Desenvolvedora: Nintendo
Publicadora: Nintendo
Gênero: Puzzle
Data de lançamento: 16 de fevereiro, 2024
Preço: R$ 249,00
Formato: Digital / Físico
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Nintendo.
Revisão: Davi Dumont Farace.
No último dia 16, a Nintendo lançou o remake de uma pérola do GBA: Mario vs. Donkey Kong. O título, considerado o sucessor espiritual do clássico Donkey Kong, lançado há mais de quarenta anos, é um divertido jogo de puzzle-platform 2D, onde temos que superar desafios, em forma de quebra-cabeças, para impedir os planos do gorilão.
As partidas, devido à proposta portátil do jogo, são rápidas e requerem raciocínio afiado. A grande questão em cima desse remake é saber se as propostas do título original, de 2004, ainda funcionam bem.
Recuperando os bonequinhos
A história tem início com a saga de Donkey Kong em conseguir adquirir os fofos bonequinhos do Mario que havia visto há pouco, numa propaganda na televisão. Para infelicidade do gorilão, no entanto, o brinquedo está esgotado em todas as lojas perto de sua casa. Revoltado, ele vai até a companhia onde os bonecos são fabricados e faz a única coisa possível: rouba todos eles. Cabe agora ao Mario, feliz burguês italiano, proprietário da fábrica, correr atrás de DK para recuperar os produtos afanados.
As mecânicas são bem simples. Podemos pular (existem três variações de pulo), agarrar objetos e inimigos, se pendurar por cordas etc. No título do GBA, tínhamos que percorrer seis mundos atrás de DK, já nesse remake temos oito a nossa disposição. Cada um deles conta com oito fases. As seis iniciais são divididas em duas etapas: na primeira devemos levar uma chave até a porta que nos dá acesso à próxima etapa; e na segunda conseguimos, finalmente, recuperar um dos bonequinhos roubados por DK. Depois, na sétima fase, devemos encaminhar todos os brinquedos para uma caixa segura, coletando letras que formam a palavra “toy”. E na última, finalmente, enfrentamos o gorilão.
Comparando com o clássico
Visualmente, Mario vs. Donkey Kong é lindo! Sério, é um dos títulos mais bonitos do Nintendo Switch. A recriação das fases (das mais diversas), melodias e até mesmo os efeitos sonoros são incríveis e nostálgicos. Os quadros de animação, os efeitos de luz e sombra, as expressões dos heróis, enfim, tudo – como de praxe – foi feito com muito esmero e encanta logo em nosso primeiro contato com o jogo.
Para fazer uma partida perfeita e ganhar uma estrela, devemos coletar todas as três caixas de presentes posicionadas pelas fases, dentro do tempo proposto. Houve, no entanto, uma simplificação da dificuldade das fases nesse remake. Ganhar uma estrela no clássico do GBA, além dos presentes, por exemplo, dependia da sua pontuação. Cada fase exigia certo número de pontos para se conseguir uma estrela. A pontuação era o resultado do tempo que utilizamos para resolver o quebra-cabeça somado à quantidade de adversários superados. Esse elemento, comum aos jogos dos anos 90 e início dos anos 2000, foi retirado no título.
No clássico, ao coletar todas as três caixas de presente, a gente era levado para uma fase bônus que poderia nos conceder até duas vidas extras. No novo jogo, cada mundo guarda apenas uma fase bônus. Outras mecânicas também foram adaptadas para a nova proposta do título original. Quando Mario caía de uma altura elevada, a gente poderia perder uma vida ou o encanador podia se enrolar para se levantar, nos fazendo perder um tempo precioso. Agora, nada acontece. Dar retry na partida nos fazia perder uma vida e agora não há punição. São detalhes que tornavam o jogo um pouco mais difícil e prolongavam o contato dos jogadores com o título.
Conteúdo do pós-jogo
A Nintendo compensou o ar mais amigável do remake com mais conteúdo, justamente para aumentar o nosso tempo com o jogo. Como dito mais acima, agora temos oito mundos ao invés de seis. Há também um pós-jogo, que dá continuidade à história, onde devemos refazer nossa jornada – passando pelos oito mundos – até um desafio final (maravilhoso).
Há uma pequena mudança na estrutura das fases nessa nova jornada. Cada uma delas possui uma parte apenas, em que devemos resgatar o brinquedinho e abrir as portas com a ajuda dele. A dificuldade é ligeiramente maior, mas ainda assim, amigável. Apesar da dificuldade ser bem branda, existem duas opções de estilo: casual (que torna a experiência ainda mais “acessível”) e clássico.
Ao finalizar a história base, habilitamos um modo Expert (em que as fases abrem de acordo com a quantidade de estrelas que adquirimos) e um modo contra o tempo (em que podemos comparar nossa pontuação com a de outros jogadores). Para fazer 100% do jogo, devemos passar pelo modo Expert, coletando todas as estrelas possíveis.
É aqui que está a dificuldade de Mario vs. Donkey Kong. Toda a campanha pode ser feita em coop local. No caso, o segundo jogador assume um dos Toads, que trabalham na companhia de Mario. E destravar as passagens para os próximos níveis requer uma pequena chave extra. Não há, no entanto, coop online.
Vale à pena?
O principal problema de Mario vs. Donkey Kong é a sua duração e dificuldade. Mesmo com os modos extras, nosso contato com o jogo é bem efêmero, e salvo o modo contra o tempo, depois de ter realizado todas as tarefas, não há muito o que revisitar.
A proposta portátil do original, de trazer partidas rápidas e que requerem raciocínio para matar o tempo, era legal há vinte anos atrás, continua bacana hoje em dia, mas não é o suficiente – diante de tantas opções de jogos mais longevos – para investir uma boa quantia de dinheiro. Ele funciona muito bem para os fãs de longa data, mas carece de mais conteúdo para cativar os corações do público atual. Ainda assim, é bem divertido, mas findada a experiência, dificilmente você voltará a jogá-lo.
Prós
- Visualmente impecável;
- Quebra-cabeças divertidos;
- Conteúdo extra que não está no original.
Contras:
- Curta duração;
- Fácil demais;
- Sem localização PT-BR.
Nota Final:
8
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