
Desenvolvedora: Experience
Publicadora: Aksys Games
Data de lançamento: 21 de setembro, 2023
Preço: R$ 249,94
Formato: Digital/Físico
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Aksys Games.
Revisão: Paulo Cézar
Às vezes, quando você está sem muito com o que fazer para atiçar o seu lado mais weeb, não faz mal dar uma olhada nos animes da temporada. Não é incomum, porém, de você encontrar muitos animes (à exemplo dos isekais) com um nome desnecessariamente longo, e que explica toda a premissa da obra. Mas, como seria esse modelo, em um formato de jogo? Isso seria Mon-Yu!
Mon-Yu, ou em seu nome completo, “Mon-Yu: Defeat Monsters And Gain Strong Weapons And Armor. You May Be Defeated, But Don’t Give Up. Become Stronger. I Believe There Will Be A Day When The Heroes Defeat The Devil King.”, é um RPG Dungeon-Crawler desenvolvido pela Experience, o mesmo estúdio que há poucos anos nos trouxe Undernauts: Labyrinth of Yomi, e assim como o supracitado, Mon-Yu é uma experiência que será bem-vinda para veteranos do gênero. Mas antes de chegarmos a conclusões precipitadas, vamos analisar o jogo:
História e ambientação
Começando com um dos aspectos mais simplificados de Mon-Yu, sua história é simples e pode ser resumida pelo título: você é um aventureiro que é invocado no reino mágico e feérico de Tir na Balc, um local que apesar de brilhante e colorido, abriga uma grande torre mágica que foi tomada pelos sete Reis Demoníacos, e o seu trabalho é detê-los antes que eles sejam uma ameaça para o reino.

Embora a história de Mon-Yu seja bem superficial e não se aprofunde muito nesse aspecto, é válido apontar que o jogo está constantemente te introduzindo personagens novos que servem como uma explicação de cada andar da torre, além de ser um incentivo para explorar. No primeiro andar da torre, por exemplo, você tem um Mimic que te explica o básico do jogo, como o que são inimigos, seus diferentes tipos, e dicas variadas da gameplay em geral.
Alguns personagens serão constantes para a sua jornada, como o dono da taverna (basicamente o HUB do jogo) que estará sempre lá para vender equipamentos e itens para o jogador continuar a sua jornada pela torre, ou a rainha do reino, que sempre reviverá a party do jogador caso a mesma venha a sucumbir em combate, embora sejam personagens constantes para a jogabilidade, eles nunca interagem muito com você a menos que você escolha interagir com eles, como disse antes, a narrativa do jogo acaba sendo bem superficial.

A ambientação do jogo, entretanto, foi o que mais me chamou atenção, afinal, o jogo se passa inteiramente em uma torre com um formato de dragão, feita com a pele morta de um inclusive; pode parecer pouca coisa, mas só pelo aspecto “badass” que essa ambientação passa, me deixou com um olhar eufórico, como se eu voltasse para a época que eu amava dragões e assistia diversas animações com os mesmos, hoje em dia não é tanto, mas eu ainda gosto desses répteis mitológicos.

Exploração do labirinto
Partindo para um dos aspectos que Mon-Yu executa melhor, vamos falar de sua gameplay de exploração! Devo começar dizendo que o jogo possui três modos, que seriam três dificuldades, a mais fácil, a normal e a mais difícil, o jogo permite que você diminua a dificuldade do jogo, mas não permite que você a aumente de volta. Embora a diferença para a dificuldade normal e a difícil seja unicamente em batalhas, a dificuldade mais fácil, além de já ter um combate facilitado, te dá o mapa completo do labirinto que o jogador explorar. Isso é importante e vou explicar o porquê daqui a pouco!
O jogo se passa em um conjunto de labirintos que, na perspectiva do jogador, são vistos em 1ª pessoa em um ambiente 3D, quem jogou outros DRPGs deve ficar mais familiarizado com a perspectiva em questão. O mapa do jogador, caso ele jogue nas dificuldades normal/difícil, começará vazio, porém a cada espaço livre do labirinto que o mesmo explora, mais o mapa vai se preenchendo, nesse aspecto, jogadores de Etrian Odyssey vão provavelmente se sentir em casa.
Os mapas são interligados entre cada andar, com a chave para liberar o andar seguinte sendo o chefão do seu andar atual, mas o chefão não será seu único obstáculo, pois o jogo te dá várias portas trancadas para circular ao redor enquanto procura uma chave e diversos ícones de caveira que são visíveis pelo jogador, ditos ícones de caveira são os inimigos, que podem ser divididos nessas categorias:
- Inimigos estagnados (Caveiras vermelhas): Estão fixos em um ponto do mapa e não se movem;
- Inimigos ambulantes (Caveiras verdes): Se movem em um padrão aleatório;
- Inimigos fujões (Caveiras azuis): Se movem na direção oposta ao jogador;
- Inimigos perseguidores (Caveiras roxas): Se movimentam em direção ao jogador.
Além da variação de Bosses que algumas caveiras tem:
- Boss perseguidor (Caveira roxa com chifres);
- Boss do andar (Caveira vermelha com chifres).

Outros ícones que o jogador poderá ver durante sua exploração são luzes brilhantes, que representam NPCs ou monstros amigáveis; placas, que indicam instruções sobre o atual andar ou dão uma direção em meio a uma bifurcação; ou até baús com tesouros diferentes que estão no mapa, geralmente é um equipamento forte que o jogador não deveria ignorar, em minha opinião.
Apesar de extensa, a exploração do labirinto é simples e fácil, e pode ser simplificada ainda mais com a mecânica de Auto-Move (liberada apenas para áreas do mapa que já foram mapeadas previamente), onde a sua party vai se movimentar na localização rapidamente, geralmente evitando inimigos no caminho, a mecânica foi um salva-vidas para mim, pois repeti os mesmos mapas várias vezes enquanto ralava para juntar experiência, então é um grande auxílio, mas também não é um botão de “chegar na área final mais cedo”. Resumindo: a exploração de Mon-Yu é o ponto mais alto da jogabilidade, em minha opinião.
Combate e customização
Mon-Yu possui um combate por turno, assim como outros DRPGs da Experience, porém devo dizer que aqui neste jogo, o combate vai ser sua vida: cada combate que a sua party ganha cria uma pontuação que pode te resultar em um equipamento novo, superior ao seu atual, ou a evolução do seu equipamento atual, que também tem uma barra de experiência própria, por isso, o jogo te coloca num loop onde você se vê enfrentando os mesmos inimigos diversas vezes para poder evoluir; a morte nunca vai ser uma preocupação para com a sua Party, já que a rainha de Tir na Balc sempre ressuscita ela, e com stats de HP e MP acrescentados, devo adicionar.

Nos primeiros três andares você verá pouca variações de inimigos, porém, do pouco que dá para ver, você pode tirar muito da arte do jogo, é incrível como houve essa “Animeficação” em alguns designs já clássicos de Dungeons & Dragons adicionam mais à personalidade do jogo, alguns inimigos podem aparentar inclusive serem pacíficos, e escolhendo negociar com eles, você pode ganhar um item muito bom, porém, ainda recomendo o jogador ser agressivo 80% do tempo, pelo XP.
Voltando ao combate, porém, eu sou obrigado a falar que ele não segura a sua mão, é difícil até mesmo nas dificuldades mais fáceis se você não souber o que está fazendo, e por isso um dos melhores aspectos de Mon-Yu são suas enormes qualidade de vida que ele tem, se comparado a outros DRPGs do mercado.

Durante o jogo, você pode salvar em qualquer lugar do labirinto, isso é perfeito para jogadores que não querem ficar sendo revividos e querem um pouco mais de desafio, eu salvei antes do chefão do terceiro andar, e isso acabou salvando a minha vida, porque é bem difícil chegar no mesmo durante a gameplay, tem muitos inimigos no caminho.
Porém, uma das melhores QoL de Mon-Yu é justamente a sua customização, você pode ter qualquer personagem em qualquer classe, e durante a gameplay pode resetar o nível dele para garantir uns bônus em alguns desafios que a rainha dá; um dos melhores aspectos dessa customização é que quando você dá Level Up/Down ou troca a classe de seu personagem, você pode trocar os pontos que ele tinha em um atributo para outros.
Um ponto negativo que eu sou obrigado a apontar pois me incomodou, é que o jogo tem designs um tanto peculiares para algumas das personagens femininas, eu não vejo problema com personagens sensuais, mas acho estranho ver isso num estilo Chibi um tanto quanto infantilizado; no final, eu gostei que a Experience colocou personagens dela de outros jogos como selecionáveis para sua party (e com eles totalmente customizáveis também, devo adicionar), mesmo que o estilo desses personagens não combine muito com o mundo de Mon-Yu.

Conclusão
Para resumir, Mon-Yu tem um foco sólido, que é a repetição… É um loop de gameplay que acaba prendendo aqueles que gostam disso, e é satisfatório ver tanto os seus personagens quanto o seu equipamento darem conta rápido de inimigos que te prendiam antes.
Mas é um jogo que acaba ficando maçante depois de um tempo, a mecânica de salvar em qualquer lugar pode ser perfeita para quando você precisa dar uma pausa nesse jogo e jogar algo mais tranquilo e direto antes de voltar para ele. Porém, no fim, é um jogo de R$ 250,00 que é difícil de recomendar para quem não tem muita familiaridade com DRPGs.

Concluindo, é possivelmente o melhor DRPG da Experience em termos de movimentação e customização, mas acaba sacrificando alguns aspectos como história, e na minha opinião, fica um pouco difícil de recomendar, especialmente com um preço um pouco amargo.
Prós:
- Diversas melhorias da qualidade de vida para o gênero de DRPGs;
- Inimigos com designs incríveis que parecem sair de um livro de D&D;
- Mecânicas de exploração que auxiliam muito na movimentação pelo labirinto;
- A ambientação e a arte combinam perfeitamente com a estética do jogo, passando uma atmosfera bonita;
- Automação que facilita na hora do grind.
Contras:
- Design de alguns personagens pode ser um pouco estranho para uma certa audiência;
- Loop de gameplay é cansativa;
- Difícil de recomendar para aqueles que não são familiares com DRPGs.
Nota final:
8
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