Desenvolvedora: Koei Tecmo
Publicadora: Koei Tecmo
Data de lançamento: 09 de Março, 2023
Preço: R$ 289,00
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela Koei Tecmo America.
Review: Marcos Vinícius
FATAL FRAME: Mask of the Lunar Eclipse é o mais novo relançamento da série de terror japonês da Koei Tecmo. Assim como foi o caso de FATAL FRAME: Maiden of Black Water, trata-se de um relançamento aprimorado de um título disponível em uma plataforma anterior da Nintendo, no caso o Wii, para o Nintendo Switch.
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A aventura esquecida
A versão original de FATAL FRAME: Mask of the Lunar Eclipse é um caso especial a ser falado no quadro geral da franquia Fatal Frame. A série, conhecida como Project Zero no Japão, teve os seus três primeiros títulos sendo lançados no PlayStation 2. Após a revelação do Wii, em 2005, o co-criador da franquia, Keisuke Kikuchi, ficou interessado em produzir um jogo para o console.
Para conseguir atingir seu objetivo, Keisuke não apenas entrou em contato com a Nintendo, conseguindo uma aproximação entre a empresa e a Tecmo (antes de sua fusão com a Koei), que resultaria em uma série de parceria para produção de outros títulos – como o famoso Metroid: Other M -, como também contratou a Grasshopper Manufacture para ajudar no desenvolvimento. O diretor Suda51, famoso pelos jogos da série No More Heroes e outros clássicos, foi o escolhido para ser um dos diretores e escritores de FATAL FRAME: Mask of the Lunar Eclipse.
Com a Nintendo envolvida em sua publicação, FATAL FRAME: Mask of the Lunar Eclipse foi lançado exclusivamente no Wii no Japão em 2008. Graças ao envolvimento da Nintendo, o game recebeu alguns conteúdos exclusivos como roupas baseadas em personagens da companhia, além de uma boa atenção em seu país natal. O ocidente, contudo, ficou sem receber o jogo. Na época, a Nintendo possuía os direitos de publicação do título e a sua subsidiária americana decidiu não trazê-lo para o resto do mundo.
Uma razão para o cancelamento da importação de FATAL FRAME: Mask of the Lunar Eclipse nunca foi revelado pelas empresas envolvidas. Existe uma teoria de que a razão pode ser encontrada na versão que o Japão recebeu do título. Por conta de seu desenvolvimento conturbado, Nintendo, a Tecmo e a Grasshopper Manufacture tiveram problemas em adequar ideias e concordar em diversos pontos de sua criação, o game chegou às mãos dos fãs japoneses em um estado cheio de bugs fatais que impediam sua conclusão de forma 100%.
Apesar de fãs terem realizado uma tradução em 2010, FATAL FRAME: Mask of the Lunar Eclipse nunca havia sido lançado oficialmente neste lado do globo. Isso mudou agora em 2023, com a agora Koei Tecmo assumindo totalmente o compromisso de desenvolver e publicar uma versão melhorada do título (embora a Nintendo ainda pareça ter parte dos direitos da franquia), portando-o para novas plataformas, atualizando texturas e corrigindo bugs.
O hospital assombrado cheio de segredos
A história de FATAL FRAME: Mask of the Lunar Eclipse acontece na misteriosa ilha de Rogetsu. A narrativa segue três personagens diferentes, as jovens Ruka Minazuki e Misaki Asou, e o detetive Choushiro Kirishima. 10 anos antes da história começar, uma série de sequestros teve início na ilha, com Ruka e Misaki entre as cinco vítimas. Choushiro encontrou as garotas e conseguiu devolvê-las para suas famílias.
Infelizmente, as jovens perderam sua memória daquela época e dois anos após o caso, todos os moradores da ilha de Rogetsu vieram a falecer, com o local ficando abandonado. 10 anos depois, 3 das garotas envolvidas no sequestro morrem de forma misteriosa, e Ruka e Misaki retornam à ilha para descobrir a verdade por trás do evento e tentar recuperar suas memórias.
No contexto geral da série, FATAL FRAME: Mask of the Lunar Eclipse é uma prequel, acontecendo anos antes do primeiro título da franquia. Apesar de todos os jogos poderem ser aproveitados sem experiência prévia, é um bom ponto que a Koei Tecmo tenha colocado este título como uma prequel. O terceiro jogo da franquia, FATAL FRAME III: The Tormented, lançado para PlayStation 2, uniu os enredos dos três primeiros jogos de uma maneira geral através de seus personagens. Então como uma forma de introduzir novatos à série, foi uma boa pedida fazer uma prequel sem ligação com títulos anteriores.
A narrativa de FATAL FRAME: Mask of the Lunar Eclipse lida com temas um pouco sérios, como por exemplo experimentação humana, tortura e sequestro de crianças. Como um dos principais elementos da história é a misteriosa doença da Síndrome da Lua, há bastantes elementos remanescentes de histórias médicas. A história do jogo possui algumas reviravoltas interessantes, embora não são tão memoráveis de forma geral.
Diga Xis
FATAL FRAME: Mask of the Lunar Eclipse foi o primeiro título da série que tentou modernizar a sua jogabilidade. Passando para uma visão em terceira pessoa, o game é bem similar mecanicamente a seu sucessor, FATAL FRAME: Maiden of Black Water, de Wii U. Os personagens se movem no estilo tank control e o ritmo de jogo é lento, com a corrida nada mais sendo do que alguns passos acelerados.
Ele também possui muitos dos mesmos problemas presentes em Maiden of Black Water. O game é lento, movimentar a câmera enquanto anda é complicado e há longas animações para pegar itens ou abrir portas, algo que inclusive, foi introduzido à série neste título. Os problemas com a câmera são ainda piores quando focamos no combate do jogo.
Para se defender das ameaças dos fantasmas presentes durante a aventura, as heroínas da aventura utilizam a Câmera Obscura para tirar fotos de seus oponentes. Choushiro utiliza uma lanterna espiritual em seu lugar, mas que possui função similar. É possível adquirir lentes especiais que habilitam novas habilidades para a câmera, assim como filmes diferentes para servir de munição. Cada um desses causam uma quantidade específica de dano aos inimigos, assim como possuem seu próprio tempo de recarga. Contudo, é possível causar dano extra aos inimigos ao bater uma foto no momento em que eles atacam, realizando assim um Fatal Frame.
Como o combate é realizado em primeira pessoa, existem alguns problemas que surgem quando é preciso alterar do modo para a movimentação normal. O principal acontece quando os fantasmas atacam, com o jogo alternando imediatamente para a câmera normal, o que pode causar uma irritação, ainda mais se o jogador for atingido por um inimigo que ele não esperava enquanto buscava acertar outro.
A cada foto tirada e inimigo derrotado o jogador é recompensado com pontos. Servindo como uma moeda dentro do jogo, é possível adquirir itens novos nos pontos de save, além de roupas e acessórios extras.
Existe um pouco de incentivo para a exploração, como itens secretos e inimigos adicionais. Também é possível desbloquear roupas alternativas e outras melhorias ao completar o jogo múltiplas vezes, o que oferece um pouco de incentivo adicional para jogá-lo novamente.
Por ser um game originário de Wii, a versão original de FATAL FRAME: Mask of the Lunar Eclipse utilizava controle de movimentos para algumas ações. Tais ações foram adaptadas para botões ou os analógicos do Nintendo Switch, algumas funcionam bem, mas outras nem tanto.
Uma repaginada de altos e baixos
O salto visual do Wii para o Switch é algo que foi notável para quem possuiu o console de 2006. Muito mais do que simplesmente portar FATAL FRAME: Mask of the Lunar Eclipse para o console, a Koei Tecmo refez modelos e texturas de personagens e cenários, aproximando o game de seu sucessor e deixando-o uma experiência diferente da original.
Todos os erros presentes no original de Wii, principalmente aqueles que impediam progresso, foram consertados. Como tal, a nova versão de Nintendo Switch pode ser considerada a definitiva para se jogar. Apesar disso, faltou um pouco de modernização em certos quesitos aqui, que poderiam ajudar bastante o game a se destacar.
Como o local que exploramos é um prédio, muitas de suas passagens são estreitas demais, resultando em momentos complicados ao enfrentar fantasmas. O controle da câmera também poderia ser mais relaxado e o próprio hospital poderia ter passado por uma mudança visual para deixá-lo mais interessante. Obviamente, essas mudanças não iriam ocorrer a não ser que se mudasse completamente seu design.
A chance de se experimentar um jogo esquecido
Com o relançamento de FATAL FRAME: Mask of the Lunar Eclipse, fãs ocidentais finalmente podem aproveitar oficialmente um dos jogos mais esquecidos do Wii. Para um jogo que envolveu três empresas diferentes, o título até que tem boas ideias, mas sua execução falha em alguns pontos.
Comparado ao original, o relançamento corrige bastante de seus problemas. Porém, alguns dos problemas estão enraizados em seu design e requererem um trabalho bem mais focado da Koei Tecmo para serem corrigidos.
Prós
- Muito do jogo foi refeito para dar um ar modernizado;
- Os novos visuais são muito bons;
- Boa atmosfera de terror;
- Incentivo para exploração.
Contras:
- História fraca;
- Problemas com a câmera;
- Alguns controles do Wii não foram bem adaptados.
Nota Final:
7
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