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Review | Ghost Trick: Phantom Detective

Ghost Trick: Phantom Detective é relançado após 13 anos para plataformas modernas. Será que o clássico do criador de Ace Attorney ainda encanta? Venha conosco e (re)descubra esse delicioso mistério em nossa análise!
Lucas Barreto 16/07/2023

Desenvolvedora: Capcom
Publicadora: Capcom
Data de lançamento: 30 de junho, 2023
Preço: R$ 146
Formato: Digital

Análise feita no PC com cópia fornecida gentilmente pela Capcom.

Revisão: Paulo Cézar

13 longos anos se passaram desde o lançamento original de Ghost Trick: Phantom Detective, ainda no Nintendo DS. O clássico criado e produzido por Shu Takumi, responsável pela série Ace Attorney, por muito tempo permaneceu escondido na biblioteca de jogos do portátil, sem poder encontrar novos jogadores se não por emuladores ou longplays no Youtube. Ao invés de permanecer enterrado no cemitério da memória, contudo, seu espírito encontrou caminho uma vez mais às mãos de um novo público, dessa vez pela mais recente remasterização do título; agora disponível nas mais recentes plataformas.

Pessoalmente, já me considerava um grande fã, embora recente, da série Ace Attorney. Há algo de especial nas histórias de Takumi, especialmente no relacionamento entre pergonages – desde suas personalidades extravagantes até o desenvolvimento de cada um – que acaba superando qualquer exagero narrativo, jogando-nos diretamente no coração da trama. Sendo assim, a possibilidade de por fim conhecer Ghost Trick me entusiasmou desde o primeiro anúncio: queria, acima de tudo, observar de que forma a autoria do produtor se manteria ou modificaria em um projeto tão distinto.

Antes de prosseguirmos com qualquer comentário, contudo, devo esclarecer: diferente do usual, não joguei o título no Nintendo Switch, aproveitando apenas a versão de PC. Apesar de ter jogado a Demo no console, não posso comentar a respeito de qualquer quesito técnico além dos disponíveis na versão reduzida. Sobre essa experiência, já escrevi a respeito em nossa preview, onde menciono a compatibilidade de controle touch e das vantagens do modo handheld (sejamos francos, não acredito que muitos aqui tenham um Steam Deck para considerarmos esse ponto na presente análise). Mergulhemos, enfim, em uma história de morte, solidão e, acima de tudo, lealdade.

Memórias Póstumas de Sissel

Em uma noite como outra qualquer, um assassino aponta uma arma em direção a uma indefesa mulher. Ao redor, apenas montes de lixo fazem companhia à estranha dupla. Além, é claro, de um corpo prostrado, imóvel e sem vida. Essa noite, contudo, logo se revela como uma muito diferente das outras; afinal de contas, do corpo sem vida, surge um espírito.

E é esse mesmo espírito que passamos a controlar: um fantasma sem memórias, guiado apenas pela voz de uma estranha lamparina. Logo, descobrimos que podemos possuir diferentes objetos, e de forma instintiva passamos a usar nossos poderes para proteger o alvo da mira do assassino. Contudo, por inexperiência, falhamos em nossa missão, uma vez que vemos logo à nossa frente um assassinato. Pelas instruções da voz desconhecida, contudo, descobrimos que é possível reverter a morte com nossos poderes: ao aproximarmo-nos do corpo, podemos voltar no tempo, quatro minutos antes da morte ocorrer.

E assim Ghost Trick começa. Após a introdução às mecânicas, as perguntas começam a surgir: 1) Quem é o personagem que controlamos? 2) Por que fomos assassinados? 3) Quem é o assassino que está atrás da mulher que acabamos de salvar?

Se a primeira parte do nome (Ghost Trick) diz respeito à mecânica do jogo, a segunda (Phantom Detective) diz respeito à trama de fato: um fantasma que investiga sua própria morte. Ao contrário de um Brás Cubas, um morto ciente de si e reflexivo, Sissel, que logo descobrimos ser o nome do protagonista, é um morto em busca de si mesmo, que no trajeto de uma longa noite busca, ao salvar outros, entender um pouco mais de si. Se a morte no clássico machadiano é a forma pela qual o narrador é capaz de produzir literatura, ainda preso em suas fortes convicções que não se dissipam com a experiência transcendental ao fim da vida, aqui a morte é principal instrumento de vida: Sissel é capaz de mudar os fios do destino, abrindo novas possibilidades ao invés de resignar-se com suas lamúrias.

Em um aspecto geral, a fim de evitar Spoilers, a trama da obra caminha em direção a um episódio no passado que determina o fim de todos os personagens apresentados ao longo da narrativa e que, claro, culminam na grande revelação da identidade de Sissel, além das causas de sua morte. Traçando um breve paralelo com Ace Attorney, se na franquia cada episódio explora uma face do sistema judiciário, expondo contradições e criando tramas que se desdobram a partir de elementos da Lei, Ghost Trick também o faz com a ideia do existir em comparação ao viver. Nesse sentido, o autor convida-nos a pensar no impacto de nossas ações, como um efeito borboleta, mas também fazendo-nos refletir de que formas podemos usar nosso tempo ínfimo enquanto vivemos.

Assim, a obra explora o impacto da vingança, e como ela pode se reverter contra nós mesmos, mas também evidenciando o valor da lealdade, sendo o carismático cão Missel a principal fonte dessa faceta, levando-nos às lágrimas em sequências onde mostra como o amor e o afeto superam o limite da vida. Todos os pontos são amarrados de forma coesa em volta da ideia de aprendizado, enfatizado pelo sistema de jogo aqui presente: assim como o jogador deve viver diversas vezes a tragédia para aprender a superá-la não repetí-la, os personagens aqui, também, devem aprender com seus erros, embora insistam em outros erros que precisam ser cometidos para não comprometer a própria moral, justificando por exemplo as diversas vezes em que encontramos o cadáver de Lynne, a mulher que salvamos no lixão onde fomos assassinados.

A jornada geral da obra se dá por diversos cenários povoados pelos mais diversos e caricatos personagens. Desde inspetores fantasiados de Elvis a ministros da Justiça amargurados (personagem, inclusive, que desconfio ter sido inspiração do personagem de Natsume Soseki em The Great Ace Attorney Chronicles), o elenco de apoio é vasto em personalidade, mas sucinto o suficiente para causar impressões fortes na mente do jogador. Mesmo personagens de fundo, sem nomes ou trajes que os distinguem de forma especial, revelam suas personalidades cômicas pelo mero diálogo, revelando a força de escrita de Takumi. Como disse, todos os personagens se ligam por um evento em específico, e é surpreendente como a narrativa dá conta de não deixar pontas soltas nesses casos, e personagens chaves percorrem jornadas próprias para complementarem a obra.

No quesito narrativo, tenho apenas duas poucas ressalvas: Cabanela, o diretor de operações de Unidades Especiais, tem um grande avanço ao longo da obra, tornando-se um dos personagens de maior crescimento ao menos afetivo no percorrer da trama. Em determinado momento, descobrimos que sua motivação se deu por um certo incidente no passado, e que o abalou profundamente. O término, contudo, apesar de preservar os ensinamentos dos personagens mais importantes, parece anular o crescimento do personagem. Além desse ponto, um personagem que é introduzido nos últimos capítulos apresenta uma habilidade associada a seu corpo que, quando questionada, revela algumas contradições em capítulos anteriores. Esse último ponto, contudo, pode ser lido de outra forma após a revelação final, então não entrarei em mais detalhes que isso.

De qualquer forma, Ghost Trick: Phantom Detective tem como sua principal força uma história incrível, capaz de despertar fortes emoções e movida por um delicioso mistério. Claro, a cada capítulo novas perguntas surgem, mas a escrita é meticulosa em sua capacidade de convencer o jogador de sua inteligência: tudo é tão detalhadamente descrito a nós que é fácil prever os próximos diálogos, o que é uma excelente qualidade para uma trama movida pelas perguntas.

Apesar de elementos fantásticos, tudo é verossímil dentro do universo em que rapidamente entendemos as regras, e nada cai de para-quedas em nosso colo. Shu Takumi, assim como em Ace Attorney, tem acima de tudo uma capacidade impressionante de transformar tudo que é fantástico em irreal em possibilidades, abrindo infinitas portas e que sempre levam a um lugar que “clica” com o imaginário construído pelo jogador. Assim, constrói uma obra apaixonante do início ao fim.

Além da História

Claro, a força do jogo é sim a história, mas não podemos nos esquecer da primeira parte de seu título. Entre corpos distintos e cenários variados, precisamos realizar vários puzzles envolvendo diversas mecânicas: ritmo, forma, tempo, e personalidade dos envolvidos na ação. Os desafios são bem competentes, criados em cenários bidimensionais legíveis e bem povoados, e bem no momento em que começamos a sentir certo cansaço o jogo termina, nunca sendo enfadonho, repetitivo ou monótono.

Sem dúvidas, a música contribui intensamente na composição geral da atmosfera, servindo como forma de definição de tom e humor. Na versão remasterizada, inclusive, podemos optar por escutar versões clássicas ou rearranjadas, o que sempre é bem-vindo em remasterizações com a intenção de apresentar uma obra a um novo público, preservando o original. Falando do remaster em si, devo mencionar que os visuais estão completamente refeitos, mas ainda preservam a identidade visual da era DS. Além disso, a Capcom disponibilizou novos Quebra-cabeças; nada complexo, mas uma boa distração após o fim do jogo. O que é, de fato, interessante são os bônus que desbloqueamos ao longo da obra, envolvendo galeria e músicas, além de artes de desenvolvimento.

Conclusão

Sinceramente espero ter conseguido convencer leitores a conhecerem a obra. Sendo fãs ou não de Ace Attorney, acredito que a narrativa de Takumi é tão envolvente e especial que é extremamente difícil desagradar alguém. O humor é feito na medida certa, e o suspense nos envolve por completo desde o primeiro momento, criando uma das experiências mais instigantes da mídia de jogos. O final é um presente final ao jogador: após uma longa jornada, as respostas recompensam nosso esforço, e a conclusão satisfatória só é possível pelo esforço como um todo que a obra teve em toda sua extensão.

Devo dizer que não acredito que a versão de Switch tenha algum problema estrutural, mas infelizmente não posso atestar. No PC, não reclamo de nada a não ser a impossibilidade do mouse de interagir com a tela, assim como o era utilizando o touch do DS. No mais, recomendo o título a todos em busca de um jogo relativamente curto (fechei antes de atingir a marca de dez horas) ou em busca de um bom e velho mistério policial.

Prós

  • Escrita Impecável de Shu Takumi;
  • Modelos remasterizados preservam a estética da era DS;
  • Disponibilizar jogos em novas plataformas é uma excelente notícia para a preservação da mídia digital.

Contras

  • A falta de uma localização em português;
  • Pequeníssimos detalhes da trama ficam soltos, mas nada que atrapalhe a conclusão geral.

Nota:

9

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Lucas Barreto
Lucas Barreto
Nintendista e escritor nas horas vagas. Estudante de Letras e fã de visual novel e jogos calminhos.
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