
Desenvolvedora: Lucasfilm Games, Aspyr
Publicadora: Aspyr
Gênero: Beat ‘em up
Data de lançamento: 23 de Janeiro de 2025
Preço: R$ 112,76
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Aspyr.
Revisão: Davi Dumont Farace
Há muito tempo atrás, em um console muito distante, era difícil distinguir a qualidade dos jogos Star Wars. Mais do que qualquer coisa, é uma franquia feita para vender vários tipos de produto, mantendo seu foco em multimídia quase que desde seu advento. Era fácil assumir que junto à nova trilogia – em 1999 – seria acompanhada de novos jogos.
A franquia nunca esteve fora do olho do público, e, com tais lançamentos, nascia uma nova era de filmes para colocar novo fogo para a vida útil da franquia. Não querendo dizer que não era uma franquia grande o suficiente na época para precisar de um novo filme, mas somos mimados a aproximadamente dez anos com títulos Star Wars. O lapso de tempo de O Último Jedi até A Ameaça Fantasma foi bem maior, com os fãs vivendo de conteúdo da trilogia original, apenas.
Assim como o filme no qual o jogo é baseado, STAR WARS: Episode I: Jedi Power Battles é lembrado com nostalgia, apesar da sua qualidade duvidosa. Apesar das prequels terem recebido um afeto maior dos fãs com o passar do tempo, é difícil dizer se é por saudades de um tempo passado, por qualidades não antes percebidas ou pela qualidade dos filmes e séries modernas. Quando se trata do jogo, temos muitas opções novas e velhas, já disponíveis no próprio Switch, da duologia de RPGs Knights of the Old Republic até um remaster do boomer shooter Dark Forces. Assim como a trilogia dos anos 2000, esse jogo cairá como uma gema da época que não era apreciado? Minha aposta seria que ele apenas vai ficar preso na memória daqueles que sequer lembravam que ele existia.
A remasterização
O histórico das remasterizações mais recentes de Star Wars é um pouco turbulento. A duologia Battlefront teve muitos problemas com seu relançamento, seja seu preço alto por pouco conteúdo novo ou os servidores limitados. Enquanto Knights of the Old Republic 2 tinha um bug que impossibilitava o jogador de terminar o jogo, o que não deveria ter saído sequer do playtest.
Em questão do jogo de hoje, eu não diria que se trata de um contraste completo, até podendo ser resumido em: pouco impressionante. Apesar de novos modos de jogo e personagens a mais comparado às versões de Playstation e Dreamcast, a dinâmica e estrutura do jogo pouco muda.
Os menus do jogo tem pouca apresentação, aparecendo em quadrados azuis com textos brancos, como se tivessem sido feitos em PowerPoint. E não há música presente nos menus do jogo. Ele se apresenta apenas com o suficiente para dizer que funciona e que existe.

Mas como é esta Guerra nas Estrelas?
O jogo segue uma estrutura arcade, mais especificamente dos beat ‘em ups clássicos. Uma quantidade de movimentos limitados e hordas e mais hordas de inimigos feitos para drenar sua energia de pouco em pouco até o jogador morrer, diferente dos velhos jogos arcade, o jogador não volta exatamente onde morreu, mas em um checkpoint, com todos os inimigos que matou pós-checkpoint vivos novamente.

O jogador tem três botões de ataque, com alguns combos alternando entre eles, também podendo segurar um dos gatilhos com um dos botões para fazer um golpe especial do personagem ou usar um item (que geralmente são só granadas). Também é possível fazer um movimento destruidor de mundos, apertando o botão de bloqueio no tempo certo, fazendo com que todo projétil inimigo seja retornado diretamente a ele, e como há tantos inimigos com projéteis nesse jogo, é possível ganhar com bom timing de parry (hora de colocar suas habilidades do Souls-like nesse jogo de mais de 20 anos).
Algumas fases tem objetivos secundários, que vão de ignoráveis até frustrantes, como escoltar um npc pela fase sem deixar que ele morra, e outras de encontrar todos os personagens, do contrário a missão começa do começo, e é tão divertido lidar com isso como parece.
Em adição a minha última crítica — começar a fase do zero — cada nível desse jogo é longo… bem longo. Com mais de 10 fases em todo o jogo, ele acaba sendo uma experiência bem longa, mas com uma gameplay tão simples, toda fase dura bem mais do que deveria.

No geral, a dinâmica de movimentação ataque, raros momentos de plataforma e veículo, o jogo é pura e simples diversão arcade. Porém, tão repetitivo quanto.
Isso absolutamente não é cinema
O jogo usa muitos elementos do próprio filme, claro, era de se esperar que as fases fossem baseadas no filme que dá nome ao jogo. E se tratando de um longa tão ocupado quanto Star Wars Episódio 1, existem muitas cenas das quais usar para um videogame, mas quando se trata de áudio diretamente do filme, a circunstância fica um pouco mais feia.
Primeiro falando do menor dos males, a trilha sonora não é ruim, sendo as composições do próprio John Williams. Porém, essas músicas foram feitas para cenas frenéticas de ação, curtas em duração; e como previamente mencionado, as fases do jogo são longas, fazendo a música repetir muitas vezes, e se tornar mais irritante do que o épico que era para ser. Um desperdício tanto das composições do gênio John Williams quanto da chance de criar algo novo.

Do lado mais feio da moeda, o jogo recicla falas ditas diretamente no filme e alguns efeitos sonoros usam a risada do mestre Yoda, o que me confunde muito em como tomaram essa escolha. O mesmo vale para o efeito dos sabres de luz, tanto o icônico som deles se movimentando quanto do impacto contra os inimigos não parecem ter recebido uma remasterização muito competente, e ficam meio estourados. Em toda questão de som, o jogo acaba sempre errando a bola, sendo com certeza a porção mais fraca dele.
Um clássico de remasterização pouco impressionante
Talvez STAR WARS: Episode I: Jedi Power Battles poderia ter sido um sucesso maior caso saísse como mais um durante o auge dos beat ‘em ups de arcade, mas ele foi lançado no fim da geração do PlayStation. E este console, por não ter muitas outras opções de qualidade quando se trata de Star Wars, esse pode ter ficado na memória como um bom jogo, mas o Nintendo 64 estava bem melhor quando se trata dessa franquia.
Então que espaço o jogo recebe hoje? Um tanto similar, eu diria. Existe uma vasta lista de jogos Star Wars presentes no Nintendo Switch, de todos os gêneros de jogo diferentes, hipérbole, sim, mas o que eu quero dizer é que há variedade de sobra.
STAR WARS: Episode I: Jedi Power Battles tem seu lugar como um jogo simples e arcade, onde apertar botões sem pensar muito e acumular pontos contra inimigos de inteligência baixa seja o que um fã de Star Wars queira por um dia, talvez até dois, pela duração grande das fases e que há 14 delas.
Caso tenha um amigo fã da franquia, se juntar, comprar algumas bebidas de preferência e falar sobre Star Wars por cinco horas possa ser um bom proveito do jogo, do contrário, ele não entra no topo da lista de jogos de Star Wars do Switch.
Pros:
- Muito conteúdo;
- Variedade de modos;
- Fácil de aprender; fácil de jogar.
Contras:
- Fases grandes demais;
- O som em geral;
- Remasterização pouco impressionante.
Nota
6
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