
Desenvolvedora: Forever Entertainment, Retro Studios
Publicadora: Nintendo
Gênero: Plataforma de ação 2D
Data de lançamento: 16 de janeiro de 2025
Preço: R$ 299,00
Formato: Digital/Físico
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Nintendo.
Revisão: Marcos Vinícius
O ano de 2010, além do valor do dólar ser mais ou menos 3 vezes menor do que atualmente, esse ano marcaria a volta do macacão mais amados do mundo dos videogames. Depois de passar um bom tempo a base de spin-offs e sem ver um jogo da saga principal no GameCube, a Retro Studios, sim, aquela mesma dos jogos da subsérie “Prime” de Metroid, traria para o Wii a até então nova entrada da série.
Porém a versão da qual falaremos neste artigo não se trata de um port direto do Wii ou da versão de 3DS, mas sim combinando ambas as versões em uma versão definitiva em alta resolução. Mas a pergunta que fica é: o que um título anterior a Donkey Kong Tropical Freeze tem a acrescentar a enorme biblioteca do console híbrido da Nintendo?
Não mexam com as minhas bananas!
DK e Diddy estavam tranquilos na cabana quando nosso macaquinho de boné vermelho preferido nota que o estoque de banana está sendo surrupiado pelos animais da floresta. Ao tentar confrontá-los, Diddy descobre que estão sendo controlados mentamente e logo toma uma pancada de um dos integrantes da Tiki Tak Tribe.
Sem ter a mínima noção do ocorrido, DK é abordado por um dos membros da tribo inimiga com o intuito de ser hipnotizado também. Só que os antagonistas não contavam que o forte do nosso macacão não era a esperteza e sim a força e logo tomam um chega para lá bem bonito no meio da sua cara de mau (literalmente). Logo, após se juntar a Diddy, DK parte em uma jornada para salvar suas bananas e a bicharada da ilha.

Assim como nos DKC da Rare para o SNES, o plot da história é bem básico, para que o jogador possa logo entrar na jogatina. A ilha é dividida em áreas temáticas, onde o jogador deve superar as fases até chegar ao chefe e após derrotá-lo e seguir para a próxima área. Nas fases você deve ir do ponto A ao ponto B, como de costume, cruzando com uma ou outra área bônus se for sagaz para achá-las, algumas são bem óbvias e outras vão requerer um pouco mais de atenção.

Os coletáveis também estão presentes, como as letras que formam a palavra K.O.N.G e peças de quebra cabeça. Ser completacionista lhe renderam itens para uma galeria interna do game, que conta com imagens, músicas, dioramas e um vídeo. Se você não é muito chegado a desafios por tempo, sinto muito lhe informar que eles estão por aqui também, sendo liberados após terminar a fase pela primeira vez. Os 100% do jogo são opcionais, como sempre, mas renderá um enorme desafio extra para aqueles que procuram se debruçar um pouco mais no jogo.

Os comandos são bem simples e intuitivos: correr, pular, rolar e agarrar objetivos, sem muito mistério para quem já é acostumado a jogos no estilo plataforma. Ainda há a opção de escolher entre dois tipos de jogabilidade, teste a que for mais confortável. Já ia me esquecendo, para aqueles que desejam adicionar uma camada a mais de dificuldade no jogo, existem comandos por movimento. Se eu recomendo usá-los? Bem….
Banana é doce mas não é mole não
Não se engane com a dificuldade morna das primeiras fases, elas estão ali literalmente para você se acostumar com os comandos, apenas isso. A partir da segunda área do jogo (BEACH) a dificuldade escalona enormemente, colocando a prova se você realmente dominou os comandos. Não há mais espaços para erros soldado, seja preciso, seja eficiente e seja rápido ou vai dar ruim lindamente.
E quando trato da dificuldade aqui não falo da busca por fazer tudo no jogo, falo do básico mesmo, completar as fases e seguir em frente apenas. Mesmo com a ajuda de Diddy, que consegue planar um pouco por conta do seu jetpack, o tempo que o jogador tem para tomar decisões é extremamente curto. Vou dar um exemplo aqui para elucidar melhor.

Lembram dos estágios com tema de mineração onde você viaja sobre trilhos no carrinho? Então, eles retornam aqui. Em um deles o jogador deve abaixar para não ser atingido por cristais e logo em seguida fazer um pulo. Isso seria bem fácil se o fim dos cristais e o timing para o pulo não fossem tão enxutos.
Por mais estranho que seja, acostume-se a morrer o jogo fica mais divertido a partir do momento que você não se preocupa tanto em conservar um número grande de vidas e o jogo sabe de sua dificuldade, tanto que é oferecido ao jogador ir a cabana de velhinho Cranky Kong comprá-las. E não só isso, como também facilitadores para encontrar as peças do quebra cabeças mais facilmente adicionar mais um coração a sua barra e por ai vai.

Caso você tenha curtido experiências mais acessíveis como Super Mario Bros. Wonder, saiba que Donkey Kong Country Returns HD é o completo oposto pois não serão poucos os momentos nos quais o jogador terá vontade de arremessar os controles na parede, mas não o façam, valorizem seus dinheiros!
Uma banana ainda verde, mas promissora
A Retro Studios fez um bom trabalho em Donkey Kong Country Returns na sua época. Ao mesmo tempo que trouxe elementos dos jogos clássicos, ela tentou aos poucos acrescentar sua própria identidade. Nunca será fácil para nenhuma empresa equiparar a Rare no seu auge, mas o game apresenta uma proposta muito honesta em relação a isso que viria a se tornar mais consistente em Tropical Freeze.

A exploração vertical é muito mais utilizada e o ritmo frenético imposto pela disposição tanto dos inimigos quanto das plataformas são características que não estavam presentes na série antigamente. O game exigir mais do jogador de forma alguma é ruim, nem todo jogo é feito com o intuito de ser um passeio no parque.

Um fator que normalmente facilita a vida de muitos tem o efeito contrário aqui, que seria o cooperativo local. Se a pessoa que joga com você está em um ritmo muito diferente do seu, pode ter certeza que a vida de ambos será dificultada. A palavra que guia o game design aqui é timing, em um nível tão preciso que as vezes torna o gameplay mais associado a um jogo rítmico do que de plataforma. Donkey Kong Country Returns é uma experiência para os fortes e pacientes de coração.
Não julgue uma banana pela casca
Tratando-se de uma versão aprimorada baseando-se nas versões de Wii e 3DS, o trabalho aqui poderia ser bem caprichado no que tange os visuais. Uma plataforma que possui em sua biblioteca jogos como Tears of the Kingdom e Doom Eternal pode sim apresentar visuais melhores em uma remasterização.

Não me entendam mal, o jogo de forma alguma é feio ou roda mal, mas olhando o que o console híbrido pode fazer você fica com um sentimento de potencial desperdiçado aqui, ainda mais comparando com outras remasterizações presentes no mercado. Esse sentimento deve-se muito ao fato de que experimentei o jogo nas suas versões anteriores, alguém que tenha o primeiro contato com ele na versão de Nintendo Switch pode não ter a mesma impressão.
Colocando aspectos gráficos de lado, a diversão proporcionada pelo game é enorme, com dezenas de fases e momentos divertidos apesar da dificuldade elevada para jogos da Nintendo nesse gênero.
Pros:
- Excelente level design;
- Dificuldade na medida certa;
- Ritmo de gameplay.
Contras:
- O design dos inimigos;
- Timing curto de certos desafios.
Nota
7
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