Review | Super Mario Bros. Wonder

Desenvolvedora: Nintendo
Publicadora: Nintendo
Data de lançamento: 20 de outubro, 2023
Preço: R$ 299,00
Formato: Digital/Físico

Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela Nintendo.

Revisão: Paulo Cézar

Finalmente chegou o novo joguinho do Mario! Finalmente o retorno da era 2D, o famoso jogo de lado — Que saudade!

Não me entendam mal, eu gosto dos jogos 3D do bigodudo, e acho que funcionam muito bem, mas o clássico tem seu charme, e para mim combina mais com a proposta da série. Dito isso, vamos ver no que deu afinal, quais novos poderes, que novas aventuras a trupe do Reino Cogumelo vai aprontar em Super Mario Bros. Wonder. Ah sim, está totalmente traduzido pra PT-BR!

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Plot, roteiro, plano de fundo

Bom, vocês já sabem né, não precisa muuuuuito investir no roteiro de Mario: uma ideia básica ali para justificar alguma maldade do Bowser é o suficiente para mandar o encanador vermelho direto para a ação.

Dessa vez estamos no Reino das Flores, quase vizinho do Reino Cogumelo, para atender a um evento do Príncipe. Mas lógico que nosso vilão favorito tinha que aparecer, roubando um item mágico, a “Wonder Flower” (Flor Fenomenal), que gera mudanças bem doidas e aleatórias no mundo. Com ela, Bowser se funde ao castelo do príncipe, se tornando uma fortaleza voadora, contaminando o reino com seus novos poderes, tentando fazer tudo à sua forma.

Mario e cia. partem para o resgate, coletando Sementes Fantásticas através dos mundos para quebrar as defesas do Rei Koopa. Dessa vez vamos com a trupe toda: Mario e Luigi, Peach e Daisy, Toads e Toadette, os Yoshis e o Ledrão.

Botando a teoria em prática

Toda essa galera que está no jogo traz também uma grande diferença dos anteriores, que é a falta de quirks específicos de cada um. Peach não plana com o vestido, Luigi não têm a corridinha no ar, e por aí vai; todos são iguais com formatos e cores diferentes. Exceto os Yoshies e Ledrão, eles têm a língua, têm a corridinha pra cima no ar, têm o poder de “não tomar dano” (não ficam pequenos ao apanhar), mas em compensação não podem se transformar com os potenciadores como a Flor de Fogo, de Elefante etc.

Essas outras habilidades de cada um agora se apresentam como Insígnias, um item acessório que pode ser equipado um por vez, dando um poder específico. Cada fase ou cada tipo de jogador pode preferir um ou outro.

Isso é bom e ruim, ao mesmo tempo que te dá margem para jogar com a skin que você gosta e juntar ela a uma habilidade útil, creio que tiran um pouco a personalidade de cada boneco, que eu pessoalmente gostava.

O universo numa casca de noz

Vamos falar das fases: todas elas tem cara de Mario. Ao jogar, você não têm dúvida que é o jogo do bigodudo, o que é ótimo. Têm segredos escondidos, têm final secreto, têm aquelas fases super difíceis que você tenta mil vezes para acertar o timing perfeito… mas de forma geral, achei mais fácil que a média dos jogos do Mario, mas algumas fases me deram um baita trabalho sim.

Agora a gimmick do jogo é a Wonder Flower (sim, eu vou usar o termo em inglês porque a tradução não condiz com o que deveria). Ela literalmente altera o mundo, podendo ir em qualquer direção, seja só a mudança de ângulo do personagem, ou mesmo só colocando você num circuito de esteiras rolantes, até mesmo te transformar numa bola de geléia gigante, ou num bolo de nuvem que murcha com qualquer peso, num cenário espacial.

É uma remexida na fórmula dos jogos 2D que dá uma boa graça e alguma divertida, e é bem inesperado, podendo ser engraçado, um Potenciador mesmo, deixando as coisas mais fáceis, ou mais difíceis, uma fase alternativa e até mini-games. Pessoalmente, gostei bastante.

Novos poderes

Tirando a Wonder Flower, temos alguns poderes novos também: Flor de Bolhas, Cogumelo Broca e Fruta de Elefante (não, não é One Piece, mas poderia ser). A ( flor) de bolhas funciona como a Flor de Fogo, mas lançamos uma bolha de sabão, que prende o inimigo menor que ela, e some com ele — um pouco cruel, não acham? Ademais, não funciona em todos os inimigos, mas é hit-kill quando você o faz. Achei meio esquisito para dizer a verdade, não curti muito não.

A broca no entanto, é bem legal, te dando possibilidade de aproveitar mais o cenário, ganhar tempo e algumas vantagens contra inimigos. Mas cuidado com os inimigos que têm proteção! Apesar do cuidado necessário, é uma mecânica divertida, desta eu gostei mais.

O Elefante é… bem…. isso mesmo: Um elefante, com tromba e tudo! É bem engraçadinho de passear por aí naquele ” corpanzil”, se agachando e mesmo assim ficando gigantesco! O ‘golpe’ de tromba é de longe a melhor função desse Potenciador, substituindo o soco de outros jogos, que é algo que sempre me fez falta em Mario.

As insígnias por outro lado são bem úteis, justas e equilibradas. Gostei, mas acabo variando entre 3 ou 4 favoritas, e fica por isso mesmo mas é uma função legal de se ter.

E vamos falar dos aspectos técnicos

Esse é sempre meu parágrafo mais curto, então vamos logo!

Gráficos lindos, incontestável! As animações estão divertidas, têm até algumas dignas de desenho animado — a corrida parece com a do Marvin, O Marciano; lembram disso, boomers? Com aqueles pezinhos mexendo e as pernas só um borrão. A performance aqui é ótimo e fluído, e as cores dos cenários foram bem escolhidas. O design geral funciona bem.

A sonoplastia também é boa, mas nenhuma música muito icônica que fique na cabeça. As plantas que falam são bem irritantes para variar, mas elas falam português do Brasil ao menos, então não vou reclamar muito porquê não é todo dia que a gente vê jogo dublado da Nintendo.

E falando nisso, como todo jogo do encanador italiano, as falas são textos escritos, mas eles também estão localizados para cá. Já as falas clássicas como “Its a go!” e a nova “Wonderful!” ficaram em inglês por algum motivo.

O modo online é meio qualquer coisa. Ele existe, mas não serve pra quase nada além de ter checkpoints extras, virando fantasminha quando morremos em uma fase com outros jogadores. Ele lembra o estilo de gameplay online de Dark Souls. O modo couch coop também existe, multiplayer local, podendo receber até 4 controles.

Melhor que os outros plataformas do Mario?

É um bom jogo? Sim.

É um bom jogo do Mario? Sim também.

É a volta triunfante dos Mario 2D? Olha, é uma volta. Triunfante? Nem tanto.

“Ué mas por quê? Ele não é bom?” É sim, mas comparando com, por exemplo, o New Super Mario Bros. Wii ainda era melhor. Pode ser que eu esteja ficando velho e é só minha memória afetiva falando, mas acho que poderiam ter explorando mais algumas coisas. Ainda assim, Super Mario Bros. Wonder vele muito a pena! E você vai se divertir à beça por muito tempo, são horas de diversão garantida. Recomendação fortíssima!