
Desenvolvedora: Nintendo Cube
Publicadora: Nintendo
Gênero: Party Game
Data de lançamento: 17 de outubro, 2024
Preço: R$ 299,00
Formato: Físico/Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Nintendo.
Revisão: Paulo Cézar
E lá se vão vinte e seis anos desde o lançamento do primeiro Mario Party, para o saudoso Nintendo 64. A ideia original consistia em converter para os videogames os clássicos jogos de tabuleiro, em que devemos jogar dados para andar com nossa peça rumo a vitória. Só que aqui, as “pecinhas” do tabuleiro são os carismáticos personagens da série Super Mario Bros. — e o objetivo consiste em coletar moedas, vencer divertidos minijogos e conquistar o máximo de estrelas que pudermos. Vence aquele que contabilizar mais estrelas ao final da partida.
De lá pra cá a fórmula foi sendo refinada e pontuais acréscimos apareciam a cada novo jogo lançado. No último dia 17 de outubro, chegou o décimo nono título da franquia – o terceiro a dar as caras no Nintendo Switch, num intervalo de apenas seis anos. As vendas dos dois títulos anteriores (Super Mario Party e Mario Party Superstars) — do ponto de vista da empresa — por si só justificam o anúncio de mais um jogo da série, no provável último ano do console híbrido da Nintendo. Eu, particularmente, fiquei me perguntando “por que não mais conteúdos via DLC para os últimos jogos?”. De toda forma, Super Mario Party Jamboree está entre nós e é a síntese perfeita dos dois jogos anteriores.
Maior e mais divertido
Super Mario Party Jamboree chega com a promessa de ser o maior e mais divertido Super Mario Party já feito. “Jamboree” é um evento escotista que acontece periodicamente desde, pelo menos, 1920, mundo afora. Reunidos em acampamentos, os grupos se juntam para reforçar ideias de paz, amizade e fraternidade. Dada a proposta da série da Nintendo, o subtítulo faz todo sentido. Pois é justamente isso que Mario Party representa. Os personagens da série, aqui, rivais ou não, deixam suas diferenças de lado para se enfrentarem amistosamente. Tá certo! Nem tanto, mas vocês entenderam.


Temos mais de vinte personagens à nossa disposição. Nada mais divertido do que reunir os amigos para disputas amistosas nos diversos minijogos, tabuleiros temáticos e demais modos que Jamboree oferece. Apesar de podermos curtir a experiência sozinhos, é disputando partidas com os amigos (principalmente) de forma local ou online que o jogo brilha. Há no entanto novos modos que garantem uma boa diversão solo, como o Bowserathlon e Brigada anti-Bowser. Quase todos os modos podem ser jogados sozinhos, em coop local ou online. E ter essas opções logo de cara é excelente. Super Mario Party (2018), por exemplo, só ganhou um coop online três anos depois de seu lançamento.
Seguindo uma tendência recente que, particularmente, espero que continue a se repetir, Super Mario Party Jamboree está todo localizado para o nosso idioma. E algumas traduções são hilárias. Cada partida finalizada nos garante pontos que podem ser utilizados na Praça principal para comprar figurinhas, temas de cartões e reações. Desbloquear conquistas pré-estabelecidas pelo jogo nos permite subir de nível. E com isso ganhamos prêmios dos mais diversos como um novo tabuleiro temático, cartões, personagens, entre outros. Enfim, Jamboree nos recompensa simplesmente por jogar o título. Isso é ótimo, pois mesmo que de forma artificial, prolonga o nosso contato com ele.
Modo Mario Party
O modo Mario Party, como o próprio nome sugere, é o principal do jogo. Temos aqui cinco tabuleiros novos e dois clássicos. A proposta continua a mesma dos primeiros títulos. Jogue os dados, ande pelas casas (azuis, vermelhas, de desafio, interação com tabuleiro etc), consiga power ups roubados e jogue um minijogo no final da rodada.

Quem terminar a partida com mais estrelas vence. Esse modo trouxe um acréscimo interessante que é um momento em que um personagem aleatório aparece no tabuleiro e, ao ser alcançado por qualquer competidor, tem início um minijogo. Quem vencer o desafio ficará acompanhado por ele por algumas rodadas. É a chamada “dupla Jamboree”. Tudo que você conquistar estando com sua dupla Jamboree será duplicado, até mesmo as estrelas.
É imperativo que, nesse modo, em especial você jogue com mais alguém ao seu lado. Por que as partidas são demoradas (algumas levam mais de uma hora) e não há tantas possibilidades de customização da partida como as presentes nos primeiros títulos, em que podíamos diminuir rodadas, acelerar a velocidade e cortar animações do CPU. Isso quer dizer que, jogando sozinho ou online, sem ter com quem conversar, você pode tranquilamente, depois de jogar a sua vez, esquecer o controle, levantar, tomar uma água, ir ao banheiro, que o oponente ainda estará rolando os dados para fechar a sua jogada. Jogando com uma galera do seu lado, no entanto, as coisas mudam completamente.
Marina dos Minijogos e Jornada das tarefas

Para quem apenas gosta de curtir os minijogos da franquia sem muita enrolação. A Marina dos Minijogos é o seu modo de jogo. Aqui nós temos 112 minijogos à nossa disposição. Para deixar a experiência mais interessante, Jamboree trouxe submodos dentro do Marina dos Minijogos: Batalha de desafios, Sobrevivência, Desafio diário, Em dupla e Jogo livre. Esse último dá acesso a todos os minijogos do título.


Para não ficarmos perdidos, há um filtro que podemos aplicar para selecionarmos o tipo de minijogo que queremos experimentar. Queria enfatizar o retorno, em Jamboree, de minijogos que fazem uso do sensor de movimento dos Joy-Cons, como os joguinhos dinâmicos e rítmicos. Algo que foi deixado de lado no título anterior.
Os jogos da série, como o próprio nome diz, sempre foram uma grande festa, uma grande celebração. No modo Jornada das tarefas, nós podemos ajudar a preparar essa festa, decorando a Praça principal com adornos que podem ser conquistados ao desbravar as ilhas desse modo. Esse é o único modo em que jogamos totalmente sozinho e funciona, mais ou menos, como uma espécie de “Campanha” onde temos que vencer tarefas e desafios dos mais diversos, em forma de minijogo, para ganhar estrelas e adquirir itens de decoração para a festa.
Apesar dele tentar emular, como dito, um modo “Campanha”, não prendeu muito a minha atenção. Mas, é uma forma interessante de passear pelos minijogos do título amarrando-os com um objetivo e história específica como pretexto.
Ilha dos desafios do Bowser
Esse foi o modo que mais me diverti em Super Mario Party Jamboree. Aqui nós temos o Bowserathlon, uma espécie de maratona em que devemos percorrer 150 casas por volta (3, 5 ou 7 voltas), sempre avançando uma casa a cada moeda coletada e jogando três minijogos aleatórios que vão aumentando a dificuldade a cada volta.

Nesse modo, podemos jogar competitivamente contra o CPU ou online contra até 20 pessoas. Depois de três minijogos o Bowser Impostor aparece para desafiar os competidores. Perdendo esse minijogo de sobrevivência somos jogados algumas casas para trás, ganhando conseguimos um item surpresa. Vence aquele que conseguir cruzar a linha de chegada na frente ao final de todas as voltas.
Outra novidade em Jamboree é a Brigada anti-Bowser. Esse é um modo cooperativo que podemos jogar sozinhos ou online com mais sete pessoas. Devemos derrotar o Bowser Impostor ao final de cinco rodadas. Cada rodada é cronometrada (90 segundos). Caixas que guardam bombas caem de forma aleatória pelo cenário.
Devemos destruir essas caixas para coletar as bombas, carregar o canhão e disparar contra o gigante Bowser Impostor. Ao final da rodada jogamos um minijogo contra o “vilão”. Vencendo conseguimos itens que nos ajudam na coleta das bombas na rodada seguinte. Se conseguirmos zerar a energia do Bowser Impostor, vencemos a partida.
Ilha dos Toadies

Todos os modos nessa parte do jogo fazem uso do sensor de movimento dos Joy-Cons. Temos três possibilidades: Aventuras aéreas, Fábrica do Toad e Cozinha rítmica. Em aventuras áreas podemos participar de uma competição alada onde devemos voar (chacoalhando os Joy-Cons) coletando o máximo de Parajoaninhas dentro de um tempo específico. Há também a possibilidade de trabalhar em equipe, em Táxi alado, para levar alguns personagens até o seu destino. Ou, simplesmente, podemos voar livremente pelo cenário explorando a paisagem local.
Na Fábrica dos Toads devemos utilizar o sensor de movimento dos Joy-Cons para guiar as bolinhas para pontos pré-determinados. E em Cozinha rítmica devemos preparar os alimentos de forma cadenciada, no ritmo da batida e da música. Nesse modo, não só as músicas são importantes, mas a vibração também ajuda a entendermos o timing para fazer com perfeição os movimentos para recolher os ingredientes nos minijogos.
Dos joguinhos que fazem uso dos Joy-Cons, os desse modo foram os que mais achei divertido. Porém, não dá para jogar competitivamente de forma online, apenas de forma local. E o uso dos Joy-Cons nos minijogos que fazem uso do sensor de movimento são obrigatórios, o que impede donos do Switch Lite curtirem o jogo em sua plenitude.
Por que não uma expansão?
Super Mario Party Jamboree cumpre a promessa de ser o maior e mais divertido jogo da série. Os diversos modos de jogos e minijogos são mais do que suficientes para prender o jogador por horas a fio, jogando sozinho ou acompanhado. Mas, experimentando o novo título da série, não raro surge em nossa cabeça a indagação de “por que não lançar uma expansão para os outros jogos que deram as caras no Nintendo Switch?”.
Não me levem a mal, Jamboree, como já falei é muito divertido e traz novidades interessantes para a série, deixando obsoleto os dois outros títulos lançados não muito tempo atrás. Eles, inclusive, parecem, em comparação a esse, estarem incompletos. Na ausência de títulos de peso agora para o final do ano, é certeza que o Super Mario Party Jamboree venderá muito e dará uma sobrevida ao guerreiro console híbrido da Nintendo.
Prós
- Muitos modos de jogos;
- Mini jogos divertidos;
- Localização para o nosso idioma;
- Síntese perfeita dos outros títulos lançados para o Switch.
Contras:
- Descontinuou de forma precoce os outros jogos;
- Uso obrigatório dos Joy-Cons em alguns minijogos.
Nota Final:
8
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