maioria de ataques novos, e algumas que funcionam de forma passiva, como a habilidade de diminuir o tempo de sofrer envenenamento. Eu achei bem simples a customização dos personagens, e por bastante tempo fiquei me questionando se podia considerar isso um RPG, ou se era um jogo de ação com elementos.
Um dos pontos que mais gostei na gameplay foi o combate, que é bem simples, mas que dá aquela satisfação gostosa de passar pelos mapas matando os monstros. Mas os inimigos têm pouquíssima variedade para um jogo de ação, e isso é um grande fator que “pesa”, pois para fazer uma gameplay legal é interessante ter uma variedade nesse quesito. Por exemplo, nos jogos eu notei que tinham 2 tipos de inimigos em cada mapa, as vezes podia aparecer um ou outro, mas na média em cada cenário existem sempre os mesmos inimigos, até chegar no chefe e ser… mais do mesmo, só que grande, com 10 vezes mais vida, e com ataques novos, ou baseados nos inimigos comuns; os quais nas primeiras vezes eu pensei que eram mini chefes da dungeon.

Na média achei bem tranquila a jornada, morrendo poucas vezes para inimigos, até chegar nas partes finais do jogo. Lá a dificuldade aumenta muito, com inimigos que matavam os meus personagens com dois ou três golpes, e chefes com barras de vida absurdamente grandes, os quais me matavam com apenas um só ataque. Tive que sair da área para ficar eliminando monstros para ganhar level, para ter força suficiente para passar dos chefes do fim do jogo.
Graphic Design is my passion
A parte que mais me desagradou logo de início foi a UI do jogo, que parece algo bobo, mas que aqui não me motivou. Em qualquer outro jogo quando se compra algo você seleciona o item, e logo em seguida aparece a opção de quantos se quer comprar. Se quiser comprar quatro, você escolhe a referida opção; já em Wings of Endless não tem como comprar quatro porções de uma vez só, temos de ir uma de cada vez, ou apertando o X para ir comprando por múltiplos de cinco. Isso quando é em uma loja, porque se for em um save point que dá para fazer poção, não existe essa escolha de fazer em múltiplos. Se o jogador estiver perto de um chefe ou área difícil, que precisa de muitas poções, vai ter que fazer uma de cada vez.
Se você quiser fazer uma missão secundária, é obrigatório pegar a primeira missão que tiver no quadro de quest. Normalmente tem duas ou três missões, mas não dá para ver a segunda; tem que se aceitar a primeira para aí sim ter acesso a segunda, o que é uma escolha muito estranha.

Uma aventura que podia ser apenas um passeio
Mesmo antes de terminar, eu já pensava o quanto esse jogo podia ter sido melhor. Senti que Wings of Endless é um game que tinha ideias e conteúdo bons, mas que com falhas estranhas e escolhas esquisitas de design afetou a qualidade. Eu adoraria que tivesse sido uma experiência marcante positivamente ou com ideias boas, mas sinto que faltou ambição ou criatividade dos desenvolvedores.
Pros:
- Combate simples e divertido;
- Mundo lindo e diverso.
Contras:
- Escolhas estranhas de design;
- Pico de dificuldade em cenários mais avançados.
Nota
6,5
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