
Desenvolvedora: 13AM Games
Publicadora: WayForward
Data de lançamento: 15 de março, 2022
Preço: R$ 158,15
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela WayForward.
Nos últimos anos, o gênero Beat ‘em up vem recebendo uma ressurreição interessante. Os fãs mais saudosista foram presenteados com jogos como o tão aguardado – e maravilhoso – Streets of Rage 4, o excelentíssimo River City Girls, sua futura sequência, e o relançamento do clássico de Super Famicom River City Girls Zero [leia nossa análise aqui], o ótimo relançamento de Scott Pilgrim vs. The World: The Game entre diversos outros grandes games de excelência do gênero. Até mesmo as Tartarugas Ninja estão ganhando um novo game pela DotEmu no estilo dos clássicos beat’em ups de NES e SNES.
Dito isso, todos os jogos supracitados e a maioria dos lançados nos últimos anos no gênero são de franquias já consagradas no mercado, o que não é um problema por si só, mas… digamos que por muito tempo senti vontade de ver conceitos e franquias 100% novas, e como fã árduo de filmes sobre monstros colossais brigando um contra os outros e destruindo cidades no processo, Dawn of the Monsters, para mim, certamente é um dos beat’em up que mais se destaca por ser, em sua essência, uma combinação quase perfeita entre duas coisas que eu amo: Kaiju Tokusatsu e porradaria de rua.
Monstros gigantes invadindo o mundo real
A premissa de Dawn of the Monsters é bem simples e direta ao ponto: o game se passa no ano de 2036, onde as mudanças climáticas e atmosféricas estão acordando monstros colossais chamados Nephilim e você, como um membro da DAWN (Defense Alliance Worldwide Network) deve fazer de tudo para pará-los fazendo uso dos próprios monstros gigantes da instituição.

Dawn of the Monsters se passa no nosso planeta e consequentemente usa localizações do mundo real, fazendo uso de locais como Toronto e até mesmo Argentina e o nosso Brasil! Por conta disso, as fases apresentadas no game tem visuais e temas bem interessantes.
Primeiras impressões são chave
Antes de tudo, gostaria de chamar atenção à introdução animada que Dawn of the Monsters possuí, que é extremamente bem feita e algo que sinto saudades nos games de atualmente. É muito raro ver introduções desse tipo e eu sempre gosto de apreciar e destacar quando ocorre.
A um nível técnico, o game pode não impressionar alguns visualmente, porém, o estilo artístico baseado em mangás e quadrinhos, bem como os efeitos especiais utilizados em conjunto disso transformam Dawn of the Monsters, que poderia ser descrito como “pouco impressionante”, num espetáculo visual. Tudo na tela se destaca, desde os inimigos até os cenários, backgrounds e personagens jogáveis. As animações, a direção sonora e efeitos visuais utilizados no jogo fazem que cada golpe e ação desferido pareça ter um impacto imenso, o que é excelente em um jogo como esse.

Infelizmente a direção musical do jogo não está a par com seus visuais. As músicas no entanto são boas, nada aqui é ofensivamente ruim, mas honestamente não costumam passar muito disso e achei a grande maioria “esquecível” por assim dizer, o que é uma pena.
Porradaria satisfatória entre colossos
A jogabilidade de Dawn of the Monsters embora feja simplista, oferece variedade o bastante para não ficar entediante ao longo da jornada e se destacar em meio aos outros títulos do gênero. Assim como qualquer outro beat’em up, um dos botões de ação é dedicado ao ataque e um para pegar objetos que você encontra espalhados pelo chão – e até mesmo alguns que os inimigos acabam soltando –, mas o diferencial aqui definitivamente é que o jogador não está limitado apenas à objetos. Você pode simplesmente pegar um prédio ou qualquer outra construção, jogar em um inimigo, e matar ele no processo, e acreditem em mim quando digo que fazer isso é satisfatório demais!

Nós temos 4 personagens jogáveis, cada um com suas próprias características e habilidades especiais, com uma delas sempre sendo um poderosíssimo ataque “Rage” que precisa ser carregado antes do uso, destruindo vários dos seus inimigos com um hit apenas.
Entre outras mecânicas, quando os Nephilim estiverem com a vida baixa, você também poderá aplicar um ataque finalizador para dar um pouquinho mais de estilo e espetáculo visual ao game; fazer bom uso desses ataques é importante para conseguir ranques altos nos níveis, o que por si só é muito boa a execução – apesar de um pouco fácil demais. Um sistema de esquiva também está presente aqui, e o executar da maneira certa é importantíssimo para encontrar aberturas e derrotar os monstros. Os controles são simples, mas o destaque fica pela quantidade de combos incríveis que você pode aplicar, com todas as possibilidades que o game te oferece parecem ser essencialmente intermináveis.
Outra coisa importante de mencionar é que Dawn of the Monsters adota um sistema de upgrades. Ao fim de cada nível, você ganhará dinheiro e alguns “Augments”: o dinheiro será usado para aumentar sua barra de HP total e melhorar seu “ataque rage”.

Já os Augments serão equipados em cada monstro e aprimoram seus atributos base. Cada Augment tem um nível próprio e para conseguir Augments melhores, você terá de conseguir ranques melhores nos níveis. É um bom incentivo para mantê-lo engajado no game e fazê-lo querer ficar cada vez melhor, conseguindo cada vez mais upgrades e ficando cada vez mais poderoso.
No geral, Dawn of the Monsters definitivamente oferece um bom desafio para quem é fã de beat ‘em up, e você terá que fazer excelente uso de cada uma das habilidades dos personagens disponíveis para concluí-lo.

Curto, porém com imenso fator replay
A campanha principal do game tem cerca de 30 missões e pode ser terminada em questão de 5/6 horas, o game é curto assim como qualquer outro do gênero, mas o fator replay é excelente. Você não só tem diversas fases para conseguir ranque máximo, 4 monstros com habilidades diferentes, vários upgrades e skins para comprar com o dinheiro do game, como um modo co-op de dois jogadores extremamente divertido e bem executado para jogar com amigos. O game oferece uma quantidade de conteúdo mais que satisfatória para qualquer um que goste do gênero briga e rua e planeje o comprar.
Algo que eu senti falta, definitivamente foi multiplayer online, tendo suporte apenas ao local. Games como Streets of Rage 4 possuem a opção e funcionam muito bem, então eu não consigo entender o motivo de Dawn of the Monsters não conter a feature, que seria muito bem-vinda para jogar à distância com amigos.
Essa é uma frase ideal para definir o que Dawn of the Monsters é: “uma carta de amor a Kaiju Tokusatsu e beat em up’.” Se você gosta de entretenimento Tokusatsu de monstros gigantes ou o estilo beat ‘em up em sua era de ouro, posso dizer que este é um jogo perfeito para você!
Prós:
- Gameplay satisfatória;
- Estilo visual excelente;
- Ótima abertura animada;
- Fator replay altíssimo.
Contras:
- Soundtrack esquecível;
- Ausência de um modo online.