Review | Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4

Desenvolvedora: Iron Galaxy
Publicadora: Activision
Gênero: Esporte | Coletânea
Data de lançamento: 11 de julho, 2025
Preço: R$ 269,90
Formato: Físico/Digital
Plataformas: Nintendo Switch 2, Nintendo Switch, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, PC

Review feita no Nintendo Switch 2 com cópia fornecida gentilmente pela Activision.

Revisão: Manuela Feitosa

Demorou, mas a franquia Tony Hawk finalmente ganhou um novo título. Tony Hawk Pro Skater 3 +4 continua a série de remakes, dessa vez trazendo os dois jogos da série que aperfeiçoaram a fórmula dos jogos originais, enquanto faziam a estreia da franquia nos consoles 128-bits.

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Andando por aí

Tony Hawk Pro Skater 3 + 4 oferece a melhor forma dos jogadores de experimentarem o terceiro e quarto título da franquia. Além dos visuais melhorados, a jogabilidade está em sua melhor forma, trazendo consigo melhorias que resultam na melhor experiência da fórmula Pro Skater.

O remake não é uma recriação 1:1 dos títulos originais, o que resulta em alguns pontos positivos e negativos. Alguns dos skatistas famosos que apareceram nos originais marcam presença novamente, com visuais atualizados, além de termos também a introdução de novos skatistas que vêm marcando presença no cenário mundial.

O Brasil, por exemplo, tem uma gama muito maior de representantes aqui do que nos títulos originais. Bob Burnquist, que era figura carimbada da série, com exceção do terceiro título por conta de ter escolhido aparecer em outro jogo que saiu na mesma época, volta aqui, fazendo até mesmo sua estreia nos mapas do terceiro game. Além do veterano, o nosso país é representado ainda por Letícia Bufoni, que marca presença na série desde Tony Hawk Pro Skater 5, e Rayssa Leal, a mais nova estrela brasileira do skate.

Outra mudança do remake é a trilha sonora. Um dos pontos mais elogiados pelos fãs, é comum encontramos comentários em trilhas que marcaram presença nos primeiros títulos da série de fãs que agradecem a série por introduzi-los a bandas e gêneros musicais. Tony Hawk Pro Skater 3 e Tony Hawk Pro Skater 4 não são exceções, com ambas as trilhas possuindo algumas das melhores músicas do Rock, Hip Hop, Metal e Punk.

Apesar disso, Tony Hawk Pro Skater 3 + 4, traz uma trilha sonora totalmente reformulada. Existem apenas algumas poucas músicas dos jogos originais aqui, como Ace of Spades e Amoeba, que fez muita gente pensar que seu cantor estava cantando TONY HAAAAAWK e não AMOEEEEEBA. A maior parte da trilha são músicas novas, o que pode desagradar bastante quem curtia a trilha original. O próprio Tony Hawk em uma entrevista recente comentou que foi sua ideia mudar as opções musicais do título, como ele gostaria de introduzir os jogadores a novos estilos musicais. 

Como alguem que jogou bastante os títulos originais, a versão PS1 de THPS4 foi meu primeiro título da série e THPS3 foi meu primeiro jogo de Game Cube, eu senti um pouco de falta da trilha original. Existe uma outra mudança, contudo, que impacta ainda mais o título, uma mudança que foi bastante comentada pelos fãs na preparação para o lançamento.

Manobras radicais por todo o mundo

Os jogos da série Tony Hawk Pro Skater seguem uma fórmula básica onde o jogador é colocado em um local e precisa completar uma série de objetivos em 2 minutos. Como cada objetivo será completado, em que ordem e até mesmo quantas por cada run fica a cargo dos jogadores. É um estilo simples, mas que incentiva a criatividade do jogador, dando-lhe liberdade total para encarar os desafios da maneira que ele preferir.

Essa foi a fórmula da série para os três primeiros títulos. Tony Hawk Pro Skater 4, contudo, decidiu mudar as coisas, introduzindo mapas ainda maiores cheios de NPC’s que oferecem desafios que o jogador precisa completar um por um. Cada objetivo é criado especificamente para cada local do jogo, usando todas as mecânicas do jogo e cada parte do mapa a seu favor.

Tony Hawk Pro Skater 3 + 4 decidiu unificar ambos os jogos para oferecer um único estilo de jogabilidade. O formato clássico de 2 minutos foi o escolhido e enquanto o terceiro jogo não teve mudanças para se adequar a este estilo, o lado relacionado a Tony Hawk Pro Skater 4 é o que mais foi afetado por essa decisão. Os mapas estão aqui em seu tamanho original e honestamente, eles não se encaixam muito bem no formato de 2 minutos. Além disso, nem todo espaço do mapa é usado para as missões, deixando-os com uma sensação de vazio.

Apesar de todos os estágios possuírem missões universais, pontuações e coletar as letras que formam a palavra SKATE, também temos missões específicas que são exclusivas para certos estágios. O problema com isso é em relação aos estágios de THPS4 que possuem alguns objetivos que o jogo não explica muito bem, deixando na mãos do jogador a tentar as coisas até que alguma funcione.

Essa não foi a única mudança na parte relacionada a THPS4. Dois mapas daquele título foram removidos. Enquanto um deles faz sentido, Chicago, que vinha diretamente do jogo Mat Hoffman’s Pro BMX 2, o outro, Carnival, era um estágio original. A razão de sua remoção pode estar ligada ao fato de que ambos eram desbloqueados através da compra na loja in-game do título original. Além deles, níveis exclusivos das versão de PS1 de ambos os títulos também não estão aqui, fazendo com que Tony Hawk Pro Skater 3+4 seja exclusivamente baseado nas versões 128 bits dos dois títulos. Contudo, novos níveis foram criados e adicionados a listagem de THPS4.

Manobrando com estilo

A jogabilidade de Tony Hawk Pro Skater 3 + 4 segue o estilo tradicional da série, oferecendo uma jogabilidade simples e de fácil domínio. Baseada na versão de Tony Hawk Pro Skater 1 + 2, a jogabilidade recebeu pequenas melhorias e algumas adições focadas em atender certos elementos introduzidos nas versões originais de 3 e 4.

Todas as manobras conhecidas como grinds, flips, lips e grabs voltam aqui, mas também temos inclusões como o Skitching de THPS4, onde podemos nos agarrar na traseira de um veículo para ganhar velocidade. O puro skate está presente aqui e controlar os personagens enquanto realiza várias manobras em um combo longo e estiloso continua sendo muito bom.

Outras novidades interessantes também foram incluidas para aumentar ainda mais o valor de replayabilidade do título. Temos a introdução de um New Game Plus, onde o jogador pode revisitar os níveis já finalizados e completar uma série de novos objetivos mais desafiadores. Além disso, é possível ativar uma série de modificações para customizar a experiência, como aumentar o tempo de uma run de 2 minutos para até 60 minutos, equilibrio perfeito durante manobras e muito mais. A opção de aumento de tempo, por exemplo, fica excelente nos níveis de THPS4, ajudando a adequar melhor os estágios daquele jogo para o novo formato.

Para quem se preocupar com a perfomance, Tony Hawk Pro Skater 3+4 roda perfeitamente no Switch 2. Pude notar que os tempos de carregamento para os mapas de THPS4 são um pouco mais longos, mas tirando isso o jogo funciona sem problemas vísiveis. Tanto o dock quanto o modo portátil oferecem uma experiência muito boa e sem lag e graças ao Update pack sendo gratuito, aqueles que comprarem a versão de Switch 1 poderão aproveitar as melhorias visuais e de perfomance quando adquirirem um Switch 2.

RIP AND SHRED

A franquia Tony Hawk sempre buscou referenciar elementos da cultura pop em seu títulos. Desde THPS2, que tinha o Homen Aranha como um personagem secreto, sempre tivemos ao menos um icônico personagem como skatista secreto além de referências à franquias, músicas e outros elementos da cultura pop.

Tony Hawk Pro Skater 3 + 4 não é diferente. A edição deluxe do título possui Doom Slayer e um Revenant, além de músicas de DOOM (2016) na sua trilha sonora. Além disso, temos também um easter egg baseado em Bob Esponja e uma das tartarugas ninjas disponíveis como personagem secreto.

Enquanto essas adições não são tão esquisitas, a forma como foram feitas certamente são um ponto a se comentar. Tirando Michelangelo, a tartaruga em si, todos os elementos adicionais são pagos, fazendo parte da edição deluxe, ou podendo ser adquirido separadamente. É claro, são pequenos elementos, mas o fato de eles terem sido incluídos como conteúdo pago é certamente algo que deixa a desejar. 

A cultura do skate sempre foi vista como algo que ia contra as regras, a rebeldia de uma geração contra os mais velhos e os jogos da franquia Tony Hawk, especialmente os primeiros Pro Skaters, representavam muito bem essa vibe cultural. Ver que o remake de alguns dos títulos mais memoráveis está seguindo uma das regras da atual indústria dos games, a adição de conteúdo pago baseado em IP famosas, é certamente um pouco esquisito e até derespeitoso com os títulos originais.

Toninho Gavião continua arrasando

Tony Hawk Pro Skater 3 + 4 é um retorno triunfal de dois divertidos títulos da geração 128-bits. Mantendo a jogabilidade simples e divertida, ao mesmo tempo que introduz novidades muito boas, faz com que o novo título mantenha a essência libertadora e criativa de seus originais enquanto introduz uma nova geração a uma série de divertidos jogos sobre uma cultura que se mantém relevante mesmo nos dias mais modernizados.

A remoção de certos elementos clássicos, como a carreira original de THPS4, certamente é um pouco despaontante. Ainda assim, as novidades na jogabilidade e as adições de mapa e novos skatistas conseguem fazer com que o título brilhe mesmo que os mais veteranos possam ainda sentir falta do que fazia uma das metades ser tão diferente de seus antecessores.